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Amai vossos inimigos

Da edição de novembro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


"Invictus", um filme dirigido e produzido por Clint Eastwood, revela uma imagem muito comovente de Nelson Mandela. Ao assistir a esse filme, não podemos deixar de lembrar do que pode ser facilmente esquecido a respeito da natureza verdadeira e nobre, inerente ao gênero humano. À medida que a história se desenvolve, constatamos a corajosa e imperturbável calma que inspirava as açōes desse homem notável. Quando consideramos os desafios em nossa própria vida, talvez nos perguntemos: O que Nelson Mandela faria?

Mandela irradiava a luz do amor. Apesar da opressão cruel que sofreu durante décadas de apartheid na África do Sul, ele amava seus inimigos.

Uma cena especialmente inspiradora no filme mostra a coragem e a bondade que Mandela conseguia manifestar quando posto à prova, ou seja, a coragem e a bondade natural a cada um de nós como a expressão do Princípio divino, o Amor. Após sua impressionante eleição como Presidente da África do Sul em 1994 (depois de 27 anos na prisão por ser um ativista antiapartheid), ele enfrentou um enorme desafio: como unificar um país amargamente dividido entre negros e brancos como nunca dantes. Um dos guarda-costas de confiança de Mandela, Jason, pede um número maior de agentes para garantir a segurança do novo Presidente. Então, Mandela lhe dá mais quatro, os mesmos guardacostas brancos que haviam protegido seu antecessor branco. "A reconciliação começa aqui", disse Mandela. Jason se sentiu desorientado e traído: "Não faz muito tempo eles tentaram nos matar"! Mas Mandela olha para Jason com sabedoria e compaixão, e diz gentilmente: "O perdão começa aqui, também. ... O perdão liberta a alma, remove o medo. É por isso que é uma arma tão poderosa, Jason".

Mandela ajudou um país inteiro a vivenciar a cura, o efeito pacificador de uma consciência transformada. A transformação que sobrevém a cada um de nós quando dizemos Não à atraçāo mortal degradante da vingança e do ódio e Sim ao impulso imortal e inspirador do perdão, da reconciliação e do amor.

É natural dizer sim ao amor, porque o Amor é Deus, a única influência e poder verdadeiros. Cada um de nós é a expressão pura de Deus. A expressão do Amor. Da mesma maneira que um raio de sol nunca pode ser separado de sua fonte, o sol, ninguém pode realmente ser separado do Amor, nossa fonte. O Amor é nossa própria substância. É o que realmente somos! Somos o amor do Amor, o amor terno, doador de saúde do Amor que todos podem vivenciar e sentir. Essa compreensão dissolve o medo, a rivalidade e o ódio. Esse ponto de vista nos capacita a amar o outro como a nós mesmos e a curar.

Jesus viveu inteiramente em conformidade com o espírito de amor do Cristo. Ele estimulava seus seguidores a fazer o mesmo, uma vez que uma das manifestações do amor é o perdão. Ele disse que o perdão deveria ser concedido não apenas uma vez, mas sententa vezes sete. "Amai vossos inimigos, abençoai aos que vos amaldiçoam e fazei o bem aos que vos odeiam", disse ele (Mateus 5: 44, conforme versão bíblica King James). Na noite anterior a sua crucificação, ele demonstrou o poder sanador que o Amor divino tem para restaurar o corpo físico. Quando Pedro cortou a orelha do servo do sumo sacerdote, Jesus disse a Pedro para embainhar sua espada. Em seguida, restaurou a orelha a sua condição natural (ver Lucas 22:50, 51).

Joseph Campbell, renomado historiador das religiões do mundo, afirmou em uma entrevista que: "o ensinamento principal do cristianismo é 'amai vossos inimigos' ". Seu entrevistador, Bill Moyers, perguntou: "Como pode alguém amar seu inimigo sem fechar os olhos para o que o inimigo fez, aceitando sua agressão"?

"Vou dizer-lhe como fazer isso", Campbell respondeu. Então ele se referiu à instrução de Jesus no Sermão do Monte: "...tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão" (Mateus 7:5).

Mas como fazer isso, remover a trave do nosso olho? A Ciência Cristã oferece este raciocínio: Primeiro, compreendemos que Jesus falou em metáforas. Ele não se referiu literalmente a um olho e a uma trave. O "olho" podia se referir à nossa visão do mundo, nossa visão dos nossos semelhantes. A "trave" poderia representar nossas próprias concepçōes equivocadas da realidade. Então, remover a "trave" significa remover do nosso pensamento (nossa visão) os falsos conceitos da materialidade. Quando fizermos isso, teremos uma visão espiritual desobstruída. Perceberemos o mundo através da lente do Espírito, portanto, começaremos a ver a nós mesmos e aos outros como seres espirituais. Vislumbraremos a realidade subjacente, na qual, sob uma perspectiva metafísica, não temos nenhum inimigo. Esse ponto de vista espiritual, cristāmente científico, tem um efeito sanador na vida humana, o qual capacita a todos (da mesma forma que Mandela fez intuitivamente), a ver além do ódio e do medo, até a possibilidade da fraternidade e da irmandade harmoniosa de todas as pessoas.

Mary Baker Eddy escreveu: "Ama teus inimigos, ou não deixarás de têlos; e se os amares, ajudarás a reformálos." (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, pp. 210–211).

O mundo necessita desesperadamente dessa perspectiva sanadora. Desde os desafios mais amplos, envolvendo ideologias políticas competitivas, países e religiões, até os desafios menores, envolvendo dissensões entre famílias e vizinhos, existem muitas oportunidades para atender, minuto a minuto, ao chamado para honrar o ponto central do cristianismo: "Amai vossos inimigos".

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