Preparava-me para participar pela primeira vez de um congresso acadêmico internacional na minha área profissional.
Geralmente, temos um prazo para encaminhar, por e-mail, um resumo de duas páginas do trabalho que pretendemos apresentar no congresso. Há um grupo de professores, cuja identidade não é revelada, para avaliar os resumos quanto a uma série de itens, tais como: a qualidade em termos científicos, o interesse do congresso pelo tema apresentado no resumo, a originalidade do texto e do assunto a ser abordado, e assim por diante. Caso o resumo seja aceito, temos alguns meses para apresentar o texto completo, que novamente seria avaliado pela comissão de professores.
Enviei o resumo de um artigo que gostaria de apresentar em um congresso que seria realizado em Portugal. Como o resumo foi aceito, coloquei-me animadamente a escrever o texto completo.
Decorrido o tempo previsto, recebi um e-mail informando que o artigo não havia sido aceito e que não cabia recurso a essa decisão. Eu fiquei muito desapontado, principalmente porque os artigos apresentados por meus colegas de trabalho haviam sido aprovados. Junto à mensagem, veio a avaliação de dois professores, que concluíram que, apesar de a qualidade do texto satisfazer aos requisitos, o conteúdo estava fora do tema do congresso.
Como um dos itens da avaliação era se o artigo estava de acordo com o conteúdo do resumo e ambos os professores responderam que sim, concluí que, se o resumo estava dentro do tema do congresso, o artigo, necessariamente, também teria de estar.
Embora não coubesse recurso, no final daquele dia enviei uma mensagem para a organização do congresso, agradecendo a avaliação, mas explicando os motivos pelos quais achava que a decisão poderia ser revista.
Feito isso, comecei a orar para compreender que a justiça divina está sempre em açāo, em todas as circunstâncias, porque ela decorre de um Princípio divino infinito e onipresente. Essa justiça divina, infalível, emana da Mente divina, todo sábia e atuante. Esse Princípio age em todos os aspectos e por meio de todos, porque há um único Deus, uma única Verdade, que governa tudo.
Cada um de nós é a manifestação desse Princípio. Aquilo que não expressa harmonia não faz parte da realidade divina; é apenas uma sugestão, que não tem lugar na Verdade. Eu sabia que o objetivo da minha oração não era transformar uma decisão insatisfatória em uma que me agradasse. Eu precisava olhar para fora do quadro de desarmonia e reconhecer o bem infinito ali, naquele exato momento. Esse bem tem substância, é harmonioso e atende a todas as nossas necessidades. Pensar dessa forma me acalmou. Permaneci tranquilo, mesmo quando me questionava se o artigo seria aceito ou não, porque estava seguro de que a vontade de Deus, não a humana, está sempre em açāo.
Poucos dias depois, recebi uma correspondência da organização do congresso, com pedidos de desculpas pelo ocorrido, e informando que meu artigo havia sido aceito para apresentação no evento.
Naturalmente, fiquei muito satisfeito e escrevi para um amigo que é professor universitário no Rio de Janeiro e tem apresentado artigos em congressos internacionais há 30 anos. Embora ele não seja Cientista Cristão, expliquei-lhe como havia orado sobre esse assunto, de acordo com os ensinamentos da Ciência Cristã, e ele me explicou que é muito raro que a organização de congressos reavaliem suas decisões. Para mim, essa foi mais uma comprovação do resultado eficaz da oração que atende e abençoa imparcialmente a todos.
