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Original para a Internet

O Amor divino nos mostra como prosseguir

Da edição de agosto de 2018 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 11 de junho de 2018.


Em uma sociedade orientada para o produto e para os resultados, é tentador concentrar-nos apenas no destino final, como comumente se diz, em vez de na jornada. Às vezes, até mesmo na minha prática espiritual, vejo como é fácil desviar o foco para o resultado, em vez de em como vou chegar lá. Graças à Ciência Cristã, há pouco tempo aprendi uma grande lição sobre a diferença entre essas duas coisas. 

Fui contratada por uma empresa local para conduzir um seminário de redação para assuntos comerciais para os funcionários. O curso seria dividido em seis aulas. Na primeira aula correu tudo bem, mas o clima era mais intranquilo do que nas aulas que eu ministrara anteriormente em outros locais. Achei uma justificativa, pensando que se tratava de um período de ajuste. Mas no final da segunda aula, eu estava à beira das lágrimas. Parecia não haver um meio de controlar a turma. Usavam linguagem chula, contavam piadas grosseiras, me interrompiam e eram, de modo geral, muito rudes. Eu fiquei abalada. Quando a presidente da empresa tomou conhecimento do que estava ocorrendo, tive a esperança, no fundo do coração, de que ela me dispensasse, mas ela não fez isso. Eu teria de ficar com a turma, e decidi resolver esse problema por meio da oração, já que eu não via outra solução.  

Eu sabia que precisava amar os alunos, porque o amor era uma exigência cristã para mim, a de ver cada filho de Deus como Deus o vê (ver João 13:35, por exemplo). Tanto o cristão por excelência, Cristo Jesus, quanto Mary Baker Eddy, a Descobridora do Consolador profetizado, a Ciência Cristã, vivenciaram constantemente esse amor. E mostraram aos seus seguidores como fazê-lo, ao expressar a misericórdia e o discernimento dados por Deus, exercendo a capacidade de identificar e aceitar o que é verdadeiro, e identificar e rejeitar o que é falso. 

Aquilo que a Palavra de Deus revela à consciência receptiva sobre Seu filho, como Sua imagem e semelhança, é verdadeiro; ao passo que a visão material, apresentada pelo senso mortal do ego, é falsa. “Jesus reconhecia na Ciência o homem perfeito, que lhe era visível ali mesmo onde os mortais veem o homem mortal e pecador. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 476–477).

Quando rejeitamos a falsa imagem, que alega ser uma parte da nossa verdadeira natureza, e da dos outros, também rejeitamos a mentalidade mortal que alega ser nosso próprio pensamento. Assim vemos a nós mesmos e aos outros como inocentes, e os perdoamos. Esses são conceitos que vim a compreender por meio do meu estudo da Ciência Cristã. 

De início, precisei conter o pânico e o pavor de voltar para a sala de aula com todas essas pessoas. Acalmei o pensamento com um desejo profundo: “Mostra, Pastor, como andar” — palavras de um poema de Mary Baker Eddy, musicado para o Hinário da Ciência Cristã, 304, tradução © CSBD).  

Então, pensei: “Só preciso amá-los”. Esse conceito me era familiar, mas, naquele momento, parecia abstrato devido ao pensamento que o seguiu: “Sim, mas você não foi contratada para amá-los”.

Em seguida, me veio esta simples ideia: Fui contratada para dar-lhes o curso de redação para fins comerciais e eu demonstrava meu amor por eles ao cumprir com meu compromisso de ensinar-lhes essa matéria. “Mostra, Pastor, como andar” eram as palavras que eu estivera mantendo no pensamento. Como andar, não onde ir ou qual o caminho. Como amá-los significava dar-lhes esses conhecimentos; como fazer isso significava amá-los. O Amor divino, afirmei, me mostraria como fazer as duas coisas. 

Pensei no Salmo 23, em que esse Amor elimina o caos, a ignorância e a carência. Ele começa assim: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (versículo 1); e no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy lança uma luz sobre esse Salmo, substituindo a palavra “Senhor” pela expressão “O Amor Divino”: “[O AMOR DIVINO] é o meu pastor: nada me faltará” (p. 578). Comecei a ver como o poema com o qual eu estivera orando, “Apascenta as minha ovelhas”, aquele que começa com “Mostra, Pastor…” está maravilhosamente relacionado com esse Salmo. 

Reconheci a mim mesma e aos alunos como “ovelhas” (inocentes e amadas), sendo cuidadas pelo Amor divino.

Reconheci que tanto eu como os alunos éramos “ovelhas” (inocentes e amadas), sendo cuidadas pelo Amor divino. Fui à aula seguinte com humildade e disposta a confiar no nosso Pastor. Senti muita paz, como a “ovelha”, capaz de repousar em pastos verdejantes e ficar junto às “águas de descanso”, vendo a mim mesma e aos outros como reflexo de Deus.

Na aula seguinte, eu já estava preparada para dar um discurso inspirativo ou simplesmente seguir o plano de aula, sem me deter, mas não foi o que aconteceu. Em vez disso, os alunos se abriram comigo e entre si, confessando suas inseguranças quanto às habilidades para escrever.

Embora a aula tivesse ficado quase toda nessa conversa inesperada, sem o plano que eu havia preparado, deixei que o Amor divino me mostrasse como andar: ouvir com amor, paciência e compaixão. Eles estavam sendo sinceros ao falar sobre a necessidade de se sentirem validados e dignos.

Quase no fim da conversa, compartilhei alguns pensamentos e concordamos em que a aula era uma oportunidade a ser apreciada, pela qual eles poderiam ser gratos. Era uma alusão a estar na presença de “adversários”, com um banquete para todos nós, oferecido pelo Amor (ver Salmos 23:5).

Na aula seguinte, já estávamos em dia com meu planejamento. Terminamos o restante do seminário nas semanas logo após, com um senso de camaradagem, bom humor e respeito. Depois do exame que lhes dei ao final do curso, ficou evidente que os alunos haviam aprendido muito, e a presidente ficou satisfeita com os resultados.

Essa experiência foi transformadora para mim. Ensinou-me a mudar o foco do que eu pensava que deveria estar realizando, e pensar em como chegar lá. Quando há necessidade de cura, pensamos, às vezes, no objetivo, que deveria ser o resultado (fazer cessar a dor, conseguir pagar as contas, curar um coração partido, ser respeitada em aula). Essa forte urgência de ver a modificação aparecer no resultado, o que seria um objetivo desejado, explica a atração para a medicina material ou para qualquer remédio material de efeito rápido.

É claro que é correto e natural visualizar uma experiência melhorada e curada. Mas praticar a Ciência Cristã, como indicado no Salmo 23, inclui um resultado de cura que é muito mais amplo, profundo e permanente do que um mero “objetivo” modificado. A orientação do Amor Divino de “como andar” nos capacita para mudar como pensamos; e isso muda o objetivo ao qual chegamos.

Mary Baker Eddy escreveu: “Quando aprendemos na Ciência a ser perfeitos, assim como nosso Pai no céu é perfeito, o pensamento envereda por vias novas e salutares — volta-se para a contemplação das coisas imortais e já não olha para a materialidade, mas sim para o Princípio do universo, que inclui o homem harmonioso” (Ciência e Saúde, p. 276). 

Mesmo que estejamos passando por algo dramático, como “o vale da sombra da morte” ou qualquer circunstância avassaladora que possa ser considerada uma “escarpa”, podemos prosseguir sem medo. Podemos seguir a orientação de Deus e regozijar-nos em Sua presença confortadora.

O bordão e o cajado do Pastor põem freio à vontade obstinada, eliminam de nós os motivos “insensíveis” e anulam a presunção de uma retidão pessoal. Eles nos levam a despertar e a aceitar a promessa divina do Amor, nossa perfeição espiritual, o fato presente, porque somos os filhos de Deus, nosso Pastor Pai-Mãe. E, de fato, confiar em nosso Pastor, o Amor divino, e ser conduzidos por Ele ao Seu redil, é a nossa salvação.

No caso da minha experiência com esse curso, apenas ter os alunos calmos e comportados, que era um desfecho final desejável e visível, não teria sido uma cura por completo, caso esse tivesse sido o único resultado. Mas a orientação do Amor mostrou-me o modo como eu deveria andar. Mostrou-me como “Teu rebanho pastorear”, com amor, humildade e compaixão. “Nosso objetivo deveria ir além da fé, deveria ser o de encontrar os passos da Verdade, o caminho rumo à saúde e à santidade” (Ciência e Saúde, p. 241). O resultado foi muito mais do que uma sala de aula em ordem, embora ao final houvesse condições melhoradas ou, de certo modo, todos tivessem sido purificados e estivessem como as ovelhas do hino, “brancas para partir”. E percebi que habito na própria consciência do Amor.

Em minha experiência na sala de aula, e em muitas outras ocasiões, o compreender que Deus é o Pastor, o Amor divino, me ajudou a escutar a orientação sobre como andar, e a seguir adiante com alegria e domínio. Como prosseguimos? Com regozijo, sem medo, com amor e gratidão, com um coração disposto, reconhecendo o amor confortador e orientador do Cristo.

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