Trinta e cinco anos já se passaram desde que vivenciei uma cura maravilhosa. Antes daquela cura, os médicos haviam previsto que eu teria danos permanentes no cérebro, ou mesmo que eu chegaria a morrer. Graças à prática sagrada da Ciência Cristã, fiquei bem e permaneço bem há trinta e cinco anos. Contudo, eu não achava que havia sido uma cura “real”, porque a completa recuperação levara algum tempo e não parecia ter — pela minha definição falha — as características de uma experiência de cura convincente (imediata) pela Ciência Cristã.
Certo dia, estava conversando com uma amiga sobre isso quando ela me perguntou por que eu nunca escrevera a respeito e enviara o testemunho para ser publicado nas revistas da Ciência Cristã. Eu lhe disse que nunca havia achado que a cura tivesse sido completa. Ela me perguntou se todas as previsões que me haviam sido apresentadas no diagnóstico médico haviam sido atendidas e curadas. Tive de responder que sim. “Então”, ela retrucou, “o que é que não foi completo?” Aquilo me despertou. Alguns meses depois, sentei-me para escrever o testemunho e me pareceu que o rascunho inicial praticamente se escreveu sozinho.
A experiência que tive durante o restante do processo de escrita, envio e publicação foi inesperadamente recompensadora. O ato de escrever para um público maior, de maneira que eu pudesse ser compreendida, aguçou meu foco e exigiu pensamentos e perspectivas claras, juntamente com uma atitude isenta de ego. A escrita também me ajudou a recuperar um senso correto de confiança na cura. Quando comecei a escrever, as dúvidas específicas com relação à autenticidade de alguns aspectos dessa cura, que haviam ficado escondidos nos cantos da memória e da percepção, foram descobertos e revelados. A simples admissão que eu fizera à minha amiga, de que a demonstração estava completa, pusera a descoberto essas dúvidas e as colocara sob a luz da Verdade divina, que havia sido a base verdadeira da demonstração de cura. Isso fez com que as dúvidas se dissolvessem.
Escrever sobre essa cura e a necessidade de torná-la clara durante o processo de editoração solidificou para mim a demonstração, a qual parecera nebulosa por tantos anos. Hoje, as lições e os resultados dessa experiência de cura brilham fortemente em meu pensamento e fortalecem minha vida, devido à purificação, aperfeiçoamento e aprimoramento que ocorreram no processo de escrever um artigo a respeito dessa cura, para ser publicado. (Para ler o testemunho completo, veja “Full recovery from severe case of encephalitis” [Recuperação total de caso grave de encefalite] na edição de outubro de 2014 do Journal.) Percebi que registrar publicamente uma cura, com total ausência de ego, torna o relato disponível para encorajar e inspirar perpetuamente, traz bênçãos — não somente para todos aqueles que o leem, mas também de uma maneira especial e bela àquele que a compartilhou.
Cristo Jesus assim instruiu seus discípulos: “...à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:7, 8). Ele também disse: “Mas é necessário que… o evangelho seja pregado a todas as nações” (Marcos 13:10). Em outras palavras, ele esperava que seus seguidores pregassem de forma abnegada e curassem — e compartilhassem a inspiração e os frutos — de uma maneira ampla e poderosa. Que presente amoroso e isento de ego os escritores do Novo Testamento deram à humanidade nos relatos dos ensinamentos e nas demonstrações de cura de Jesus, e de como seus discípulos levaram adiante sua obra! Esses relatos brilham com muita clareza ao longo dos tempos, abençoando todo aquele que os lê!
Mary Baker Eddy tinha razão em ser especialmente grata àqueles que escreveram os relatos do Evangelho a respeito da vida e do ministério de Jesus. Quando leu no Novo Testamento um dos relatos das obras de cura de Jesus, ela foi curada de ferimentos diagnosticados como fatais e a cura veio por meio da revelação da Verdade divina que lhe despontou no pensamento enquanto lia.
Estamos gratos por ela não ter simplesmente se regozijado com sua própria cura e seguido adiante com sua vida. Ela abnegadamente estudou essa revelação para compreendê-la mais profundamente, usou sua nova inspiração para curar outros e, então, colocou-a no papel e publicou-a em sua obra-prima, a qual se tornou o livro-texto da Ciência Cristã: Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. Ela continuou a revisar e a editar essa obra pelo resto da vida, a fim de torná-la ainda mais clara. E encontrou suas próprias bênçãos oriundas de seus esforços, que lhe deram um claro, forte senso de propósito na vida, isento de ego. Ela deu testemunho desse senso quando disse a seus alunos: “bebei comigo as águas vivas do espírito do propósito da minha vida — inculcar na humanidade o verdadeiro reconhecimento da Ciência Cristã, praticável e atuante” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 207).
Toda vez que uma cura ocorre por meio da aplicação da Ciência Cristã, a bênção do propósito da vida da Sra. Eddy é compartilhada e se expande. Toda vez que uma cura é, então, colocada no papel e publicada nas revistas da Ciência Cristã, esse compartilhar se espalha ainda mais. E, por experiência própria, esse esforço isento de ego de compartilhar uma cura por meio de uma publicação parece ter realmente completado minha demonstração, porque foi muito correto compartilhar essa cura com o mundo.
O processo de edição ajudou a tornar visível a luz espiritual que a demonstração trouxera à minha consciência.
No processo de escrever e editar meu testemunho, percebi que as arestas que escondiam vários aspectos do bem obtido foram eliminadas. Como uma pedra preciosa, meu texto foi limpo e lapidado para revelar a verdadeira e deslumbrante qualidade e beleza da cura. O processo de edição ajudou a tornar visível a luz espiritual que a demonstração trouxera à minha consciência quando vivenciei a cura, e essa luz espiritual irradiou para que outras pessoas sentissem seu calor — colocando-a como “a cidade edificada sobre um monte” (Mateus 5:14) à vista de todos os corações famintos para fortalecer, alegrar e mostrar o caminho para a cura. E como eu mesma constatei, aquele que faz esse compartilhamento isento de ego tem a bênção de ser o guardião dessa joia maravilhosa, essa prova clara do poder e da inspiração divina, em seu coração e em sua vida.
Desde a publicação do meu testemunho, fiz questão de relatar por escrito cada que tive demonstração da Ciência Cristã. Isso torna mais claro e mais profundo meu senso de como é completa cada experiência de cura, e me ajuda a ver como a cura em minha vida foi completa, e acho que o esforço em escrever estimula um altruísmo natural que me eleva do meu eu para o motivo puro de compartilhar e abençoar os outros. Já enviei o suficiente dessas experiências para publicação nas revistas da Ciência Cristã para reconhecer as constantes bênçãos que o envio e a publicação podem trazer. Cada texto enviado me ensinou alguma lição espiritual e esclareceu o propósito metafísico por trás das vivências sobre as quais escrevi — e isso é verdadeiro mesmo para os textos enviados que não foram aceitos para publicação.
Para os textos enviados que foram aceitos e publicados, constatei que a inspiração por trás dessas experiências compartilhadas é aprofundada, fortalecida e aprimorada pelo processo de publicação. Cada texto enviado veio a se colocar como uma pedra clara e brilhante no alicerce sobre o qual minha compreensão espiritual é construída para me ajudar a desenvolver minha própria salvação — mesmo que tenha sido preparada e colocada para resplandecer em bênçãos para os outros, como parte de um registro contemporâneo do evangelho, publicado para ser lido em todos os tempos vindouros. As palavras do profeta Isaías soam verdadeiras para todos os artigos e testemunhos de cura enviados e publicados nas revistas da Ciência Cristã atualmente: “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Isaías 52:7).