Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy faz a pergunta: “Qual é a declaração científica sobre o existir?” e oferece esta resposta: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal; a matéria é o erro mortal. O Espírito é o real e eterno; a matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual” (p. 468).
Recentemente no Sentinel Watch, um podcast do Christian Science Sentinel, Rita Polatin pediu à Praticista e Professora da Ciência Cristã Janet Clements que relatasse suas ideias sobre “a declaração científica sobre o existir”. Segue abaixo um resumo editado dessa entrevista, que inclui perguntas recebidas dos ouvintes do Sentinel Watch.
Nossa primeira pergunta vem da Califórnia: “Por que ‘a declaração científica sobre o existir’ é chamada de ‘científica’?”
Bem, sugiro que simplesmente vejamos todas as palavras desse título “declaração científica sobre o existir” e analisemos o que cada uma significa, depois podemos reuni-las. Por exemplo, científica significa: “de acordo com as regras ou princípios da ciência”. Portanto, essa declaração é um entendimento abrangente da verdade. E aqui o termo não está se referindo a uma verdade humanamente científica, mas sim à Ciência divina, o Confortador, ou Espírito Santo, que Cristo Jesus profetizou. Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy define o Espírito Santo como “a Ciência divina; o revelar-se da Vida, da Verdade e do Amor, que são eternos” (p. 588).
Então, se tomarmos o termo declaração, uma das definições é “uma série de fatos”. Portanto, poderíamos dizer que “a declaração científica sobre o existir” é um desdobramento ordeiro, sequencial, da Verdade. E a palavra existir significa: “permanecer, continuar, estar presente, agora”.
Colocando essas ideias todas juntas, podemos dizer que “a declaração científica sobre o existir” é a sequência de um desenvolvimento, um desdobramento, da Ciência divina, do Espírito Santo, que permanece continuamente presente, agora.
Nossa próxima pergunta vem de Pensacola, na Flórida: “É razoável sugerir que ‘a declaração científica sobre o existir’ é, ou pode ser, o tratamento mais importante para os males humanos?”
Acho que “a declaração científica sobre o existir” é a base de qualquer tratamento para os males humanos, pois ela abrange a harmonia ininterrupta e eterna do universo da Mente, que existe agora e sempre. Essa verdade torna impossível qualquer mal ou desarmonia.
Na declaração, encontramos o contraste entre o que é verdadeiro e o que não é. É como uma linha de demarcação e é específica em negar o irreal e afirmar o real, culminando na conclusão lógica. E o tratamento que é corretamente concluído cura, quando fundamentado na irreversível certeza de que a Mente, Deus, é o único poder e está sustentando a perfeição de cada uma de Suas ideias.
Isso é realmente o que “a declaração científica sobre o existir” faz, e tenho um exemplo disso. Uma amiga minha teve um problema com o qual vinha lutando havia algum tempo e sua experiência demonstra o fato de que levar o tratamento a uma conclusão lógica traz a cura.
O que aconteceu?
Bem, ela havia orado profundamente, mas sem conseguir a cura. Em seguida, foi inspirada a simplesmente deixar a Bíblia aberta, e seus olhos caíram sobre estas palavras de Deus a Moisés, quando os filhos de Israel vagavam pelo deserto: “Tendes já rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte” (Deuteronômio 2:3). Para minha amiga, isso significou que a cura estava agora bem à mão, e ponto final, não havia nenhuma necessidade de continuar dando voltas. Essa compreensão de que a perfeição é completa trouxe a cura.
A Palavra de Deus declara que toda a criação está terminada, completa, conforme lemos no primeiro capítulo da Bíblia: “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército” (Gênesis 2:1). Seja o que for que uma ideia de Deus necessite, já está incluído nela, portanto, nada está faltando nem está danificado ou doente. Nada precisa ser melhorado. Tudo, a criação inteira, está no ponto da perfeição, da integridade e da plenitude.
Mas a mente humana é sempre inconclusiva, nunca admite a plenitude. Ela dá voltas e voltas em torno de um problema, como aconteceu com minha amiga, que afirmava vigorosamente os fatos sobre a perfeição do homem e negava firmemente o mal. Contudo, tal qual um avião voando em círculos sobre o aeroporto, mas nunca aterrissando, ela também não havia chegado a uma conclusão completa em seu pensamento.
Portanto, o tratamento com afirmações e negações não é, por si só, suficiente; a mente humana necessita abandonar a suposta base da matéria e abrigar-se na única Mente real que existe, ou seja, Deus. À medida que compreendemos que Deus fez Sua criação completa, e aceitamos o fato de que o homem é uno a essa Mente, nós naturalmente renunciamos ao senso de termos uma mente pessoal separada de Deus. Então, nos regozijamos na plenitude da Mente divina, e isso traz a cura completa. Em realidade, quanto maior a rapidez e a humildade com que cedemos ao fato de que a Mente é tudo, menos demora há na cura.
A Sra. Eddy explica isso, quando escreve: “Só quando se compreende que existe um único poder ― não dois poderes, a matéria e a Mente ― é que se chega a conclusões lógicas e científicas” (Ciência e Saúde, p. 270). E “a declaração científica sobre o existir”, que declara que a Mente é Tudo-em-tudo, leva o pensamento à conclusão científica e lógica de que o homem é perfeito e completo.
Isso é poderoso e prático. Nossa próxima pergunta vem de Washington e é sobre Salmos 46:6, que diz: “...ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve”. O ouvinte pergunta: “Na página 97 de Ciência e Saúde, a Sra. Eddy escreve sobre o versículo: ‘Esse trecho das Escrituras indica que toda a matéria desaparecerá ante a supremacia do Espírito’. Você poderia explicar isso? Parece que ela está dizendo que a matéria não é substancial e que o Espírito é a substância real da identidade. O que estamos negando quando negamos a realidade da matéria? O que é exatamente o Espírito?”
Boas perguntas! Sim, definir o que a matéria é esclarece a mensagem da “declaração científica sobre o existir”. Uma maneira de descrever a matéria é que ela tem a ver com medições ou limitações. Quando dizemos que não existe matéria, acaso não estamos dizendo que não há nenhuma finitude, nenhum limite? Negar a matéria envolve negar a finitude.
Com a frase toda: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria”, podemos incluir a ideia de que não há nenhuma vida que esteja se acabando, nenhuma verdade ou realidade que esteja contida dentro de limites, nenhuma inteligência que diminua, nenhuma substância que se desgaste. Vida, verdade, inteligência e substância não têm duração limitada nem prazo de validade.
Além disso, na “declaração científica sobre o existir”, onde encontramos: “a matéria é o irreal e temporal”, temporal significa: “medido ou limitado pelo tempo”. Portanto, poderíamos dizer que o tempo é uma medida mortal. Podemos ver que, no pensamento mortal, o Espírito sempre presente ficaria dividido em passado e futuro. Mas não existe nenhuma divisão do Espírito infinito, nenhuma medição da infinitude. O Espírito está sempre no eterno agora.
Mas não existe nenhuma divisão do Espírito infinito, nenhuma medição da infinitude.
É muito interessante ver qual é a próxima afirmação na “declaração científica sobre o existir”, porque ela diz: “Tudo é a Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo”. Ao invés de finitude e medição, essa declaração adota a infinitude da Mente divina e sua manifestação infinita.
Uau! Isso nos dá muitas ideias com as quais trabalhar. A próxima pergunta, da cidade de Nova York, toma como base a pergunta anterior: “Levando-se em conta que manifestar significa ‘tornar aparente’, como posso compreender melhor a manifestação da Mente, que não tem nenhum acompanhamento material? Faço essa pergunta porque estou orando pelo meu cachorro doente e a cura está demorada. Sei que Jesus deu graças antes de ver a cura, mas não está claro para mim como a manifestação da perfeição do meu cachorro deve ser vista e reconhecida, antes que ela se torne aparente”.
Abordarei a primeira parte de sua pergunta e em seguida darei o exemplo do meu próprio cachorro, que pode ser útil. Primeiro, o Dicionário Cambridge diz que a palavra manifestação significa “demonstração da existência de uma determinada condição”. Portanto, poderíamos dizer que a Mente divina infinita está revelando como é sua própria expressão perfeita infinita. Então, poderíamos perguntar: “O que a Mente inclui?” Bem, ela inclui ideias. Portanto, a Mente infinita está contemplando suas ideias ou manifestações infinitas. Uma vez que nós somos um, existindo com a Mente infinita, que é Deus, nós contemplamos as ideias perfeitas, infinitas, da Mente. Assim, a cura é a revelação na consciência daquilo que já existe, ou seja, nossa unidade com a Mente, como a manifestação da Mente.
Aqui estão algumas ideias sobre a cura do seu cão. A cura, podemos dizer, é uma questão de percepção. Em realidade, nós não estamos mudando a criação sempre muito boa de Deus, que está terminada e é completa, mas estamos levantando o véu do senso pessoal e material que esconde ou interpreta mal a presença dessa criação. A Ciência Cristã explica que aquilo que vemos como sintomas de uma doença tem como base a visão pessoal, o senso pessoal, e essa percepção, obtida através dos sentidos materiais, é mental e depende das crenças adotadas por um mortal. Portanto, quando a crença é mudada ou removida por meio do Cristo, a Verdade, todos os sintomas físicos mudam, porque a crença, e sua manifestação sob a forma de sintomas, são uma e a mesma coisa.
Ciência e Saúde diz: “Quando a crença errônea é corrigida, a Verdade envia uma mensagem de saúde ao corpo inteiro” (p. 194). Essa mudança de uma base material para uma base espiritual é produzida pelo poder e atividade do Cristo, a mensagem divina que revela a verdade como Deus a conhece. É a verdade que nos liberta das falsas crenças, ao revelar nossa união com a Mente divina que contempla sua própria manifestação perfeita e infinita. Esse é realmente o impulso sanador da “declaração científica sobre o existir”, que serve para corrigir as crenças errôneas e irreais da matéria com o fato de que a Mente é tudo.
A cura do meu cachorro exemplifica essas ideias. Uma noite, estávamos reunidos em família e eu estava coçando carinhosamente meu cachorro sob o queixo e notei que ali havia um caroço do tamanho de uma bola de golfe. Não sabemos quando esse caroço apareceu, mas ali estava ele. Como família, decidimos ir cada um ao seu quarto para orar pelo nosso querido cachorro. Foi o que fizemos e, no dia seguinte, o caroço começou a drenar. Depois de um ou dois dias, porém, o caroço parou de drenar e ficou maior.
Então, nos reunimos em família e perguntei: “Qual é o pensamento que precisamos tratar aqui? Qual é o erro?” Meu filho começou a falar com voz chorosa: “Bem, nós sempre podemos levá-lo ao veterinário”.
Comecei a pensar sobre isso e quando nos separamos eu me perguntei: “Será que eu acredito que exista mais de uma maneira de realizar a cura? Será que eu acredito que Deus é Tudo-em-tudo e que a fonte da saúde e da harmonia está em Deus? Ou acredito que podemos levar o cachorro ao veterinário ou fazer outras coisas para que a cura ocorra?” Então, a resposta foi clara: Deus é Tudo-em-tudo. Deus é supremo.
Portanto, comecei a pensar em tudo o que está implícito no fato de que Deus é Tudo-em-tudo. Por exemplo, existe apenas uma única lei e essa é a lei de Deus. Não existe nenhuma lei médica ou lei de doença; existe apenas a lei do bem, da harmonia e da saúde. Existe apenas uma única substância, ou seja, a substância do bem, a substância do Espírito divino, não da matéria. Existe apenas uma única ação, a ação da Mente divina, não a ação da doença. Então, à medida que pensava sobre todas as coisas que são verdadeiras a respeito do único Deus, cheguei a esta conclusão lógica: não existe nenhuma outra lei, substância ou ação a não ser as de Deus, e eu simplesmente descansei nessa certeza. Tive um maravilhoso senso de paz, de que tudo estava bem.
O cachorro estivera deitado aos meus pés enquanto eu orava. Então, levantei-me e levei-o ao parque, que fica a cerca de dez minutos de caminhada. Quando voltamos, não havia mais nada sob seu queixo. O caroço desaparecera completamente. E onde foi que ocorreu a revelação da supremacia da Mente, da unicidade e totalidade de Deus, o bem,? Foi no pensamento, não foi? Eu havia deixado de pensar que havia muitas maneiras de se obter saúde e me firmara apenas em uma única fonte de saúde e harmonia, Deus. Essa mudança de pensamento, por meio do Cristo, foi a cura. E, uma vez que o físico é apenas pensamento manifestado, quando o pensamento se espiritualiza, dizemos então: “Estamos curados”. Mas, o que está realmente acontecendo é que a manifestação da Mente divina está sendo aceita e fica revelado que essa manifestação está presente, aqui e agora.
Eu me firmara apenas em uma única fonte de saúde e harmonia, Deus.
Nossa próxima pergunta vem de Johannesburgo, África do Sul: “O que significa ser ‘espiritual’?”
Bem, poderíamos começar perguntando: “O que é o Espírito?” O Glossário de Ciência e Saúde define Espírito como “substância divina; a Mente; o Princípio divino; tudo o que é bom; Deus; só aquilo que é perfeito, eterno, onipresente, onipotente, infinito” (p. 594). Também na Bíblia, a palavra espírito ― pneuma no grego ― significa “respiração, sopro” ou “princípio vital”. Portanto, o Espírito é Deus, e é a substância divina, o Princípio divino; a atividade, o poder e a energia de Deus. Essa atividade, essa substância do bem está infinitamente presente e é poderosa ― eterna, perfeita e completa.
O homem é a expressão individual de Deus, do Espírito, portanto, o homem é espiritual. Além disso, a substância, a essência, do homem é o bem. Essa substância é infinita, completa e perfeita, não lhe falta nada. A substância do homem é eterna; ela opera sem se desgastar. Ela é tão ilimitada e inexaurível como a infinidade. O bem do homem é acionado e fortalecido pela energia divina do Espírito, eternamente desdobrando individualmente a atividade do bem. Temos a oportunidade de tomar posse de nossas capacidades infinitas para fazer o bem, porque a fonte do bem que nós expressamos é o Espírito, Deus.
Nossa última pergunta vem de Pittsburgh, Pensilvânia: “Eu apliquei ‘a declaração científica sobre o existir’ durante muitos anos e enriqueci seu uso e aplicação estudando o capítulo de Ciência e Saúde intitulado: ‘A Ciência do existir’. O que mais posso fazer para aprofundar minha compreensão dessa dádiva poderosa?”
O capítulo “A Ciência do existir” é realmente uma versão expandida da “declaração científica sobre o existir”. Uma das citações de abertura é de Martinho Lutero: “Aqui estou. Não posso agir de outra maneira; Que Deus me ajude!” (p. 268). Certamente esse capítulo assenta sobre a plataforma da unicidade e totalidade da Mente divina e em quase todas as páginas desse capítulo a nulidade da matéria é sempre abordada de alguma maneira. A Sra. Eddy começa o capítulo mencionando as duas teorias, ou seja, que tudo é a Mente, ou que tudo é matéria ― qual delas é verdadeira? Nas páginas seguintes, ela responde a essa pergunta minuciosamente. Portanto, continue estudando esse capítulo e o significado infinito da “declaração científica sobre o existir” se tornará cada vez mais claro.
Isso é algo que todos nós podemos fazer. Bem, Janet, você tem alguma mensagem que gostaria de nos deixar, antes de encerrarmos?
Quando abrimos nosso pensamento para a mensagem da “declaração científica sobre o existir”, descobrimos que ela é sempre nova e infinita em inspiração e em seu impulso sanador. A Sra. Eddy escreveu em Retrospecção e Introspecção: “S. Paulo disse aos atenienses: ‘Pois nEle vivemos, e nos movemos, e existimos’. Essa declaração é, em substância, idêntica à minha: ‘Não há vida, verdade, substância nem inteligência na matéria’. Está bem claro que essa sublime verdade ainda não foi plenamente demonstrada; mas, apesar disso, é verdadeira. Se a Ciência Cristã reitera o ensinamento de S. Paulo, nós, como Cientistas Cristãos, devemos dar ao mundo a prova convincente da validade dessa declaração científica sobre o existir. Tendo percebido, antes dos outros, esse fato científico, temos para conosco e para com o mundo a obrigação de lutar para demonstrá-lo” (pp. 93–94).
Incontáveis curas aconteceram ao recorrer à mensagem da “declaração científica sobre o existir”. Pessoas demonstraram, e continuarão a demonstrar, de alguma maneira modesta, essa declaração científica sobre todo o existir. E o mundo continuará a ser abençoado pela fidelidade de cada um a essa mensagem.