Certo domingo, na conversa com meus alunos e seus amigos convidados, na Escola Dominical, surgiu um assunto que os preocupava. Todos estavam se preparando para novas atividades — entrar para a faculdade ou começar em novos empregos — e estavam buscando maneiras de dar esse passo seguinte com confiança, sem se sentirem despreparados ou temerosos.
Senti no coração o forte desejo de dar a cada um deles uma base sólida para sentirem confiança ao seguir em frente. Mas eu também sabia que a autoconfiança baseada na mera individualidade humana não oferece a base segura de que cada um de nós precisa.
Orando para saber quais pensamentos compartilhar com eles, procurei ouvir a orientação de Deus. Eu sabia que era imperativo reconhecer a identidade espiritual inabalável de cada um desses amigos queridos, como ela é conhecida por Deus. Enquanto dentro de mim pensava nisso, este pensamento me veio claramente: as ideias eternas e espirituais da Mente se movem no âmbito seguro daquilo que a Mente infinita sabe.
Ninguém pode ser deixado de fora ou ficar separado da certeza de que está na consciência onisciente da Mente infinita. A Mente divina infinita, Deus, sabe e transmite à Sua criação tudo o que há para saber — toda a realidade espiritual. Como ideias espirituais da Mente, nós não podemos ter conhecimento de nada que a Mente não saiba. Em realidade, não somos identidades mortais limitadas, dependentes de falíveis capacidades humanas. Pelo contrário, somos pensamentos puros e eternos de Deus. Nossas verdadeiras capacidades e desejos são impelidos pela Verdade divina, pelo Amor divino.
A capacidade e a segurança resultam da confiança inabalável na Verdade infinita, que nunca está sujeita à dúvida ou à confusão mental. Como a Bíblia nos assegura: “...Deus não é de confusão, e sim de paz...” (1 Coríntios 14:33). Confusão, incerteza ou falta de habilidades adequadas, algo geralmente considerado como falta de confiança em si próprio, são o resultado da crença de que nossa identidade seja material e mortal, separada de Deus. À medida que cada um de nós percebe e reconhece nossa identidade como a emanação espiritual da Mente infinita, desaparecem a dúvida e o medo de nos sentirmos incapazes, pois estes nunca se originaram na Mente divina, que conhece apenas suas próprias ideias espirituais, que se movem na infinitude do bem. Assim descobrimos nossa confiança espiritualmente fundamentada.
Ao orar sobre o que fazer para ajudar meus alunos e seus amigos — e sobre confiança em geral — lembrei-me de uma afirmação que está em Pulpit and Press [Púlpito e Imprensa], de Mary Baker Eddy, e que abriu meu pensamento a uma percepção mais elevada de identidade e, portanto, a uma fonte mais garantida de capacidade: “Nossa certeza está na confiança de que realmente habitamos na Verdade e no Amor, a mansão eterna do homem” (p. 3).
Não importa qual seja o trabalho que estejamos realizando, nós nunca saímos de nossa “mansão eterna” da Verdade e do Amor. Com base nesse fato, podemos prosseguir plenamente confiantes.
Entender isso abre amplas perspectivas de percepção, capacidade e realização do bem. Ao reconhecermos esse fundamento da nossa individualidade, podemos perceber que nós mesmos, e todos, somos criados pela consciência infinita de Deus, com Sua capacidade de criar beleza e perfeição.
Podemos, porventura, imaginar uma fonte melhor de segurança, plenitude e capacidade do que perceber nossa verdadeira identidade — quem nós somos, o que somos e onde estamos? Isso abre a porta para a liberdade, a saúde, a harmonia e a paz em todas as coisas. Meus amigos da Escola Dominical e eu decidimos refletir mais sobre essas três perspectivas.
“Quem nós somos” refere-se à nossa identidade como ideias espirituais, existindo no âmbito do consciente conhecimento do bem por parte da Mente infinita. Nenhuma alegação de que tenhamos uma identidade material pode interromper ou restringir nosso progresso e nossa liberdade, pois nossa verdadeira identidade está totalmente fora do alcance da matéria, da desarmonia, do ódio ou do desdém. Nossa identidade é puramente espiritual, exatamente como Deus nos conhece. Nossos sentidos são espirituais e estão em sintonia com o que Deus está revelando. Nosso propósito é ser a manifestação daquilo que a Mente infinita sabe, e não existe nada no universo da Mente divina que possa interferir na atividade dessa Mente.
“O que somos” refere-se a ser totalmente espiritual, ouvimos continuamente a direção amorosa de Deus e seguimos sua orientação compassiva. Nenhum falso senso pode interferir na orientação e na força reveladora do Amor divino. Não há nenhum falso poder para interferir nas identidades espirituais, puramente boas, criadas pelo nosso Pai-Mãe Amor.
“Onde estamos” — na morada celestial da Verdade e do Amor divinos. Neste exato momento! Essa morada celestial é a consciência infinita da Mente. Nenhuma sugestão de fraqueza, incapacidade ou falta de discernimento pode penetrar na atmosfera pura da Mente divina que tudo sabe. Essa é a herança das ideias perfeitamente formadas e governadas pelo Amor.
Existe uma confiança verdadeira, espiritualmente fundamentada, esperando para ser vivenciada por todos. Não há nada no universo do Amor divino que possa nos roubar essa herança.
Sou muito grata porque cada um dos meus alunos e seus amigos seguiram em frente — com confiança espiritual — para atividades bem sucedidas e ricamente satisfatórias. Essas amplas perspectivas de percepção, capacidade e realização do bem são o resultado direto de nós conhecermos, acolhermos e absorvermos a verdade divinamente ativada de nosso existir, como ideias espirituais e eternas da Mente, que se movem no âmbito seguro daquilo que a Mente sabe. Ao acolhermos profundamente essa verdade a respeito de quem somos, sentimos o amor do Amor e, com alegria e confiança, seguimos em frente.
