Quando era jovem, namorei por alguns anos um rapaz e planejávamos nos casar. Tínhamos um relacionamento harmonioso e nossas famílias se davam bem. Contudo, apesar de eu estar até com o enxoval comprado, ele mudou os planos em relação ao nosso casamento e rompeu o namoro.
O término me deixou triste e fragilizada. Sem que eu percebesse, envolvi-me amorosamente com um amigo para suprir a carência de afeto. Logo no início, percebi que ele não estava pronto para um compromisso mais sério, mas, diante das circunstâncias, preferi continuar com ele. Depois de algum tempo de relacionamento, vi-me diante de uma gravidez inesperada. O rapaz optou por permanecer ausente e não assumiu a paternidade; assim, precisei enfrentar sozinha a situação. Sentia-me culpada por não ter sido mais cuidadosa e madura na escolha do pai de meu filho.
Alguns amigos, quando souberam do meu estado, aconselharam-me a não ter a criança. Falaram das muitas dificuldades para criar uma criança sozinha e sugeriram métodos absurdos para me livrar da gravidez.
Fiquei chocada, pois o aborto não passava pela minha cabeça. Eu sabia que naquele momento o que eu precisava era refletir para fazer frente à situação, ao invés de ouvir conselhos insensatos, e que não iriam me ajudar em nada.
Procurei alento na leitura da Lição Bíblica Semanal. Logo, comecei a sentir que aquela criança em formação era uma ideia divina, portanto, já perfeita, completa e repleta de amor. Entendi que eu não podia carregar culpa por estar acalentando uma ideia pura, a qual, por si só, me purificava e redimia.
Também compreendi que eu não estava só, pois Deus é Pai e Mãe, o Amor onipresente. Ele sempre protegeria a meu filho e a mim e cuidaria de nós.
Contei a novidade para minha mãe e a minha decisão de ter o bebê. Para ela foi um momento muito difícil e delicado, mas ficou ao meu lado e tem sido uma grande amiga. Contar com o apoio da minha família foi fundamental na gravidez e durante a infância de meu filho.
Por inspiração, decidi que não revelaria meu estado para mais ninguém durante os primeiros meses de gestação. O mundo fica assustado diante de uma ideia nova e aquela era uma forma de resguardar o bebê e a mim.
Durante a gestação, busquei ajuda na oração, com o apoio de uma Praticista da Ciência Cristã, que se tornou para mim uma verdadeira mãe e avó para meu filho. Ela esteve sempre presente, acompanhou o meu parto e ficou comigo no hospital. Como uma rocha inabalável, durante todo o processo, pela oração, ela me ajudou a acalmar medos e a encontrar respostas.
Encontrei consolo e força na leitura de capa a capa do livro Ciência e Saúde e na Bíblia. O Salmo 23 começa assim: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” e o 121, diz: “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor... Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda...” Esses versículos me ajudaram a firmar o pensamento no fato de que Deus é meu verdadeiro amparo, o Provedor genuíno que sempre supre todas as nossas necessidades.
Tive uma gravidez abençoada, durante a qual ouvia hinos do Hinário da Ciência Cristã. Quando chegava do trabalho, sempre reservava uns momentos para conversar com o bebê. Assegurava-lhe que Deus o havia criado perfeito e completo, que Ele o protegia e o amava, que eu também o amava e aguardava com carinho sua chegada. O neném nasceu lindo e tranquilo. Hoje é adolescente e continua a ser ponderado, obediente e feliz.
Quando ele ficou maiorzinho e completou oito anos, notei que sentia falta de um pai, o que me entristecia. Então, iniciei uma jornada mental para elevar o pensamento e entender que um relacionamento é uma oportunidade para expressar honestidade, amor, honradez, respeito e cuidado com a família. Comecei a perceber que, na verdade, esses atributos faziam parte da identidade espiritual de um companheiro genuíno e da minha também. Seria um companheirismo eterno, pois essas qualidades são divinas, não se desgastam nem acabam, e a elas estaremos unidos para sempre.
Também anulei opiniões comumente aceitas pela sociedade, como: “não será fácil, pois existem mais mulheres que homens”, ou “os homens são muito vulneráveis ao sensualismo” e, por isso, não são fiéis. Reconheci que cada homem e mulher é a imagem perfeita do Amor divino e que todas as sugestões agressivas e contrárias não tinham realidade em Deus. Admitir que Deus é o único poder nos livra da ansiedade de buscar um companheiro ideal.
Lembro-me de que sentei e escrevi uma carta para Deus. Nela, registrei verdades espirituais que afirmam que nosso único e genuíno relacionamento é com o Amor, está fundamentado no Princípio, e, portanto, está fora do alcance de qualquer opinião e vontade humanas.
Estabelecer o pensamento nessa base espiritual abriu o caminho para que, em uma semana, eu conhecesse uma pessoa que expressava exatamente as qualidades que eu acalentava em meu coração. Começamos a namorar e agora estamos casados há quatro anos. Ele preza muito a família, é honesto e cortês.
Meu filho não apenas ganhou o pai que tanto queria, como também um irmão, pois meu marido também tem um filho que mora conosco.
Certa vez, meu marido comentou que o fato de eu ser uma mãe boa e carinhosa o fez ver que eu era uma pessoa íntegra e, consequentemente, que seria uma esposa magnânima. Dei-me conta do quão fundamental foi não enxergar a maternidade inesperada como um empecilho. Ao contrário, ela veio abençoar a mim e a meu casamento, pois adquiri uma vontade de crescer espiritualmente, de dar mais amor e de ser uma pessoa melhor.
Como foi bom ter me volvido a Deus e ouvido Sua orientação! Meu filho é uma verdadeira bênção para a minha vida e para toda a família!
 
    
