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Original para a Internet

O que significa ser espiritual

Da edição de agosto de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 24 de maio de 2018.


Ao navegar pelas minhas páginas nas redes sociais, algo chamou minha atenção: #EuNãoSouOMeuPerfil. Uma rápida leitura em alguns tuítes com esse hashtag me levou a várias publicações, todas refutando a alegação de que nossa identidade pudesse ser resumida em um determinado número de caracteres, ou simplesmente criada a partir de alguma imagem ou estereótipo manipulado. A mensagem era clara. Somos muito mais do que uma categoria sujeita à interpretação, não importa se estamos lidando com identidade de gênero, identidade digital, identidade baseada em idade, raça e preferências pessoais, ou até mesmo, identidade equivocada.

Ao final de sua carreira, o próprio Jesus teve de lidar com a questão de ser corretamente identificado. As multidões se aproximavam dele e eram curadas, inspiradas e alimentadas, tanto espiritual, quanto literalmente. Os fariseus e os saduceus continuavam a provocá-lo. Mas quem de fato era ele? Havia confusão a esse respeito, como está registrado em Mateus. Certo dia, quando os discípulos estavam reunidos, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas. Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” 

Pedro, então, foi direto: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (16:13–16). Pedro enxergou para além do senso humano, enxergou a realidade espiritual da identidade de Jesus, o Cristo, a representação divina de Deus.

Mary Baker Eddy descobriu o Princípio divino que dava base às palavras e obras de cura do Cristo e escreveu sobre sua descoberta em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. O que ela articulou se afasta de maneira radical da forma de nos definirmos materialmente. Uma sinopse inédita de sua descoberta, conhecida como “a declaração científica sobre o existir”, estabelece o fato de que Deus é tudo, estabelece a relação de Deus com o homem, e o fato de que a matéria é o nada. Ela começa com: “Não há vida, verdade, inteligência nem substância na matéria” e termina com: “O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; ele é espiritual” (Ciência e Saúde, p. 468).

O que significa ser espiritual? A resposta simples é que Deus, o Espírito, nos criou, portanto, refletimos o Espírito divino. O que nos dá intensa alegria, ao compreender a Deus, é que nos ajuda a compreender o que somos, dando-nos discernimento a respeito da nossa verdadeira espiritualidade, bem como da verdadeira espiritualidade de todos. Basta um discernimento espiritual para causar um efeito dominó e trazer à tona outros discernimentos espirituais. Ciência e Saúde explica: “Deus expressa no homem a ideia infinita que perpetuamente se revela, se expande e se eleva cada vez mais, procedendo de uma base sem limites. A Mente manifesta tudo o que existe na infinitude da Verdade. Sendo o homem a verdadeira imagem e semelhança divina, só sabemos a respeito dele o que sabemos a respeito de Deus” (p. 258).

Pode parecer radical pensar que nós, em nosso verdadeiro valor, dignidade e propósito, não temos origem em características físicas e materiais, nem na história humana, mas sim, em uma causa espiritual. Mas Deus, que é a Vida, a Verdade e o Amor, é a causa única e a única origem da vida. Nós somos espirituais. Não estamos fadados a ser conhecidos por um perfil pessoal nem a estar presos em um senso inferior de ego, ou a ser presunçosos e distantes dos outros por um senso superior de ego, mas cada um de nós é conhecido por Deus como o amado do Amor. 

Quando abandonamos os traços de personalidade aos quais estivéramos apegados, tais como fraqueza moral, anseios e vícios, ou seja, conceitos materiais limitados que produzem medo, insegurança e voluntariosidade, não perdemos nada de valor. Ao abandonar essas alegações materiais e sem substância, ficamos livres para abraçar nossa individualidade espiritual. Ciência e Saúde explica: “A individualidade do homem não é menos tangível por ser espiritual e por sua vida não estar à mercê da matéria. A compreensão de sua individualidade espiritual torna o homem mais real, mais capaz de se valer da verdade, e o habilita a vencer o pecado, a doença e a morte” (p. 317).

Nossa individualidade espiritual pode superar as limitações, os males e os pecados da materialidade. Como? Nossa espiritualidade é nossa conexão com a Verdade, o Amor, o Espírito, todos eles sinônimos de Deus. Essa é a realidade e a substância de nossa existência. Seu resplendor consome tudo o que é dessemelhante ao Espírito. O Espírito é supremo. Em suma, a materialidade é tudo aquilo que é dessemelhante do Espírito, e leva o pensamento de um lado para o outro até, por fim, se autodestruir. A espiritualidade é aquilo que conduz o pensamento para cima, que o expande e o leva para diante e, por fim, multiplica o bem. Não existe alegação material ou categoria do mundo material capaz de conter a magnitude de nossa espiritualidade.

No final de cada culto da Ciência Cristã, “a declaração científica sobre o existir” é lida juntamente com o trecho correlativo da Bíblia em 1 João, atribuído ao discípulo João, considerado por alguns estudiosos como o discípulo mais amado e que viveu por mais tempo. Esses versículos explicam com ternura premente como podemos chegar a ver para além da identificação com base na materialidade, e assim compreender nossa herança espiritual e o que significa ser espiritual.  

“Vejam como é incrivelmente grande o amor que o Pai tem para conosco, permitindo que sejamos chamados filhos de Deus; e de fato, não só somos chamados dessa maneira, mas realmente somos filhos de Deus. Nossa herança, que vem de Deus, não é mera figura de linguagem. Isso explica por que o mundo não quer reconhecer-nos, assim como não reconheceu o Cristo. Ó filhos queridos, (perdoem-me o afeto de um ancião!) vocês entenderam isso? Aqui e agora somos filhos de Deus. Não sabemos o que vamos ser no futuro. Só sabemos que, se a realidade aparecesse, teríamos de refletir essa semelhança, pois teríamos de vê-lo tal como ele realmente é! Todo aquele que no fundo do coração tem essa esperança, permanece puro, pois sabe como Cristo é puro (1 João 3:1–3, trecho traduzido para o português diretamente da versão bíblica de J.B. Phillips, The New Testament in Modern English [O novo testamento em inglês moderno]). 

Kim Crooks Korinek
Redatora-Adjunta

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