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Sempre abençoados, nunca amaldiçoados

Da edição de novembro de 2010 dO Arauto da Ciência Cristã


A Lição Bíblica da semana de 1° a 7 de novembro de 2010, intitulada "Adão e o homem decaído", começa e termina com declarações das bênçãos de Deus; primeiro em Gênesis 1 (Seçāo I, citação 1), depois em Números 6 (Seçāo V, citação 22). Isso reforça o fato de que nós sempre somos abençados, e nunca amaldiçoados; que somos criados por Deus, e não descendentes de Adão e Eva. A Lição nos convida a "sacudir o pó" da materialidade e reconhecer que somos a imagem abençoada de Deus.

Na época em que a história da primeira criação foi escrita, ser a "imagem de Deus" (Gênesis 1:27, citação 1) significava representar a Deus na terra, uma tarefa geralmente reservada para os reis. Aqui, no entanto, é uma atribuição designada para toda a humanidade (ver "O Livro do Gênesis" de Fretheim, A Nova Bíblia Interpretada, Vol. 1, 1994, p. 345). Esta história também apresenta Deus como soberano e o único Criador. No capítulo sobre o "Génesis" em Ciência e Saúde, a criação é descrita desta maneira: "Tudo o que está feito é a obra de Deus, e tudo é bom" (p. 521, criação, 2).

Na Bíblia existe uma segunda história da criação, porém muito diferente. No início do século XVII, estudiosos notaram que essas duas histórias foram escritas por autores diferentes. Ambos incorporaram elementos de alguns mitos antigos, mas eles criaram suas próprias mensagens. A primeira história é sobre a união ou unidade da criação, enquanto que a segunda história é sobre separação. Em Ciência e Saúde, lemos que a segunda é "a história falsa, em contraposição à verdadeira" (p. 522, citação 2).

A segunda história foi muito mais divulgada. A doutrina da queda do homem ou do pecado original provém desse relato, embora ela não conste propriamente na Bíblia. Ela foi completamente desenvolvida por Agostinho, Bispo de Hipona, no final do século IV, início do V. Ele argumentava, de forma muito ampla, contra o influente monge britânico Pelágio, que não acreditava que as pessoas nascessem em pecado, e, mais tarde, foi condenado como herege. Entretanto, a "queda" e a doutrina do "pecado original" se tornaram parte da doutrina da igreja, que ensinava que a humanidade descendia de Adão e que era inerentemente imperfeita.

Muitos anos mais tarde, no século XVI, o teólogo João Calvino abraçou as ideias de Agostinho e chamou o estado da humanidade de "total depravação" (Donald McKim, "Calvinismo", A Enciclopédia do Protestantismo, Vol. 1, 2004, p. 337). O Calvinismo se infiltrou nas igrejas protestantes do século XIX na América do Norte, onde Mary Baker Eddy cresceu. Foi nesse ambiente que ela fundou a Ciência Cristã. Ao contrário de Agostinho e Calvino, que acreditavam que os seres humanos fossem renegados ou decaídos, a Ciência Cristã assume o ponto de vista de que "o pecado e a mortalidade não têm origem verdadeira nem exitência legítima. Sáo o nada inicial com que o erro quer simular a criação, por meio de um homem formado do po" (Ciência e Saúde, p. 281, citação 13).

Não somos o homem ignorante, que carece de coragem e moral, nem somos a mulher da costela, enganadora e tentadora. Essas são todas histórias do pó, do nada.

Embora talvez seja fácil descartar a história do jardim do Éden como um mito a respeito da criação da humanidade, nem sempre é fácil descartar as interpretações subsequentes, particularmente aquelas que se desenvolveram no cristianismo. Mas é exatamente isso o que a Lição desta semana nos roga que façamos: "Sacode-te do pó", ou seja, de qualquer noção de que sejamos mortais depravados. Não somos parentes de Adão e Eva. Não somos o homem ignorante, que carece de coragem e moral, nem somos a mulher da costela, enganadora e tentadora. Essas são todas histórias do pó, do nada.

A segunda história no Gênesis realmente não tem nada a ver com o povo de Deus, ou seus ancestrais! Descrevendo as pessoas do jardim do Éden, Ciência e Saúde explica: "Os mortais não são filhos decaídos de Deus. Nunca tiveram um estado perfeito do ser, que subsequentemente pudesse ser recuperado" (p. 476, citação 9). Ao contrário: "O belo, o bom e o puro constituem [nossa] ascendência" (p. 63, citação 11).

Adão não é mais mencionado no Antigo Testamento, mas no Novo Testamento Paulo contrasta Adão com Cristo. Ele escreveu em sua primeira epístola á igreja de Corinto: "...assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1 Coríntios 15:22, citação 10). Ele faz a distinção entre os dois como duas entidades separadas, uma mortal e a outra imortal. Portanto, o Cristo não nos salva de uma identidade pecaminosa, mas nos leva a uma conscientizaçāo da nossa própria bondade dada por Deus. Essa conscientizaçāo da "natureza divina" é a base para a cura (ver Ciência e Saúde, p. 259, citação 12). Ela nos capacita a curar, como faziam os discípulos de Jesus (ver Mateus 10, citação 12).

A Lição conclui com a bênção sacerdotal de Números 6, e que proclama as bênçãos de Deus sobre nós e nossa união com a bondade dEle: "O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz" (Números 6:24,26, citação 22).

Leia os comentários sobre as Lições Bíblicas das semanas subsequentes do mês de novembro em nosso site: www.arautocienciacrista.com

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