Aquela manhã de sexta-feira de 2015 começou de maneira típica para mim. Como geralmente faço todos os dias, li a Lição Bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã e orei com as ideias e a inspiração que absorvi da leitura. Hoje, ao escrever sobre isso, cinco anos depois, não me lembro de nenhum trecho específico das minhas orações, nem de nenhuma situação em especial pela qual eu estivesse orando. Mas de uma coisa tenho certeza: como geralmente acontece, meu pensamento foi elevado e ficou cheio de gratidão a Deus. Declarei com convicção, e de muitas maneiras, que sou uma ideia espiritual completa, uma expressão de Deus — sempre reconhecido, amado e cuidado por nosso Pai-Mãe Deus, o Amor divino.
Depois disso, peguei o carro e saí sozinho para alguns compromissos. Não muito longe de casa, parei no semáforo em uma avenida movimentada. Sem nenhum aviso, ou seja, sem o barulho estridente de pneus derrapando no asfalto, um carro, vindo atrás de mim na velocidade costumeira da avenida, bateu na traseira do meu. Fui jogado violentamente para frente e perdi a consciência. Quando recuperei o conhecimento, ouvi alguém gritar (referindo-se a mim): “Esse cara do Volvo está muito mal!”
Sem fazer um esforço consciente, com toda a naturalidade e de todo o coração, recorri a Deus. Agora, neste instante, sou uma ideia de Deus … totalmente espiritual … não material … sob o cuidado do Amor — foram essas as ideias que de imediato inundaram meu pensamento. O que veio a seguir foi uma dor lancinante da cabeça até as costas. Imagens agressivas de pronto-socorro, macas e cadeiras de rodas invadiram meu pensamento, junto com o choque e a dor. Ainda assim, o pensamento dominante e controlador era da presença de Deus, de Seu amor por mim e Seu poder e propósito de cuidar de mim. Eu sabia que recorrer a Deus para a cura era a minha escolha e era a escolha certa, apesar de esses pensamentos agressivos dizerem o contrário.
Meu telefone estava ao meu lado e me veio a ideia de ligar para uma amiga que é Praticista da Ciência Cristã, uma das inúmeras praticistas ao redor do mundo que trabalham em tempo integral, auxiliando aqueles que solicitam tratamento por meio da oração. A praticista atendeu ao primeiro toque e resumi em uma frase curta o que havia acabado de acontecer. Não me lembro das palavras exatas que ela usou, mas lembro que ela afirmou com alegria que eu estava sob o cuidado de Deus e que oraria por mim imediatamente. Desliguei o telefone.
A dor desapareceu na mesma hora e eu não senti medo. Os pensamentos e as projeções insistentes com relação ao ferimento e ao possível diagnóstico e tratamento médico também desapareceram imediatamente. Então falei, pela primeira vez, com aquelas pessoas que estavam se aglomerando ao meu redor, e assegurei-lhes que eu estava bem. Alguns disseram com veemência que eu não estava bem, comentando o que haviam testemunhado. Mas com um pensamento tranquilo e para a surpresa de todos, consegui conversar com vários deles, inclusive com o motorista do outro carro. A aglomeração se dispersou, e um homem amavelmente me entregou seu cartão, caso eu precisasse de testemunha. Então, bem devagar, dirigi meu carro, que estava muito danificado, para o acostamento. Estava com as rodas de trás completamente tortas e o eixo traseiro torcido. (O carro teve perda total, como viemos a constatar logo em seguida.)
Liguei para minha esposa e ela foi me buscar. O único momento em que senti uma dor passageira foi quando passamos por uma lombada a caminho de casa. Cheguei a dar um grito, mas foi só isso. Passei o resto do dia em oração silenciosa e gratidão — sim, isso mesmo, gratidão — pelo que acabara de ocorrer. A bênção dessa cura espiritual completa me trouxe imensa alegria. Dormi muito bem naquela noite. Nos três dias seguintes, participei de dois compromissos que já haviam sido anteriormente agendados. No domingo, fui a um jantar em família a uma hora de distância de carro e, na segunda-feira à noite, dei aula na universidade. A cura foi, e é, completa.
Reflito com frequência a respeito dessa experiência, e duas coisas sempre me vêm ao pensamento. A primeira é reconhecer como, em um caso de necessidade repentina diante daquilo que parecia ser um grave ferimento físico, meu pensamento imediata e naturalmente se voltou à verdade, que está continuamente em meu pensamento e com a qual oro sem cessar, como estudante da Ciência Cristã: a verdade de que sou uma ideia espiritual de Deus e, portanto, amado e cuidado por Deus. A Bíblia apresenta uma explicação melhor, no trecho em que Jesus disse aos discípulos: “...conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). E em outro trecho, Jesus diz aos seus seguidores: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino” (Lucas 12:32). Esses são pensamentos de cura, e eles chegaram a mim em um momento de grande necessidade.
Outra lembrança daquele momento, que me ocorre com frequência, é a gratidão que sinto pela Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy. Desde que conheci a Ciência Cristã, quando eu era adolescente, leio a Bíblia (livro do qual eu tinha pouco conhecimento até então) e o livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a principal obra da Sra. Eddy, e oro diariamente com as ideias ali apresentadas. As poderosas ideias de cura contidas nessas duas obras estão profundamente enraizadas no meu pensamento. Minha cura ocorreu exclusivamente por eu reconhecer a verdade espiritual que está afirmada nesses livros.
Scott FitzRandolph
Los Angeles, Califórnia, EUA
