A maioria de nós, em algum momento, já se sentiu encurralada em alguma situação difícil — talvez uma doença, um relacionamento conturbado, ou um problema financeiro. Eu, com certeza, já me senti assim. Mas aprendi, há alguns anos, que não importa o quanto um problema possa parecer sólido e impenetrável, ele pode ser vencido sem demora com uma compreensão mais clara do fato de que Deus é tudo, e é a única realidade.
Quando apareceu um tumor do tamanho de uma bola de beisebol no pescoço da nossa cadela, meu marido a levou ao veterinário, que afirmou não haver nada que pudesse ser feito. Ele explicou que já havia visto esse tipo de problema muitas vezes e estava convencido de que, mesmo se operasse, o tumor cresceria novamente.
Naquele momento, teria sido fácil sentir-me derrotada, pois o tumor parecia grande e perigoso. Nossa cadela era um membro muito amado da família e eu fiquei profundamente preocupada com ela. Mas como já havia tido muitas curas por meio da prática da Ciência Cristã, eu sabia que poderíamos confiar no poder da Mente divina para curar nossa querida amiga.
Compreendi que precisava desviar a atenção do problema e voltar o pensamento a Deus, em oração. Eu sabia que, se conseguisse olhar para além da evidência assustadora que os sentidos físicos apresentavam, e me firmasse na verdade sobre nossa cadela, como Deus a havia criado, a cura se daria.
Abri o livro Miscellaneous Writings [Escritos diversos] 1883–1896, de Mary Baker Eddy, e deparei-me com esta afirmação: “Aquilo que nunca existiu, pode parecer substância sólida a esse pensamento” (p. 5). “Esse pensamento” refere-se às percepções da mente mortal, o falso senso que vê e sente materialmente todas as coisas. A Ciência Cristã ensina que, ao contrário do que os sentidos materiais nos dizem, a criação de Deus é espiritual; Deus, o Espírito, nunca criou a matéria. Portanto, tudo o que realmente existe é de fato uma ideia espiritual na Mente divina e expressa o bem puro e imortal da Mente.
Ao refletir sobre esse fato espiritual, ficou subitamente claro para mim que o suposto tumor na nossa cadela, que parecia ser uma substância sólida, nunca havia de fato existido. Era um erro, uma ilusão que nunca a havia tocado nem fizera parte da existência dela ou minha. Não era tarefa minha livrar-me de um tumor, mas eu devia, isso sim, ver nosso querido animalzinho como Deus o via — espiritual e intocado pelo mal.
Dentro de dez minutos, o tumor drenou, reduzindo-se a nada, e nunca mais voltou. O que mais me chamou a atenção não foi o desaparecimento do tumor, mas sim, a clareza da revelação de que ele nunca havia existido.
Essa experiência foi o ponto decisivo na minha compreensão do processo de cura na Ciência Cristã. A partir desse momento, o procedimento científico que passou a fazer sentido para mim não é começar com um problema material e tentar curá-lo ou livrar-me dele, mas sim, ter a certeza de que, independentemente de o problema parecer real, substancial e alarmante, ele é de fato “aquilo que nunca existiu”.
Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy escreve: “Quando chegamos a ter mais fé na verdade do existir do que no erro, mais fé no Espírito do que na matéria, mais fé em viver do que em morrer, mais fé em Deus do que no homem, então nenhuma suposição material pode nos impedir de curar os doentes e destruir o erro” (p. 368).
Nesse mesmo livro, ela diz, a respeito de Cristo Jesus: “O humilde Nazareno derrubou a suposição de que o pecado, a doença e a morte tenham poder” (p. 228).
Suposição é uma crença não comprovada e, na Ciência Cristã, essa palavra normalmente se refere a uma suposição baseada no senso material e não no fato espiritual. É a crença de que as criaturas de Deus, que incluem o homem, sejam mortais e, portanto, sujeitas à desarmonia; é a crença de que nós tenhamos um corpo material vulnerável à hereditariedade, ao contágio, a acidentes, e assim por diante.
Hoje, geralmente começo meu trabalho de oração com as seguintes perguntas: “qual é a suposição nesse caso?” Qual é o problema que afirma ser real e que sei que não pode ser verdadeiro, pelo que eu entendo a respeito de Deus e do que Ele cria? Às vezes me surpreendo com a revelação que vem como resposta.
Todos os dias lemos ou ouvimos teorias a respeito de saúde, inclusive prognósticos de doenças com base em fatores materiais, como idade, alimentação e exercícios físicos. Visto que essas teorias são apresentadas como verdades, pode ser fácil aceitá-las sem pensar. Mas depois, elas são por vezes revisadas, ou até mesmo revertidas, porque não passam de suposições, não são fatos estabelecidos por Deus. Até mesmo uma suposição material aceita há muito tempo não tem substância real. Não importa por quantos anos as pessoas tenham acreditado que a terra fosse plana, isso nunca foi verdade, nem mesmo por um instante.
A Sra. Eddy refere-se ao ponto de partida na Ciência divina como o fato de que Deus é Tudo-em-tudo, o único poder e a única inteligência. Portanto, precisamos começar com o que é real — Deus sendo tudo e a criação sendo a expressão espiritual e perfeita de Deus — descartando as suposições materiais, por serem irreais. Tudo aquilo que for dessemelhante do bem pode parecer real mas, de fato, nunca existiu.
Ciência e Saúde afirma “Deus, o bem, está sempre presente e, na lógica divina, segue-se que o mal, o suposto contrário do bem, nunca está presente” (p. 72). Portanto, tudo aquilo que parece assustador, difícil de curar, imenso e perigoso, é simplesmente o suposto contrário daquilo que de fato é, e sempre será, real.
Então, agora eu me pergunto: qual é a verdade imutável por trás da suposição? Qual é o fato espiritual que sempre esteve ali e sempre estará? Essa compreensão despoja o mal de seu aparente poder na consciência humana e faz com ele se desvaneça em seu nada original, como inevitavelmente se desvanecem todas as suposições baseadas na matéria. E o resultado é a cura.
