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REFLEXÃO

Senhores do tempo

Da edição de novembro de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Einstein observou jocosamente: "Nunca me preocupo com o futuro. Ele chega na hora certa." Observação engraçada, mas também uma dica prudente de como maximizar a felicidade; dica essa difícil de ser seguida.

Muitas pessoas pensam constantemente no futuro, no passado, ou em ambos. Entretanto, esse estado mental rouba delas a oportunidade de viver o momento. Mesmo assim elas simplesmente não conseguem abandonar esse estado mental. Falo por experiência própria e sei como esses jogos mentais podem nos encurralar.

Portanto, liguei para dois colegas Cientistas Cristãos, Laurance Doyle e David Carico, ambos fisicos, na esperança de convidá-los para um debate com base na ciência, o qual pudesse ajudar outras pessoas (inclusive eu) a se tornarem Senhores do Tempo!

O astrofísico Laurance Doyle trabalha em Mountain View, na Califórnia, no SETI Institute (Instituto de Busca por Inteligência Extra-Terrestre). Ele é também membro do Programa de Cientistas Participantes da NASA, e é encarregado de detectar planetas em torno de sistemas de estrelas duplas em fase de extinção. Esse é trabalho que ele faz para a Missão Kepler da NASA, a qual se constitui em um telescópio orbital lançado em março. Laurance vive em Menlo Park, na Califórnia.

David Carico, físico e escritor, atualmente leciona física, astronomia e matemática nas Faculdades de Siskiyous e Shasta, ambas no norte da Califórnia. Ele vive em Weed, Califórnia, uma pequena cidade aos pés do Monte Shasta, cerca de 48 quilômetros ao sul da fronteira do Oregon.

Doyle e Carico são coautores de uma tese a ser publicada em breve no "Open Astronomy Journal" (Uma revista especializada em astronomia que só veicula artigos aprovados previamente pelo escrutínio de especialistas da área). A tese deles reexamina a natureza fundamental do tempo e demonstra como a história talvez seja mutável. Título da tese: "Considerações das Incertezas Quânticas para a Interferometria das Lentes Gravitacionais".

Jeffrey Hildner: Laurance, David, o que é o tempo?

David Carico: De acordo com os físicos, se você tiver de escolher uma breve definição científica de tempo, a única que eu geralmente ofereço aos meus alunos, é que o tempo "é uma outra dimensão para o universo". Temos as dimensões: para a frente, para trás, à direita, à esquerda, para cima e para baixo, as quais são as três dimensões de espaço. Naturalmente, existe uma quarta dimensão que também é avançada e retrógrada: tempo–futuro e passado. Quando você faz essa conexão, o tempo se torna apenas mais uma dimensão. Portanto, espaço e tempo são realmente inseparáveis e é por isso que os físicos geralmente falam sobre espaço-tempo como uma única palavra, um único conceito. Tanto um como o outro são a mesma coisa.

Os físicos têm debatido, durante o último século, que o tempo é uma ilusão

Laurance Doyle: Mary Baker Eddy reconheceu que o tempo é uma falsidade, uma ilusão. Você não precisa de mais tempo, mas necessita se livrar dele. Livrar-se do tempo é uma das coisas que se relaciona diretamente com a cura na Ciência Cristã. O tempo é considerado um elemento sanador na prática médica, mas não na prática da Ciência Cristã.

Hildner: O tempo não tem nenhum poder.

Doyle: Exato. Eu diria que os físicos estão convergindo para o conceito de tempo que Mary Baker Eddy definiu. Eles também estão convergindo para o conceito de matéria e, portanto, para o conceito de espaço-tempo, conforme você mencionou, David; aquele sobre o qual Mary Baker Eddy falou há mais de cem anos, o de que a matéria também é falsa, uma ilusão. Einstein foi notável por estar 30 ou 40 anos à frente de sua época e a maioria dos físicos e cientistas são considerados gênios se estiverem umas duas décadas à frente de sua época. Contudo, Mary Baker Eddy estava mais de cem anos à frente de seu tempo, nos seus conceitos sobre o que a matéria e o tempo são. Os físicos debateram durante o último século que o tempo é uma ilusão.

Hildner: Não apenas três dimensões (ou quatro!), isso é muito mais. Estou dando uma olhada em um artigo que escrevi há poucos anos para a revista The Christian Science Journal intitulado: "Tempo, Espaço, Matéria: vendo através da grande ilusão" (julho de 2005, pp. 44-55). Recapitulei algumas poucas coisas que aprendi, que foram muito esclarecedoras. Por exemplo, o físico Brian Green, baseando-se na teoria de Einstein de que o espaço e o tempo são relativos, disse que: "o espaço e o tempo estão no olho do observador". Einstein foi mais além. Ele chegou a acreditar, no final de sua vida, que o tempo não era meramente relativo ou que estivesse no olho do observador, mas que o tempo é irreal. Tenho a citação completa aqui. É de uma carta de Einstein para a viúva de um amigo que havia falecido recentemente: "Para aqueles de nós que acreditam na física, essa separação entre passado, presente e futuro, é apenas uma ilusão, mesmo que uma ilusão teimosa" ("Os Bandidos do Tempo", Jim Holt, revista The New Yorker, 28 de fevereiro de 2005, p. 85). Algo digno de nota.

O melhor amigo de Einstein, Kurt Gödel, considerado por muitos como o maior especialista na ciência da Lógica do século XX concordava com essa ideia. De acordo com o escritor Palle Yourgrau, Gödel finalmente concluiu que o tempo "revelou-se, no final, como a maior ilusão do mundo" (A World Without Time: The Forgotten Legacy of Gödel and Einstein, [Um mundo sem o tempo: O legado esquecido de Gödel e Einstein], Nova Iorque, Perseus Books, p. 7).

É assim que naturalmente surgem as perguntas: Como alguém coloca isso em prática? Como alguém pode viver alinhado com a verdade de que o tempo é uma ilusão? Quais são os benefícios de se viver em linha com essa verdade?

"O que exprime a ideia de Vida é a eternidade, não o tempo, e o tempo não faz parte da eternidade".

As medidas mortais de tempo incluem futuro, presente e passado

Doyle: Um dos benefícios seria a capacidade de alimentar as multidões sem esperar que o grão cresça, como fez Jesus. Um outro benefício seria que não estaríamos sujeitos à morte, conforme Jesus também o demonstrou. O tempo é a base de toda limitação na matéria. É a base do conceito de mortalidade. Mary Baker Eddy define tempo como: "Medidas mortais; limites... a matéria; o erro... (Ciência e Saúde, p. 595). Portanto, temos de nos vigiar para não dizer que nascemos ou que vamos morrer, não dizer: "Preciso de mais tempo. Preciso de mais erro. Preciso de mais limites". Temos de estar alertas para o fato de que realmente vivemos no agora, para podermos lidar diariamente com o conceito de tempo aplicado ao envelhecimento, aos limites sobre o que podemos realizar ou a qualquer tipo de limitação relativo à cura, como o planejamento de um longo período de invalidez ou qualquer coisa do gênero.

Hildner: Você mencionou Jesus, Laurance. Mary Baker Eddy descreveu Jesus como "o homem mais científico que já palmilhou a terra" (Ciência e Saúde, p. 313). Seu ponto de vista científico era totalmente prático. Ele se movia instantaneamente do ponto A para o ponto B. Ele curava pessoas sem demora. Quanto ao futuro, ele disse: "...não vos inquieteis com o dia de amanhã" (Mateus 6:34). Disse também que todos tinham a capacidade e o poder para fazer essas coisas.

Carico: Algo que sempre me vem ao pensamento é não cair no erro de aceitar um senso mortal do presente como sendo algo mais real do que um senso mortal de futuro ou de passado. A realidade é atemporal, conforme Mary Baker Eddy escreveu: "O que exprime a ideia de Vida é a eternidade, não o tempo, e o tempo não faz parte da eternidade" (Ciência e Saúde, p. 468). As medidas mortais de tempo incluem futuro, presente e passado. Acho que é possível a mente mortal se trancar no presente como sendo algo melhor do que o futuro ou o passado; ao passo que, em realidade, é a atemporalidade que estamos buscando.

O agora, em um senso mais elevado, significa a eternidade, que inclui, ao mesmo tempo, passado, presente e futuro

No que diz respeito à opinião de Jesus sobre isso, lembro-me de sua declaração: "...antes que Abraão existisse, Eu Sou" (João 8:58). Jesus não estava dizendo: "Eu sou um mortal que vive neste momento e que também viveu em épocas passadas". Ele queria dizer: "Eu sou atemporal. Uma vez que sou imortal, sou atemporal". Portanto, quando usamos a palavra agora, estamos limitados pela linguagem. O agora, em um senso mais elevado, significa a eternidade, que inclui, ao mesmo tempo, o passado, o presente e o futuro.

Doyle: Parafraseando o que Jesus disse aos seus discípulos: "Olhai para aquele campo. Vós imaginais que ainda leva tempo para as sementes crescerem? Digo-vos que elas já cresceram. Elas já estão brancas para a colheita" (ver João 4:35). Acho que grande parte da instrução que Jesus transmitia aos discípulos se referia a vencer o tempo. Ele demonstrava isso em suas curas.

Tive uma cura assim. Costumava praticar judô quando cursava o ensino médio e estava participando de um torneio na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, em San Luis Obispo. Durante uma competição, meu oponente ficou muito empolgado e agarrou subitamente meu dedo indicador da mão direita e o entortou para trás. Meu instrutor de judô, que era do Japão e também conhecido por ser um tipo de especialista médico, disse que o dedo estava quebrado, que eu deveria tirar uma radiografia e engessá-lo. Portanto, meus pais me levaram ao pronto-socorro. Na verdade, nunca estivera em um pronto-socorro antes e, ao ver a grande quantidade de pessoas que chegava com ferimentos e outros males de diferentes naturezas, não demorou muito para que eu começasse a orar por aquelas pessoas, em vez de por mim mesmo. Eu já havia orado um pouco por mim e sabia que minha mãe também orava para compreender que minha perfeição estava presente. Mas comecei a orar pelas outras pessoas. Eu orava no sentido de dispersar o medo. Parecia que havia um medo opressivo na sala de emergência. Então, cerca de 45 minutos mais tarde, chegou minha vez de ser atendido e fui ver o encarregado de radiografias. Depois de fazer o exame do meu dedo, ele disse: "O dedo está se curando satisfatoriamente e você não precisa usar o pronto-socorro para fazer um checkup". Na semana seguinte, estava novamente lutando judô.

O tempo não faz parte da cura pela Ciência Cristã

Você poderia dizer: "Talvez o osso não estivesse quebrado". Mas o fato é que o técnico em radiografias disse que o dedo havia sido quebrado e que estava se curando satisfatoriamente. Esse é um exemplo que mostra como o tempo não faz parte da cura pela Ciência Cristã.

Carico: Provavelmente a citação que mais me ajudou é do livro Miscellaneous Writings (Escritos Diversos) 1883-1896, de Mary Baker Eddy: "Deus vos dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, vos dão o suprimento diário. Jamais peçais para amanhã; é suficiente o fato de o Amor divino ser uma ajuda sempre presente; e se esperardes, jamais duvidando, tereis tudo o de que necessitais, a cada momento. Que maravilhosa herança nos é dada mediante a compreensão do Amor onipresente! Mais não podemos pedir, mais não queremos, mais não podemos ter. Essa doce garantia diz: 'Acalma-te, emudece' a todos os temores humanos, a todo tipo de sofrimento" (p. 307).

Essa é uma declaração tão poderosa da verdade! Minha esposa e eu vimos as coisas desabrocharem de forma maravilhosa, porque nos ativemos a ela. Nossa situação financeira ficou muito difícil em setembro do ano passado, como aconteceu também com muitas pessoas nos Estados Unidos. Entretanto, isso acabou se transformando em uma experiência extraordinária, em uma cura. Havíamos passado por vários meses realmente difíceis e não conseguíamos trabalho que nos trouxesse remuneração suficiente para pagar a hipoteca e ficamos ainda mais endividados. Portanto, intensificamos nossas orações. Nosso ponto de partida foi o de que já tínhamos tudo o de que necessitávamos e nosso trabalho era simplesmente esperar. Foi extraordinário como a solução simplesmente apareceu. Fui contratado pelo departamento de matemática da nossa faculdade local. Nunca havia lecionado matemática, embora seja qualificado, e essa tem sido nossa maior fonte de renda desde aquela época. Em seguida, ofereceram um emprego para minha esposa, o que acabou também sendo maravilhoso para ela. Essas oportunidades coincidiram de forma muito clara com nossa oração e com a compreensão de que não é uma questão de olhar para a frente, para o futuro, mas sim de saber que todos nós temos tudo o de que necessitamos, a cada momento.

Naturalmente, grande parte do medo de envelhecer é o medo da morte, o de que estamos nos aproximando do fim e não desejamos que a vida acabe

Hildner: Isso é maravilhoso, David. Agora vamos falar sobre envelhecimento. Estou pensando na frase de Mary Baker Eddy: "Enfrenta toda circunstância adversa como seu senhor" (Ciência e Saúde, p. 419). O envelhecimento é uma circunstância adversa. Se alguém pudesse viver em linha com a realidade de que o tempo é uma ilusão, então esse alguém poderia enfrentar o envelhecimento como seu senhor, e não envelhecer. Como a Bíblia garante: "A tua idade será mais clara do que o meio-dia; tu refulgirás, serás como a manhã" (Jó 11:17, conforme a versão bíblica King James).

Se você olhar para sua real identidade, sua verdadeira natureza como ideia de Deus, você nunca se sentirá velho. Nenhum de nós sentirá isso. Somos sempre novos, maravilhosos. Sabemos disso intuitivamente.

Doyle: Sim, e claro significa transparente, portanto, você não pode ver a claridade. Meio-dia é o máximo da claridade, nenhuma névoa matinal, nenhuma nuvem vespertina. "Mais claro do que o meio-dia" seria quase como dizer que sua idade desaparecerá. Você passa a ver por meio da ilusão de que exista idade.

Carico: Naturalmente, grande parte do medo de envelhecer é o medo da morte, o de que estamos nos aproximando do fim e não desejamos que a vida acabe. Portanto, um contra-ataque que uso para refutar essa ideia é o de que não existe nenhum fim. Nada irá terminar. Mary Baker Eddy foi clara, quando disse que a primeira coisa que as pessoas compreendem quando passam pela experiência chamada morte é que elas despertam para a compreensão de que não estão mortos (ver Ciência e Saúde, p. 251). Compreendermos esse ponto ajuda muito a eliminar o medo. Bem, talvez haja alguma transformação, que não é morte. Nós vamos continuar; tudo continuará; a vida continuará. Essa é uma verdade inevitável.

Outra questão que me impressiona é o quanto olhamos para o corpo material, fato que naturalmente dá a conhecer a fonte do medo e da crença em envelhecimento. Parece claro para mim que cada um de nós possui, na verdade, todos nós possuímos intuitivamente uma compreensão de que a morte é uma ilusão, de que o próprio envelhecimento é uma ilusão.

Se olharmos para nossa real identidade, nossa verdadeira natureza como ideia de Deus, nunca nos sentiremos velhos

Lembro-me de que, enquanto cursava o Doutorado, participei de uma reunião familiar na qual me dei conta de que ali havia pelo menos quatro gerações. Minha sobrinha pequena estava lá; eu estava lá, meus primos, mais velhos do que eu meia geração, estavam lá; meu pai e meus avós também estavam lá, enfim, todas essas gerações reunidas. Estávamos todos sentados no mesmo ambiente, desfrutando o dia. A certa altura, perguntei: "Quando vocês começaram a sentir que estavam ficando mais velhos"? Todos eles sorriram e disseram: "Não fazemos a menor ideia". Meu avô, que estava com quase 90 anos, disse: "Nunca sabemos, eu, pelo menos nunca soube". Na verdade, eu mesmo já passei por um número suficiente de anos para compreender que isso é verdadeiro. Não me sinto mais velho. Acho que ninguém jamais se sente.

Se você olhar para o seu corpo e disser: "Este problema parece estar me pesando", é sinal que você está desviando a atenção de sua identidade real. Se você olhar para sua real identidade, sua verdadeira natureza como ideia de Deus, você nunca se sentirá velho. Nenhum de nós sentirá isso. Somos sempre novos, maravilhosos. Sabemos disso intuitivamente.

Doyle: Sim, Jesus disse: "e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). Portanto, se ela não o libertar, então não é a verdade. Se ela não o libertar, então você não tem de acreditar nela e não pode em realidade conhecê-la.

Hildner: Não posso deixar de citar uma frase do filme Kung Fu Panda: "O ontem é história, o amanhã é um mistério, mas o hoje é um dom, por isso ele é chamado de presente". Aceitar esse dom do presente, esse dom da realidade do agora, liberta. O que você diria ás pessoas que elas poderiam fazer, agora mesmo, para sentirem essa liberdade?

Somos a ideia de Deus que se expressa continuamente, a cada momento

Doyle: Diria, em primeiro lugar, para se perguntarem: "Estou feliz com o conceito de mortalidade"? Por que não estariam, se ele é natural? Por outro lado, existiria algo bem no fundo de todos nós que diz: "Devo ser imortal", e que estaria protestando contra a ideia de que somos mortais?

Aqui está a coisa mais prática que podemos fazer: ficar calados e considerar que somos espirituais e imortais, não materiais. Pensar que somos uma ideia espiritual e então ouvir o que Deus nos diz sobre esse fato. É uma coisa muito simples de se fazer. Você descobrirá que traz resultados muito práticos para o seu dia a dia. Você descobrirá que seu corpo começará a ser curado, as limitações começarão a desaparecer, as ideias de Deus começarão a fluir constantemente em sua vida e satisfarão a todas as suas necessidades.

Carico: Eu diria para as pessoas considerarem que seu pensamento é importante. Então, que tentassem pensar de acordo com os conceitos que trouxemos à baila aqui, os de que o presente é tudo o que há e que somos a ideia de Deus, a qual se expressa continuamente, a cada momento, sempre nova em seu eterno frescor.

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