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Matéria de capa

O perdão que vem naturalmente

Da edição de novembro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã

Reimpresso de The Christian Science Monitor


Quando as pessoas não agem da forma como gostaríamos ou não chegam às mesmas conclusões que nós, ou ainda quando fazem algo que realmente nos prejudica, como podemos nos manter calmos? Para mim, o perdão é a única solução.

O Dr. Fred Luskin, do projeto "Forgive for Good" (Perdoar traz o bem), da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, caracteriza o perdão não como o simples ato de perdoar o que a outra pessoa fez, mas como se libertar do ressentimento. Apenas quando nos livramos do ressentimento e da raiva é que podemos determinar nossas próximas atitudes, ou seja, se necessitamos de correçāo, se precisamos deixar esse relacionamento, etc.

Acho isso válido para todas as pessoas com quem me relaciono: filhos, parentes, amigos, colegas de trabalho e pessoas da sociedade em geral, como, por exemplo, os motoristas no trânsito. É somente quando me livro dos sentimentos de raiva ou mágoa, que posso decidir o que fazer de maneira eficaz.

Procuro entender que a mágoa está no meu pensamento, ao invés de culpar as outras pessoas. Pode ser que tenham tomado uma decisão que não seja do meu agrado, mas a responsabilidade em transformar esse desacordo em mágoa é do meu controle. Mesmo nas situações mais difíceis, creio eu, a pessoa que se sente ofendida ou prejudicada pode se desviar dessas emoções por meio do perdão.

O modelo cristão de perdão contribui para o abandono do ressentimento

Algumas vezes, quando estou com muita raiva ou profundamente magoada e com os sentimentos feridos, lembro-me do que Jesus disse quando estava na cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23:34). Faço uma adaptação em meus pensamentos para: "Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que estão fazendo". Esse modelo cristão de perdão não exige que a outra pessoa mude, mas nos ajuda a nos libertarmos do ressentimento que nos corrói por dentro.

Lembro-me da ocasião em que finalmente perdoei meu ex-marido de forma completa. Já haviam se passado vários anos desde nosso divórcio, e eu, na maior parte do tempo, considerava o caso acabado. Entretanto, ainda havia momentos de frustração, quando refletia sobre alguns detalhes da nossa convivência.

É somente quando me livro dos sentimentos de raiva ou mágoa, que posso decidir o que fazer de maneira eficaz.

Certa noite, enquanto dirigia o carro na volta de uma reunião inspirativa em minha igreja, nosso relacionamento aflorou novamente e de forma repentina em minha consciência. Estava, contudo, muito inspirada e elevada espiritualmente para permitir que alguma frustração ocupasse meu pensamento, como costumava acontecer. Dessa vez, porém, foi diferente.

Ocorreu-me que eu outrora havia realmente amado aquele homem. Houve realmente um amor profundo entre nós, e ambos ficamos tristes e magoados porque nosso casamento não deu certo.

O Amor é Deus e Deus é Tudo

Quando me concentrei nesse amor, lembrei-me do que havia aprendido em um de meus livros favoritos, Ciência e Saúde: que o Amor é Deus e Deus é Tudo.

Mary Baker Eddy, a autora desse livro, escreveu na p. 520: "A profundidade, a largura, a altura, o poder, a majestade e a glória do Amor infinito enchem todo o espaço. Isso é o bastante"! O Amor enche todo o espaço, dentro de nós e entre nós. Eu não podia me afastar do Amor, nem meu "ex" poderia também.

Foi então que me veio esta ideia surpreendente: Se alguma vez houve Amor, houve somente Amor.

O Amor enche todo o espaço

À medida que dirigia, deixei que essa conclusão me invadisse completamente. Uma vez que o Amor enche todo o espaço, sua presença sempre esteve conosco, o tempo todo. Sobreveio-me uma paz completa. Todas as mágoas e ressentimentos se desvaneceram. Abandonei o passado e me permiti amar meu marido de forma genuína. Reivindiquei o Amor que sempre havia estado ali e expulsei a mágoa, permanentemente; e assim aconteceu.

Não, não voltamos a viver juntos. Na verdade, nem sequer conversamos sobre isso. Entretanto, ele agora é como um irmão para mim. Em muitas ocasiões, tenho honrado a inspiração que senti naquela noite, não permitindo que qualquer outro ressentimento se imponha. Mantemos o respeito e uma amizade saudável, mesmo à distância, pois ele mora no outro lado do país.

Portanto, acrescentei este conceito ao meu modelo de perdão: Se alguma vez houve Amor, houve somente Amor. Tenho aplicado essa ideia em muitas situações e ela me ajuda a pensar com clareza. Então, a melhor virtude, o perdão, surge naturalmente.

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