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Original para a Internet

Porta aberta para a cura

Da edição de agosto de 2020 dO Arauto da Ciência Cristã

Publicado anteriormente como um original para a Internet em 20 de abril de 2020.


Eu estava tentando, de todas as maneiras, libertar uma borboleta que se agarrava firmemente ao painel superior da porta de tela. Talvez ela instintivamente achasse que ali seria o lugar mais próximo para chegar à liberdade, contudo, sua fuga só seria possível através da porta aberta — isso se eu conseguisse um jeito de fazê-la descer. 

Finalmente, polvilhei açúcar nas cerdas de uma vassoura e ergui-a até aquela linda criatura. Com o açúcar, eu atingi meu objetivo, pois a borboleta subiu nos fios adocicados. Lentamente, baixei a vassoura até a porta aberta e observei as asas laranja e pretas tremularem e subirem no cintilante céu azul de verão. Meu coração se encheu de alegria ao ver o delicado inseto voar livremente até desaparecer.

Quantas vezes já me perguntei se eu estava sendo teimosa, presa a alguma ideia que eu decidira ser a certa? Quantas vezes recusei-me a ouvir qualquer pessoa que tentasse me ajudar a ver as coisas de forma diferente, e continuei com a atitude obstinada que me mantinha confinada a uma prisão mental? 

No entanto, por ter tantas vezes me voltado humildemente à oração, ao longo da minha vida, eu aprendi que realmente só preciso ceder à inteligência amorosa que chamamos Deus, e me deixar ser guiada por Ele. Sempre que faço isso, encontro o caminho espiritual que leva à solução de qualquer problema que eu esteja enfrentando.

Agarrar-nos obstinadamente a um plano que achamos ser o certo, confiando totalmente em nossas convicções pessoais, geralmente nos traz problemas. Essa atitude mental, quando encontra oposição, pode gerar ressentimento, raiva e a presunção de uma retidão pessoal. Talvez nos apeguemos à desculpa de que não somos compreendidos, sentimo-nos justificados em nosso sofrimento e até mesmo nos consideramos vítimas. Mas esses sentimentos apenas nos impedem de encontrar a paz e a harmonia puras que verdadeiramente queremos.

O personagem bíblico Naamã enfrentou essas atitudes que aprisionam, em um momento crítico de sua vida (ver 2 Reis 5:1–14). Respeitado capitão do exército do rei da Síria, ele sofria de lepra. Uma jovem escrava, originária de Israel, sugeriu que ele poderia ser curado pelo profeta Eliseu. Com cavalos e carros, Naamã foi visitá-lo. É provável que estivesse esperando chegar à porta de Eliseu e ser recebido com as honras e a reverência com as quais um homem de seu status estava acostumado. Mas Eliseu nem mesmo saiu ao seu encontro. Em vez disso, enviou um mensageiro, com a ordem de que se lavasse sete vezes nas águas calmas do rio Jordão, que Naamã considerou inferior aos caudalosos rios de Damasco. 

Naamã ficou furioso e decidiu voltar para casa. Imagino que seu ego e seu orgulho estivessem feridos. Mas seus servos aproximaram-se dele com afeto. A Bíblia relata que “...chegaram a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo”. 

Em resposta, talvez, ao amor expressado por seus leais oficiais, Naamã conseguiu libertar-se de sua teimosia. Com humildade, seguiu a orientação de Eliseu, e foi curado da lepra. Ele deixou de se apegar ao próprio senso pessoal do que era certo e, obedientemente, se deixou guiar por Deus. A cura estava ali, esperando ser recebida por sua mansidão e humildade. 

A Bíblia nos assegura: “Somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coherdeiros com Cristo” (Romanos 8:16, 17). Precisamos nos libertar daquilo que parece lógico, mas que se baseia em um senso limitado e material de nós mesmos e do bem, e temos de estar dispostos a deixar que Deus nos revele a verdade do nosso verdadeiro existir como Seus filhos, herdeiros de Seu infinito bem. Ver a nós mesmos nessa luz pode ser muito libertador! Como diz um dos meus hinos favoritos:

Não feches teu pensar
À luz de Deus, o bem,
Mas abre, deixa o Verbo entrar.
O Amor te nutrirá.

Da servidão livrar,
Sim, a Verdade vem.
A liberdade ela traz
Ao pensamento teu.
.  .  .  .  .  
Então abre o pensar
À Luz e ao Amor,
E saberás: com Cristo, em Deus,
Tua vida oculta está.
(Charles Parsons, Christian Science Hymnal201, trad. © CSBD)

Constatei em minha experiência que, quando coloco aquelas circunstâncias materiais, que aparentemente se encaixam no meu plano, à frente do senso de existir centrado em Deus, surgem problemas. Mas, quando deixo de lado minhas próprias conclusões e soluções, e coloco minha vida sob o controle amoroso de Deus, percebo que muitas coisas maravilhosas ocorrem. Fui muitas vezes recompensada com a paz e a liberdade maravilhosas vindas de Deus.

No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve: “O pensamento humano tem de se libertar da materialidade e da escravidão que ele mesmo se impôs” (p. 191). Quando nossa vida está em alguma situação em que temos decisões a tomar, ou estamos buscando nos libertar de qualquer tipo de desarmonia, a Ciência Cristã nos mostra que há uma porta aberta para a cura. Não é algo que temos de fazer; é algo que podemos descobrir. Todos os dias temos a oportunidade de deixar de lado nossa visão limitada e aprender mais sobre nossa identidade pura, criada por Deus. À medida que cedemos ao amor e à sabedoria de Deus, como fez Naamã, podemos ter a confiança de que a Verdade nos guiará a uma visão mais elevada e mais espiritual que nos liberta e cura.

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