No Evangelho de João, Cristo Jesus prometeu que o Pai enviaria outro Consolador, outro Confortador, que iria ensinar todas as coisas (ver 14:16, 26).
O Confortador guia as pessoas à cura e traz à luz a salvação completa que o Cristo proporciona. A Ciência Cristã revela que o Confortador já está aqui e é a Ciência divina, a lei de Deus, a lei do Amor e da Mente divina. O Confortador se faz sentir de muitas maneiras. Ele mostra a invencível lei científica do Amor, que traz soluções para os problemas humanos, desde o mais simples até o maior deles, mesmo quando nenhuma solução parece possível. Visto que o Confortador revela a lei da Mente divina que tudo sabe, que está sempre presente, que é todo-poderosa e todo-amorosa, quando recorremos de todo o coração a essa lei, estamos nos abrindo para a vitória e para a cura.
Quando compreendemos o poder do Cristo e do Confortador, estamos preparados para ver as pessoas em sua verdadeira natureza espiritual, expressando as qualidades do bem ilimitado de Deus, qualquer que seja a situação. À medida que nos esforçamos para demonstrar paciência e seguir os preceitos que Cristo Jesus nos ensinou, estamos consentindo em viver a paz e o domínio que provêm do Confortador. Então, manifestamos honestidade, mansidão e amor, e vivemos mais e mais desprendidos do ego; dessa forma, deixamos entrar o cuidado confortador do Amor.
Durante um período de várias semanas, esforcei-me sinceramente para sentir a solicitude do Amor sempre presente em meus contatos diários com as pessoas. Meu objetivo era parar de ver as pessoas como mortais e, em vez disso, vê-las como a própria expressão do Amor divino.
Em uma manhã de domingo invernal, com a luz do sol entrando pela janela, acordei sentindo-me muito consciente da glória radiante da eterna presença do Amor, permeando todo o meu ser. Essa luz iluminou minha consciência com o poder animador do Espírito Santo, graças ao reflexo do Amor divino e fez com que eu desejasse ver a todos igualmente envoltos nessa mesma radiante luminosidade.
Orei com sinceridade para que o Cristo me fizesse ver que o Amor divino era a real substância de todos com quem eu entrasse em contato naquele dia. Afirmei que o reconfortante amor de Deus realmente governa a todos; que o Confortador revela que todos estão sob o cuidado amoroso do Pai. Declarei que a Ciência divina era a ilimitada lei de Deus, o bem, governando toda a humanidade e o universo.
Senti que essa lei, a infinitude do próprio Amor divino, já estabelecera a certeza do bem para aquele dia (e todos os dias) e que iluminaria o dia com a luz do Cristo sanador e do Confortador. E foi isso que aconteceu.
Minhas manhãs de domingo começam apanhando quatro crianças, em uma cidade que fica a 35 minutos de distância, para levá-las à nossa Escola Dominical da Ciência Cristã. Gosto muito de fazer isso como uma oportunidade de amar essas crianças, de vê-las como filhos e filhas de Deus e de saber que o Amor está iluminando o caminho delas. A avó de algumas dessas crianças diz que seus netos estão interessados em frequentar a Escola Dominical porque sentem o amor genuíno que os membros da nossa igreja têm por eles. Ela mencionou, e as reportagens da mídia confirmam, que a área onde essas crianças moram tem problemas de criminalidade, drogas e pobreza.
Nessa manhã em particular, quando cheguei à casa das crianças, a avó estava doente e as crianças não estavam prontas. A avó começou a chorar e os netos tentaram consolá-la. Orei em voz alta com ela, declarando que o Amor era o seu Pastor e a própria fonte de sua saúde.
Era tão claro para mim que ela fora criada à imagem de Deus e refletia a substância e a inteligência perfeitas da Vida! Eu sabia que ela era saudável e completa. O apoio confortador do Cristo encheu meu coração, quando me inclinei para dar-lhe um grande abraço carinhoso. Acho que ambas nos sentimos envolvidas pelos braços do Amor sempre presente. Prometi que oraria por ela.
Parece que esse amor do Cristo também foi sentido pelas crianças. Durante a aula da Escola Dominical, uma das crianças que eu havia trazido e que costumava ter um comportamento particularmente difícil, mostrou-se muito cooperadora. Ela disse que tentaria ser mais paciente e compreensiva, quando precisasse ajudar em casa. Com a oração que eu tenho feito por essa criança, como sua professora na Escola Dominical, ela começou a ter um comportamento mais estável.
Naquele dia, foi como se todos nós estivéssemos receptivos e sentindo a descida do Espírito Santo, como a ação do Amor divino se manifestando em toda a turma, elevando o pensamento de cada um de nós. Lembrei-me de uma declaração de Mary Baker Eddy, citada por uma pessoa que a conheceu pessoalmente. Segundo essa pessoa se recordava, (o mais fielmente possível), a Sra. Eddy disse, falando de sua obra de cura: “Eu vi o amor de Deus envolvendo o universo e o homem, preenchendo todo o espaço, e esse Amor divino permeou de tal maneira minha própria consciência que amei tudo o que eu via, com a compaixão semelhante à do Cristo” (We Knew Mary Baker Eddy, Vol. I, Expanded Edition [Reminiscências de pessoas que conheceram Mary Baker Eddy, Vol. 1, Edição Ampliada], p. 153).
Quando voltamos para casa, a avó havia melhorado muito e reconheceu ter sentido a presença sanadora do Amor. Ela conseguiu dirigir o carro naquele mesmo dia e, no dia seguinte, estava completamente bem. O Confortador fora sentido e demonstrado.
Ao trabalhar com essas crianças, descobri que preciso ser persistente na compreensão de que tanto elas, como cada um de nós, vivemos somente no reino dos céus e que o reino da Mente divina é a única influência verdadeira. Como em todas as famílias, também em minha turma da Escola Dominical o amor fervoroso e a oração diária são essenciais.
Constato continuamente que esta orientação da Sra. Eddy é vital para manter a paz e o propósito genuínos: “Quando a ilusão da doença ou do pecado te tentar, agarra-te firmemente a Deus e Sua ideia. Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 495).
A avó disse que ela percebe que agora há mais paz no relacionamento com um vizinho. As constantes provocações e brigas entre seus netos e o filho do vizinho, que também frequenta a Escola Dominical, diminuíram muito. Onde as altercações eram uma ocorrência diária, agora existe um relacionamento mais harmonioso. Tem sido muito encorajador constatar que o reino dos céus, o reino da harmonia, está visivelmente se estabelecendo nessa situação.
Após a Escola Dominical, naquele dia, fui até uma loja de departamentos para devolver alguns artigos de Natal. Era um dia excepcionalmente brilhante, ensolarado, e quando dei a ré para sair da minha vaga, no estacionamento, o sol me ofuscou e, inadvertidamente, bati em um carro que passava atrás de mim. Antes de sair do carro, tive claramente o pensamento: “Isso nunca aconteceu”. Isto é, eu realmente senti que na lei da harmonia de Deus, não poderia haver um acidente. Eu tinha visto tantos sinais do cuidado de Deus naquele dia, que isso não podia acontecer e inverter o amor confortador de Deus que eu sabia ser uma lei para o meu dia.
A motorista do outro carro mostrou-me muito calmamente um grande amassado em seu para-choque e disse que deveríamos trocar entre nós o número de telefone. Quando olhei para ela, tive o profundo impulso de conversar mais, além de resolver os trâmites do acidente. Disse-lhe algo assim: “É tão bom ver todos sorrindo e seguindo seu caminho e como é importante reconhecer o cuidado do Amor para com cada um de nós”. Vi lágrimas brotando em seus olhos. Acho que foi o amor reconfortante de Deus tocando o coração dela.
Foi como se todos nós estivéssemos sentindo a ação do Amor divino se manifestando em toda a turma.
Então, de repente, ouvimos um forte estalo e vimos que o para-choque estava normal; o ponto amassado havia se desempenado. Ambas agradecemos a Deus. A mulher estava atônita e ficou muito grata. Ela simplesmente disse que se tivéssemos de entrar em contato uma com a outra seria só por amizade. Essa foi uma evidência do cuidado do Amor e provou para mim que era o poder e a lei de Deus, o bem, que estava verdadeiramente governando o dia.
Em realidade, a lei divina do bem mantém o homem sob proteção completa. Na verdade, não estamos sujeitos ao acaso; estamos somente sob a lei do bem divino e, à medida que compreendemos isso, podemos encontrar a solução apropriada para erros involuntários. Mary Baker Eddy escreve: “A lei de Deus é a lei do Espírito, uma força moral e espiritual da Mente imortal e divina” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 257).
Mais tarde, senti-me impelida a ligar para aquela mulher e desejar-lhe bom trabalho no dia seguinte. Agradeci-lhe por sua generosa paciência e bondade. Ela disse que, depois da nossa conversa, havia sentido uma alegria e inspiração que não sentia antes, e de que muito precisava.
O versículo da Bíblia que frequentemente me vem à mente em circunstâncias difíceis é: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição...? Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:35, 37).
Portanto, o amor reconfortante de Deus é a lei que capacita cada um de nós a obter a vitória sobre qualquer acidente, doença ou angústia. Podemos deixar que o Amor divino, Deus, o Tudo-em-tudo, e Seu Cristo, preencham nosso pensamento e então podemos afirmar que, devido ao fato de que o Amor é tudo, nenhuma desarmonia pode estragar nosso dia.
À medida que nos esforçamos para deixar que o Cristo, com sua luz do Amor, ilumine nossa experiência, qualquer que seja a circunstância, “levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Coríntios 10:5), somos capazes de nos afastar das errôneas crenças e experiências mortais, porque sabemos que a lei do bem sempre presente está realmente governando tudo. Dessa forma, encontramos a cura e a transformação em nossa vida. Essa é a evidência do cuidado reconfortante do Amor.
