Faz algum tempo, eu estava sob tanta pressão no trabalho, que temia ter um colapso nervoso. Eu havia sido promovido poucos meses antes. Haviam dito que, devido à complexidade do trabalho, agravada por frequentes mudanças de regulamentos, seriam necessários dois ou três anos exercendo a função, até eu alcançar proficiência.
O trabalho exigia meticulosa atenção aos detalhes, mas os manuais com instruções para os procedimentos e para o software exclusivo da companhia eram incompletos e, às vezes, incongruentes. Os empregados designados como treinadores itinerantes algumas vezes davam informações contraditórias, gerando confusão e insegurança para os novatos na empresa, como eu.
Certo dia fui gentilmente informado de que, embora fosse evidente que eu tinha capacidade para desempenhar o aspecto técnico do trabalho, eu não estava dominando o assunto tão depressa como se fazia necessário. Deram-me o prazo de um mês para que eu ao menos duplicasse o número de casos que estava administrando, ou voltasse para a minha posição anterior, com a respectiva redução de salário.
Sendo estudante da Ciência Cristã, fiz o que pude, orando a respeito da situação, mas a “Lei de Murphy” (que diz que tudo o que puder dar errado vai acabar dando errado) parecia estar em ação. Passados quinze dias, meus índices estavam melhores, mas não o suficiente para alcançar a meta estabelecida. Na opinião de dois colegas novatos que trabalhavam comigo, eu não era talhado para esse tipo de ocupação. A pressão e o medo que eu estava sentindo eram mesmerizantes.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy diz: “Se os alunos não se curam rapidamente, devem recorrer logo a um Cientista Cristão experiente para ajudá-los” (p. 420). Assim, liguei para um Praticista da Ciência Cristã para tratar o medo e o estresse, e isso fez toda a diferença.
O praticista me ajudou a ver que somente Deus governa o homem, e não a opinião humana, ou alguma (suposta) lei de desastre; e que Deus, o bem, é a única “pressão” que pode de fato me influenciar. Ele mencionou um trecho de Ciência e Saúde, o qual diz: “Os Cientistas Cristãos têm de viver sob a constante pressão do mandamento apostólico de se retirar do mundo material e se separar dele” (p. 451).
Essas ideias me pareceram verdadeiras e fizeram total sentido para mim. Essa foi a grande virada. Parei de me questionar: “Vou conseguir, ou não?” e passei a pensar: “Estarei eu demonstrando bem a supremacia, a bondade e o poder irresistível de Deus, que tudo sabe e tem controle sobre mim e também sobre todas as pessoas envolvidas nesse trabalho?” Comecei então a reivindicar e a exercer, sobre o medo e o estresse, o domínio outorgado por Deus. Os pensamentos de que eu poderia vir a ter um colapso nervoso desapareceram.
As pessoas à minha volta, as quais eram amáveis e prestativas, mas estavam preocupadas quanto à minha capacidade de fazer o trabalho requerido, pareciam perceber a mudança que estava ocorrendo em meu pensar. Deixei de lado toda a preocupação com o que estava acontecendo sob o ponto de vista humano, e mantive no pensamento que o cuidado que recebemos de Deus e a provisão do bem são absolutos e permanentes, quaisquer sejam as circunstâncias materiais, pois Deus é o Espírito infinito. Conforme lemos na Bíblia: “...nele vivemos, e nos movemos e existimos...” (Atos 17:28). O medo já não podia esconder de mim essas verdades.
Então, poucos dias antes de terminar o período probatório, descobriram que um supervisor havia interpretado erradamente os meus índices de produção, e o resultado anterior havia de fato sido satisfatório. Não só foi revelada e corrigida essa injustiça, como também minha performance havia melhorado: meus índices haviam duplicado ou triplicado em relação ao mês anterior. Permaneci nesse emprego por vários anos mais, e por fim me aposentei depois de trinta anos nessa mesma empresa. E visto que algumas vezes fui ajudado por testemunhos publicados nos periódicos da Ciência Cristã, espero que o relato desta minha experiência possa trazer motivação a alguém. Sou muito grato pelo crescimento espiritual e senso de domínio que adquiri com essa experiência, e agradeço também pelo tratamento por meio da oração que recebemos dos praticistas da Ciência Cristã, os quais, com amor despojado de ego, estão prontos e acessíveis para ajudar a todos os que buscam apoio e cura espirituais.
Bruce Higley
Sacramento, Califórnia, EUA