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Original para a Internet

Reconstrução: uma oportunidade de renovação espiritual

Da edição de julho de 2019 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 14 de junho de 2019.


Como muitas outras pessoas, eu também fui andar ao longo do rio Sena para ver como estava a Catedral de Notre-Dame, no dia seguinte à luta de uma noite inteira contra o fogo.

A multidão era realmente impressionante, não havia apenas muitos parisienses e habitantes dos subúrbios da capital, mas também havia muitos turistas. Sentia-se uma doçura e uma reverência no ar, um senso palpável de afeto, um desejo de conversar com estranhos, como se eles fossem nossos vizinhos, um senso de pertencimento e interesse.

Esse sentimento de união, manifestado entre os que têm fé e os que não a têm, mostrou que a humanidade fora tocada de maneira profunda. Os amantes da arte estavam de luto, os religiosos foram tocados intimamente em sua fé, e os cidadãos e visitantes em geral talvez estivessem percebendo que algumas coisas nunca mais seriam iguais. Obras de arte históricas e culturais, humanamente insubstituíveis, haviam desaparecido para sempre. A fragilidade daquilo que acreditávamos estar lá para sempre, de repente estava chamando nossa atenção.

Enquanto refletia sobre isso, durante a caminhada, começaram a aparecer sinais de que haveria uma renovação. Promessas de apoio financeiro estavam começando a fluir da parte de muitas pessoas, na França e em todo o mundo, e o presidente francês também anunciou: “Vamos reconstruir”.

A razão pela qual uma ampla diversidade de pessoas tenha se unido espontaneamente, nesse senso compartilhado de reverência, talvez seja a de que tantos tiveram, de uma forma ou outra, a experiência de alguma perda irreparável e de grandes proporções. Muitas dessas pessoas devem ter sentido, em algum momento, que estavam atingindo o fundo do poço e que seria difícil se recuperar. 

Em minha própria experiência, tenho pensado em uma frase que consta de um hino, cuja letra é de autoria de Mary Baker Eddy, a Descobridora da Ciência Cristã, que diz simplesmente: "...perda é ganho" (Hinário da Ciência Cristã, Nº 207). É claro que isso não é literalmente verdadeiro em relação ao que nunca mais iremos tocar ou ver. Mas circunstâncias difíceis podem nos levar a valorizar de uma maneira nova aquilo que já tivemos, levam-nos a considerar as coisas não apenas como o olho as vê, mas sim, apreciar a majestade, beleza e perenidade que permanecem em nosso coração, quando passamos a ver em maior profundidade a verdadeira substância que a coisa “perdida” representava.

A Sra. Eddy faz esta pergunta simples e direta, em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O que é a substância?” Ela dá a seguinte resposta: “A substância é aquilo que é eterno e incapaz de manifestar desarmonia e sofrer deterioração. A Verdade, a Vida e o Amor são a substância, no sentido em que as Escrituras empregam essa palavra na epístola aos Hebreus: ‘A substância das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não veem’. O Espírito, sinônimo da Mente, da Alma, ou seja, Deus, é a única substância verdadeira. O universo espiritual, que inclui o homem individual, é uma ideia composta que reflete a substância divina do Espírito” (p. 468).

Podemos aceitar a necessidade de “reconstruir” como uma oportunidade de renovação espiritual que traz à tona o melhor de nós.

Visto que “a Verdade, a Vida e o Amor” ― que, como a Ciência Cristã explica são sinônimos para Deus ― “são substância”, nós os temos para sempre conosco, independentemente de como isso possa parecer aos sentidos materiais. Podemos pensar na “prova das coisas que se não veem”, por exemplo, como a inspiração do Espírito divino que nos anima com a coragem de recomeçar, como a energia da Vida infinita que nos dá forças para ir adiante, e como o abraço universal do Amor ilimitado que nos conforta e nos encoraja. 

Assim como alguém que chega ao fundo de uma piscina pode subir à superfície com um simples impulso, assim também nós podemos nos voltar para Deus ― a substância permanente e inquebrantável ― em busca de nova inspiração, que nos impulsione e oriente para seguir em frente. O amor de Deus conclama todos nós a encontrar, com ânimo renovado, os tesouros do nosso coração. E quando olhamos para o Espírito, Deus, como sendo a única substância verdadeira, constatamos que o verdadeiro tesouro está nas qualidades vindas de Deus, como alegria, força, majestade e inteligência. A madeira pode ser destruída, mas as qualidades que ela representa nunca podem ser perdidas, porque Deus as está expressando, em Sua criação espiritual, a todo momento. Portanto, podemos não apenas lembrar e apreciar as manifestações passadas dessas qualidades, mas também vivenciar ativamente essas qualidades e ver a evidência delas de novas maneiras, todos os dias.

Acho na história de Neemias, na Bíblia, uma inspiração a esse respeito. Neemias ficou muito triste ao saber que partes de sua cidade natal ancestral permaneciam em ruínas. Mas sua confiança em Deus o capacitou a vencer o pesar e a avançar ativamente no processo de reconstrução: “...o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos, nos disporemos e reedificaremos...” (Neemias 2:20). E eles realmente reedificaram. 

Uma simpática parisiense estava cheia de esperança, ao olhar o que restou da Catedral de Notre-Dame. Ela me disse: “Eles têm nos computadores todos os projetos do telhado perdido... Vai levar tempo, mas, se quiserem, eles podem reconstruir”. 

O tempo dirá se é isso o que vai acontecer. Mas o que quer que aconteça com uma estrutura física, quando estamos lidando com uma perda de grandes proporções, seja pessoal ou coletiva, podemos aceitar a necessidade de “reconstruir” como uma oportunidade de renovação espiritual que traz à tona o melhor de nós. Essa é uma possibilidade promissora e revigorante que está no coração de cada um de nós, onde quer que estejamos, porque a verdadeira substância ― a expressão eterna da Vida e do Amor divinos ― nunca pode ser extinta.

A Vida tudo novo faz,
Renova do homem o pensar.
...
Mais livre o passo e o respirar,
Mais ampla a vista e o porvir,
Na Vida a morte nunca está,
A Vida tudo novo faz.

(Samuel Longfellow, Hinário da Ciência Cristã, No. 218, trad. © CSBD)

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