Os gêmeos de dois anos estavam desmontando os aquecedores de rodapé em um dos quartos, ao mesmo tempo em que minha filha de cinco anos decidira subir a escada, carregando o bebê recém-nascido. Esses dois eventos aconteceram enquanto meus filhos de sete e nove anos estavam me chamando para ajudá-los a colocar os patins de gelo, porque a água da chuva congelara durante a noite no quintal.
Esse foi um daqueles momentos em que agradeci por afirmar que não era preciso me sentir sozinha nem estressada, porque Deus, o Amor divino, estava ali comigo. E mais do que isso, na realidade espiritual, Deus é a verdadeira Mãe de todos nós, pois somos a criação espiritual do Amor. Eu senti a presença do Amor divino, me apoiando naquele momento. A aflição e a ansiedade desapareceram.
Abracei minha filha com ternura, enquanto com cuidado eu lhe tirava o bebê dos braços. Desviei a atenção dos gêmeos para alguns brinquedos e coloquei os aquecedores rapidamente de volta no lugar e, em seguida, ajudei os dois garotos a calçarem os patins e vestir as roupas de neve para patinarem no quintal.
Como jovem mãe, eu me via às vezes tentada a achar que, junto com a alegria e a responsabilidade de criar meus filhos, vinha um sentimento de sobrecarga. Havia inúmeras decisões a serem tomadas todos os dias, o dia inteiro. Eu queria fazer o melhor pelos meus filhos, mas, muitas vezes, eu não sabia exatamente o que tinha de fazer. A situação podia parecer intimidadora, mas o lado bom é que, com o estudo da Ciência Cristã, eu havia aprendido que eu não estava sozinha, nem desamparada. Eu podia me voltar ao divino Pai-Mãe Deus em busca de sabedoria, orientação, força, apoio, calma e confiança.
Cristo Jesus ensinou à humanidade a verdade encorajadora de que Deus é nosso Pai, nosso Pai divino, que está sempre presente para apoiar e orientar Seus filhos. A Ciência Cristã, fundamentada nos ensinamentos de Jesus, mostra que Deus também é nossa Mãe. Ao estudar o senso espiritual da Oração do Senhor, vemos que a primeira frase, “Pai nosso que estás no céu” (Mateus 6:9) — é espiritualmente interpretada como “Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 16). E a definição de Mãe no Glossário de Ciência e Saúde é: “Deus; o Princípio divino e eterno; a Vida, a Verdade e o Amor” (p. 592).
Quando os desafios surgem na atividade diária de criar nossos filhos, podemos nos volver à nossa divina Mãe com um senso de confiança e expectativa, e encontrar respostas, ouvindo em nossa consciência a sabedoria necessária para aquele momento. Nunca estamos sozinhos, nunca ficamos sem solução para um problema. O Amor divino está sempre conosco, transmitindo-nos a sabedoria de que precisamos para saber o que fazer.
Na Bíblia, encontramos exemplos de mães que se deram conta de que Deus pode satisfazer nossas necessidades. Algumas enfrentaram situações desesperadoras, como infanticídio ou fome. Em 1 Reis, lemos a respeito de uma mulher na cidade de Sarepta que ficara sem dinheiro e sem comida (ver 17:8–16). Ela decidira apanhar alguns gravetos para fazer fogo e cozinhar a última porção de comida que tinha e, então, ela e o filho ficariam à espera da morte. Mas chegou um estranho que pediu a ela que usasse suas valiosas provisões para fazer-lhe algo de comer primeiro a ele e, depois, ela e o filho comeriam. E prometeu que a comida duraria até que chovesse novamente.
Não é preciso dizer que dar nossa última porção de comida a um estranho não seria a coisa certa a ser feita, em nenhuma situação! Mas essa mãe deve ter sentido de algum modo que esse estranho, o profeta Elias, era homem de Deus. Pois ela, obedientemente, fez o que ele pedira. A mulher viu, então, que a farinha e o óleo duraram enquanto foi necessário.
Como sou mãe, essa história toca meu coração, pois é a prova de que Deus, o Amor divino, está sempre perto para satisfazer todas as nossas necessidades. Essa história me lembra das palavras tranquilizadoras de Isaías sobre o terno cuidado de Deus pelas crianças e pelas mães: “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente” (40:11). É inerente a cada um de nós a habilidade de discernir as soluções necessárias para problemas grandes e pequenos.
Deus, que é também Mãe, nos guia, nos protege e cuida de todos nós.
Lembram-se daquelas seis crianças que mencionei no primeiro parágrafo deste artigo? Bem, quando os gêmeos eram bebês, uma das meninas ia de manhã a uma escola maternal, algumas vezes por semana. Só pensar em preparar para a escola os filhos que estavam no jardim da infância e na primeira série, arrumar os gêmeos, e levar minha filha à escola maternal parecia uma tarefa impossível. Como é que eu iria do estacionamento até a escola com os três? Quem me ajudaria? Eu não tinha nenhum parente na cidade. Pedi a Deus que me mostrasse como resolver isso.
Orei, afirmando que, embora fosse obviamente minha responsabilidade cuidar dos meus filhos, minha compreensão a respeito da onipresença do Amor divino me ajudaria a desempenhar muito bem essa função. Em sua característica de mãe, o Amor divino é a fonte do amor, da paciência, da perseverança e do conhecimento, guiando-nos para as respostas de que precisamos para realizar nossas atividades corretas.
Este versículo da Bíblia me trouxe a certeza de que havia uma solução que funcionava para todos: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Somos guiados para as soluções necessárias quando amamos a Deus, colocando de lado a vontade do ego pessoal e as noções pré-concebidas, e abrimos nosso pensamento à resposta que nosso Pai-Mãe Deus tem para nós.
Embora eu agora não me lembre de quando exatamente isso aconteceu, o pai de uma criança da turma ligou-me inesperadamente pouco depois e ofereceu-se para pegar minha filha e levá-la à escola todos os dias. Ele disse que tinha de passar pela minha casa, e portanto não era fora do seu caminho e seu filho apreciaria ter uma coleguinha indo para a escola com eles.
Ele também disse que teria prazer em trazer minha filha para casa depois da escola. Parecia bom demais para ser verdade! Mas era verdade, é claro! E percebi que era uma prova de que o Amor divino, o Amor que é a Mãe, tem recursos infinitos para atender a qualquer necessidade que surja.
Sou grata por saber que Deus como nossa Mãe está guiando, protegendo e cuidando de todos nós. Não importa se nossos filhos são bebês ou adolescentes, ainda na escola ou já formados, podemos nos voltar confiantes ao Amor divino com o coração expectante e com a certeza de que Ela ama nossos filhos imensuravelmente e nos manterá para sempre seguros e sob Seus cuidados. É isso o que diz a letra de um hino do qual gosto muito:
Amor, Pai-Mãe que estás aqui,
Em aflição eu vou a ti;
Em paz repousa meu pensar,
A Ti confio meu andar.
De Deus eu filho sou.
(Margaret Glenn Matters, Hinário da Ciência Cristã, 232, trad. © CSBD)
