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O que vemos?

Da edição de junho de 2009 dO Arauto da Ciência Cristã


Leitores do Antigo Testamento muitas vezes se impressionam com a convicção absoluta com a qual os profetas reconheciam e vivenciavam a presença de Deus em sua vida. Eles conheciam a Deus como uma realidade.

Consideremos os vários exemplos em que Moisés demonstrou a provisão e a proteção de Deus para os filhos de Israel, à medida que os conduzia pelo deserto, a salvo através do Mar Vermelho, garantindo-lhes alimento e água diários durante sua longa jornada. Apesar de todas as suas queixas, os seguidores de Moisés sabiam que ele comungava diretamente com Deus. Mais tarde, as obras de cura de Elias e Eliseu não deixaram nenhuma dúvida em seus compatriotas de que esses homens santos comungavam com Deus e confiavam na divina providência como fonte de bênçãos diárias.

Esses pensadores e obreiros profundamente espiritualizados exortavam de forma persistente seus seguidores a também buscarem e vivenciarem a presença de Deus em sua vida. A Bíblia está cheia de ensinamentos que estimulam os leitores a trocarem uma percepção material e limitada da realidade por uma perspectiva espiritual. Isaías, por exemplo, instou seus ouvintes assim: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor nasce sobre ti. ... Levanta em redor os olhos e vê” (Isaías 60: 1, 4).

A visão é um conceito que muitas vezes está ligado à compreensão. Por exemplo, quando compreendemos uma questão apresentada por alguém, muitas vezes respondemos: “Sim, eu vejo”. Em seu apelo a Deus em oração: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Salmos 119:18), o Salmista está pedindo por compreensão e percepção espiritual que lhe permitam vivenciar a realidade espiritual da criação de Deus.

Outro exemplo de exortação bíblica para que se veja além do sentido mortal imediato da nossa existência, para um sentido espiritual, é encontrado em Jó. Quando todos os outros raciocínios humanos falharam no sentido de confortar Jó, seu amigo Eliú o impeliu a olhar, ver e contemplar a grandeza de Deus (ver Jó 35:5). O sofrimento de Jó o havia dominado inteiramente. Ele acreditou estar separado de seu Criador e, até mesmo, rejeitado por Ele. Contudo, nesta parábola de conteúdo profundo, Eliú firmemente instou Jó a “parar”, ou seja, a ficar calmo mesmo diante dos graves desafios físicos. Também disse: “...considera as maravilhas de Deus” (Jó 37:14), isto é, instou-o a ver a mesma perfeição e a gloriosa realidade que o Salmista conseguiu ver, após orar.

Jó finalmente triunfou sobre todos aqueles desafios arrasadores. Ele havia conhecido a grandeza de Deus teoricamente, mas, quando viu a bondade de Deus por meio de uma compreensão mais profunda, pôde dizer de Deus: “...agora os meus olhos te vêem” (Jó 42:5). Quem não acharia encorajador a triunfante conclusão dessa parábola? Pois lemos: “Assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó mais do que o primeiro...” (Jó 42:12).

Em sua primeira epístola aos Coríntios, o Apóstolo Paulo fez a distinção de existência e nas coisas do Espírito, as quais são “espiritualmente discernidas” (ver 1 Coríntios 2:14). A palavra discernir aparece nas Escrituras em vários lugares e, a cada vez, impele os leitores a aprofundarem e a iluminarem sua percepção espiritual. A concordância bíblica em inglês Cruden's Complete Concordance [Concordância Completa de Cruden] dá esta explanação à palavra discernir: “...Ver através do olho ou pela compreensão”.

Embora Paulo talvez tenha compreendido algo da importância do discernimento espiritual durante seus vários anos de estudo das Escrituras Hebraicas, ele sem dúvida adquiriu um vislumbre maior quando se tornou um seguidor dos ensinamentos de Cristo Jesus.

Sabemos pelos Evangelhos, e Paulo certamente aprendeu dos discípulos de Jesus, que o Mestre falava direta e repetidamente sobre a necessidade de discernimento espiritual. Quando os grandes teóricos da época, os Fariseus e os Saduceus, exigiam que Jesus lhes desse um sinal da realidade espiritual, ele desafiava a compreensão superficial que tinham da realidade, ao dizer: “...Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?” (Mateus 16:3). Esse ensinamento tem sido analisado de várias formas pelos intérpretes da Bíblia. Alguns o veem como um apelo para se compreender a essência da missão de Jesus, a saber, reconhecer a gloriosa realidade que sua vida representava. Por meio de seus ensinamentos, de suas curas de enfermidades físicas, ao aquietar um turbulento mar, ao alimentar grandes multidões com um punhado de pães e peixes e, até mesmo, ao ressuscitar os mortos, Jesus havia mostrado a eles o poder prático da compreensão espiritual, do discernimento espiritual.

Em outra ocasião, depois que seus discípulos debateram sobre os ensinamentos teológicos sobre a origem do sofrimento e outros questionaram a cura de um cego, Jesus disse simplesmente (mas de maneira profunda): “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam...” (João 9:39). Embora ele tenha feito essa declaração após ter curado um homem cego de nascença, Jesus claramente falava sobre mais do que simplesmente a visão humana. Ele se referia tanto à experiência do homem cego, como também à daqueles que estavam cegos para a realidade espiritual.

Uma das bem-aventuranças do sermão mais conhecido de Jesus dá-nos um claro vislumbre de como a visão espiritual pode ser vivenciada: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5:8). Quantas promessas temos na Bíblia que nos dizem que, se orarmos sinceramente por visão espiritual e nos empenharmos em sermos puros de coração, veremos a Deus em muitos detalhes de nossa vida diária! Agora mesmo podemos conhecer a realidade da criação de Deus, ou seja, ver e vivenciar essa realidade, exatamente como os antigos profetas e o próprio Jesus o fizeram, há milênios. Ao fazê-lo, conseguiremos superar os desafios, tanto grandes como pequenos, com os quais nos defrontamos no Século XXI!

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