Certo dia, há aproximadamente sete anos, acordei sentindo forte dor nos olhos e um grande incomodo com a claridade. A luz me incomodava tanto que só podia abrir os olhos com muita dificuldade. Ao me levantar, percebi que não poderia iniciar minhas atividades cotidianas. Decidi permanecer no quarto, na penumbra, para orar. Veio-me à mente que poderia ser algum problema ocasionado pelo uso das lentes de contato, usadas por mim naquela época.
Apesar da dificuldade em abrir os olhos tentei ler alguma passagem da Bíblia ou do livro Ciência e Saúde, mas realmente não conseguia manter os olhos abertos para fazer a leitura. Naquele momento, contudo, lembrei-me de todos os meus anos de estudo da Ciência Cristã. Veio-me claramente ao pensamento que eu conhecia esses dois livros muito bem, e que poderia me lembrar de alguns trechos e orar com suas ideias.
Procurei reconhecer que minha identidade espiritual sempre estivera e permaneceria intacta, jamais atingida por coisa alguma. Senti gratidão pela forma como me vinham os conceitos que me esclareciam a perfeição e a harmonia divinas, qualidades que todos refletimos. Percebi também que a luz é uma manifestação de Deus, e que, por isso, não poderia de forma alguma me prejudicar ou incomodar.
Ao meio dia, lembrei-me de uma passagem do livro Ciência e Saúde, que diz: "A Verdade é um alterante que penetra o organismo inteiro, e pode torná-lo 'de todo sadio' " (p. 371).
Apeguei-me a essa verdade como um bálsamo, pois entendi que o "alterante" não era água ou algum colírio que poderia aplicar nos olhos para aliviar os sintomas, mas sim a Verdade divina, onipresente, e que eu já o estava aplicando e reconhecendo como a única realidade existente.
Apesar de ainda não conseguir abrir bem os olhos nem me expor à luz, acalentei essas ideias no pensamento e me acalmei. No fim do dia, eu estava certa de que o que eu havia compreendido estabelecera na minha consciência a verdade sobre a minha perfeição espiritual, e de que essa compreensão me traria a cura.
À noite a dor já havia amenizado bastante. Adormeci e, na manhã seguinte, ao acordar, abri os olhos e enxerguei normalmente, sem que a luz me incomodasse. Dirigi-me ao banheiro e, ao olhar o estojo das lentes, verifiquei que dois dias antes havia utilizado um líquido errado para higienizar as mesmas.
Senti muita gratidão pela proteçāo divina e por não ter especulado a causa do problema ou os efeitos colaterais que poderiam ter se desenvolvido, mas por ter confiado na oração que neutraliza o erro, conforme Mary Baker Eddy escreveu: "A Ciência Cristã age como um alterante, neutralizando o erro com a Verdade" (Ciência e Saúde, p. 162). Em outra página, ela citou: "Esse corretivo é um alterante, que atinge todas as partes do organismo humano. Consoante as Escrituras, ele penetra as 'juntas e medulas', e restaura a harmonia do homem" (Ibidem, p. 423).
Foi exatamente o que vivenciei. A Verdade foi o alterante que penetrou fundo no meu pensamento e neutralizou a sugestão de que algo pudesse tirar a harmonia do meu ser, que é espiritual e perfeito. Essa compreensão trouxe-me a cura permanente.
