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Uma família universal

Da edição de outubro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


Nasci na Europa e me mudei para o Brasil ainda pequena, com meus pais. Minhas irmãs, que tinham muito mais idade que eu, vieram para o Brasil alguns anos antes, mas depois se mudaram para o Uruguai. Por isso, por um bom tempo, apenas meus pais e eu constituíamos nossa família.

Quando minhas irmãs se casaram, retornaram para o Brasil. Uma delas veio morar bem perto de nós. A outra morava um pouco mais longe, mas era muito ocupada, pois tinha um estabelecimento comercial com o marido. Por isso, eu não a visitava com frequência.

Em uma das empresas em que trabalhei, ouvia as colegas comentarem: "Vou passar as férias na casa de parentes no interior". Eu sentia uma certa tristeza por não ter parentes que morassem em outras cidades e que eu pudesse visitar.

Mesmo com o passar dos anos, cresceu aquele vazio interior, provocado pelo desejo de ter uma grande família, com parentes que vivessem em locais diferentes de São Bernardo do Campo, para que eu pudesse visitá-los, pois, naquela época, não me era possível viajar para a Europa para rever os familiares.

Comecei a estudar a Ciência Cristã no começo dos anos de 1970, e meu desejo de crescer em compreensão espiritual me levou a pedir para fazer o Curso Primário de Ciência Cristã. Era a primeira vez, em 1980, que se faria um curso desses no Brasil. Fui aceita, e pude participar dos doze dias de aulas diárias sobre cura metafísica, ministradas por um Professor de Ciência Cristã. Ao mesmo tempo em que aprendíamos sobre Deus e sobre todos os homens e mulheres criados à Sua imagem e semelhança, também conhecíamos melhor o professor e os colegas, alguns de outros estados do Brasil. Apesar de não nos conhecermos, estávamos unidos pelo mesmo desejo de aprender mais sobre Deus, segundo os ensinamentos da Ciência Cristã. À medida que os dias passavam, nós nos sentíamos irmanados, como se fizéssemos parte de uma grande família; parecia que nos conhecíamos fazia muito tempo. Nosso amor a Deus, o Pai-Mãe sempre presente, era nosso ponto comum. O professor também nos incentivou a manter contato com os colegas, a fim de nos apoiarmos reciprocamente em oração.

Ao fim do curso, fizemos um almoço de confraternização em um restaurante e seguimos todos para os nossos lares, com a firme convicção de nos reunirmos no ano seguinte em nossa Associação de Alunos da Ciência Cristã, a qual ocorre anualmente.

De volta ao meu lar, comecei a escrever cartas para as colegas do curso, rememorando nossos dias juntas e convidando-as para se hospedarem em minha casa durante uma visita a São Paulo. Qual não foi a minha alegria ao poder receber sete colegas na chácara em que morava na época, em São Bernardo do Campo! Minha casa ficou cheia, foi uma festa todos os dias em que lá permaneceram. Elas ficaram diversos dias, e foi como se estivesse realizando aquele desejo de ter uma grande família. Para mim, foi a comprovação destas palavras de Ciência e Saúde: "O desejo é oração; e nenhuma perda nos pode advir por confiarmos nossos desejos a Deus, para que sejam modelados e sublimados antes de tomarem forma em palavras e ações" (p. 1).

Quando saíamos de carro para algum lugar, sentíamos todas uma grande e genuína alegria. A felicidade era tanta que era como se estivéssemos "abrigando anjos" — os mais puros pensamentos de Deus.

Quando todos regressaram aos seus lares, coloquei a casa em ordem e fui conferir meu talão de cheques para acertar a conta bancária. Para minha supresa, percebi que não havia feito desembolsos durante a estada de minhas queridas visitas. Veio-me ao pensamento o que eu havia aprendido no curso: "Saque sempre do infinito". Eu não havia sacado nada do banco para cobrir os gastos com os visitantes. Na chácara havia galinhas, ovos, coelhos, verduras e frutas, e da nossa confeitaria chegavam diariamente pães, salgados e doces. Percebi que eu havia sacado do Amor infinito! O Amor havia trazido as pessoas à minha casa; o Amor havia alimentado a todos, e ainda sobrara.

Como resultado, também passei a receber convites para visitar colegas que moravam longe de São Paulo. Senti que havia sido abençoada com uma grande família, todos unidos pelo mesmo propósito. Assim, pude visitar meus novos "parentes em Cristo". Viajei para várias partes do Brasil, do Sul ao Norte, e para países no exterior, como Argentina, Estados Unidos, Portugal e Alemanha.

Fazer o Curso Primário de Ciência Cristã representou para mim um grande progresso espiritual. Aprendi muito sobre Deus e sobre a natureza espiritual de todos, a ponto de começar a ajudar o meu próximo por meio da oração.

Entendi que Deus é nosso Pai-Mãe, que Ele está próximo, é oni-presente e muito bom. Na verdade, Ele é Amor supremo, que se reflete por meio de nós, de nossa bondade. Esse Amor ocupa todo o espaço. Essa compreensão me fez sentir unida aos colegas de minha Associação. Esse sentimento de união foi recíproco, também brotou nos colegas, e criou uma amizade muito firme e recompensadora entre nós.

Gosto muito da interpretação espiritual de Mary Baker Eddy para a Oração do Senhor, em especial destes trechos:

"O pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
Dá-nos graça para hoje; alimenta as afeições famintas;
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
E o Amor se reflete em amor;
Pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre.
Pois Deus é infinito, todo poder, todo Vida, Verdade, Amor; está acima de tudo, e é Tudo" (Ciência e Saúde, p. 17).

Reconhecer que o Amor divino é ilimitado e não está restrito a regiões, mas está presente em todos os lugares, fez-me perceber que sou completa e parte de uma família universal e amorosa.

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