A infância e a adolescência podem ser tempos particularmente difíceis. São passagens, no sentido de que avançamos para outras experiências, outros patamares de pensamento.
Realmente, o período que medeia entre os seis anos, quando a maioria das crianças entra na escola, e os dezenove, quando seguramente a maior parte já entrou na universidade ou no mundo do trabalho, é apenas um período curto de vida. Apenas representa 17% da média de vida dos países ocidentais, cuja esperança de vida é de 76 anos, de acordo com o World Population Prospects (Panorama da População Mundial) 2002-2005.
No meu caso, o momento mais difícil da minha infância ocorreu aos oito anos. Em menos de um ano vivi em três cidades diferentes, situadas em dois continentes, e frequentei outros tantos colégios.
Cada vez que eu tinha feito novos amigos e me ambientara ao clima, à cidade, aos vizinhos, lá partíamos para outro destino. Minha família estava reduzida ao seu núcleo essencial, pais e irmão, todos procurando se adaptar às novas condições criadas pelo emprego do meu pai.
A família alargada que eu conhecera até ali, avós, tios e primos, assim como os lugares familiares, tinham ficado para trás. Além disso, minha mãe esperava um bebê e não passava muito bem, pelo que senti que não deveria ser mais um motivo de preocupação.
Nessa altura, eu frequentava um colégio religioso que distribuía todos os meses uma pequena revista escrita para os jovens. Essa revista estava repleta de testemunhos e artigos sobre o Novo Testamento e nela depositei toda minha esperança de consolo.
Infelizmente, minha necessidade não foi satisfeita. Por isso, certo dia fechei a revista e pensei, cheia de convição, que algures no mundo existia outra revista que satisfaria minha fome espiritual.
Essa revista, O Arauto da Ciência Cristã, veio ao meu encontro dezesseis anos depois, e me introduziu no estudo da Ciência Cristã.
Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy se refere ao Consolador, prometido por Cristo Jesus (ver João 14:16), como sendo a Ciência Divina (p. 55). Desde que a conheci, a Ciência Cristã tem sido a fonte do meu consolo, tem sido realmente meu Consolador.
Quando olho para trás e relembro aqueles anos em que tanto me mudei, eu realmente vejo como o Consolador já me amparava e ajudava a passar aquela fase.
Relembro um casal maravilhoso que morava perto de nós, em Sá da Bandeira, hoje Lubango, em Angola. Tanto o marido quanto a esposa eram professores de ginástica, e nos levavam e traziam para as aulas de educação física, das quais tenho gratas recordações. Relembro também como meu irmão e eu explorávamos as redondezas de nossa casa, que ficava bem no limite da cidade, imaginando-nos exploradores. Relembro os passeios que dávamos depois de minha irmã nascer, os mergulhos na piscina e até as despedidas de cada lugar.
Para mim, sentir paz e alegria ao rememorar esses eventos exemplifica que "...a Ciência nunca admitirá que a felicidade venha a ser o joguete das circunstâncias" (Ciência e Saúde, p. 250). De fato, aprendi pelo estudo da Ciência Cristã que podemos vivenciar a felicidade sempre, ao alinhar o pensamento ao Amor divino, fonte da qual jorram recursos infinitos e constantes para abençoar toda a humanidade.
    