Há muitos anos, logo depois que Richard e eu nos casamos, passamos por um período difícil, com pouco dinheiro para celebrarmos o Natal. Rich estava desempregado e meu salário precisava cobrir não apenas as despesas normais de nossa subsistência, mas também uma grande parte das dívidas que tínhamos.
A empresa para a qual eu trabalhava, havia contratado recentemente um consultor que se mudara para nosso bairro com a esposa e o bebê. Como eles eram novos na cidade, decidimos convidá-los para passar o Natal conosco.
À medida que o Natal se aproximava, comecei a ficar preocupada com a possibilidade de não conseguir oferecer a eles nenhum tipo de refeição apropriada para a ocasião, além do escasso suprimento disponível em nossa despensa. Nem sequer sabíamos se poderíamos comprar uma árvore de Natal para enfeitar a casa. Entretanto, como estudante da Ciência Cristã, estava confiante de que a expressão da alegria natalina, que enchia meu coração, me ajudaria a encontrar soluções espirituais.
Podia contar com o Cristo me elevando acima do medo de que não teríamos o suficiente
Logo me lembrei de algo no livro de Isaías, na Bíblia. Era a profecia de que um Salvador, Emanuel, viria durante um período de grande dificuldade para os israelitas. Mais tarde, depois que essa promessa foi cumprida com o nascimento de Jesus, o livro de Mateus, no Novo Testamento, definiu Emanuel como "Deus conosco". Essa sempre fora uma promessa sagrada para mim também, uma certa expectativa da eterna presença de Deus me enchendo de esperança. Que sensação de segurança compreender que o amor de Deus estava presente exatamente naquele momento de incerteza financeira em minha vida, e que meu marido e eu estaríamos supridos também!
Diariamente, á medida que o Natal se aproximava, eu, em espírito de oração, refutava os pensamentos temerosos, ponderando o "inaudito dom" de Deus, representado no nascimento de Seu filho amado. Raciocinei que o mesmo Amor divino que trouxera o dom do Cristo à humanidade, permanecia ativo naquele momento, e eu podia contar com ele para me elevar acima do medo de que não teríamos o suficiente para fazer com que os nossos convidados se sentissem bem-vindos. Eu sabia que, quando meus pensamentos não estivessem mais focados em imagens de carência, eu poderia responder de forma mais rápida à inspiração divina que me guiaria a uma solução criativa.
Então, na véspera do Natal, compreendi muito claramente que não tinha nada a temer, muito embora houvesse somente uns poucos dólares em nossa conta corrente. No final da tarde, durante uma terrível nevasca, Rich e eu decidimos sair para comprar uma árvore e algo para o jantar de Natal. No supermercado, minutos antes de fechar, descobrimos, no setor de pratos prontos, muitos itens recém-preparados a preço de custo, porque perderiam a validade, até que reabrissem dois dias após. Para completar, em uma loja de árvores de Natal no final da mesma rua, encontramos em meio a algumas árvores, um belo pinheirinho por um preço muito acessível.
Ao acordarmos na manhã de Natal, um presente precioso nos aguardava
Quando chegamos em casa, com o vento uivando e a neve se acumulando, decoramos com gratidão nossa árvore e planejamos nosso jantar natalino. Mas a história não termina aí! Uma vez que nossos recursos eram tão escassos, Rich e eu havíamos decidido não trocar presentes entre nós dois. Entretanto, ao acordarmos na manhã de Natal, um presente precioso nos aguardava: um céu azul brilhante e sessenta centímetros de neve branquinha e reluzente. Não havia trânsito, vento ou som, nada para estragar a beleza pura daquele inverno.
Diariamente, á medida que o Natal se aproximava, eu, em espírito de oração, refutava os pensamentos temerosos, ponderando o "inaudito dom" de Deus, representado no nascimento de Seu filho amado.
Quando nossos amigos chegaram, algumas horas mais tarde, fizemos com que entrassem logo em casa porque estava frio lá fora. Meu colega de trabalho prontamente pegou uma cadeira, colocou-a próxima à lareira e adormeceu ali, enquanto sua esposa nos ajudava a preparar o jantar na cozinha. Mais tarde, quando nos sentamos à mesa para jantar, meu colega nos agradeceu pela horinha de descanso estimulante e ininterrupto, um verdadeiro privilégio para alguém com um bebê em casa! O espírito de confraternização que compartilhamos permaneceu durante todo o jantar.
Para mim, a maravilhosa sensação de ver todas as necessidades supridas é o verdadeiro significado do Natal e o cumprimento da promessa de "Emanuel". Essa promessa ainda está muito viva em meu coração, até hoje.
