No computador, cookies são pequenos arquivos de texto usados por sistemas de procura e lojas virtuais, anunciando online, arquivados no seu navegador. Eles ajudam os websites a saber mais a respeito de suas preferências, a fim de oferecer as propagandas e serviços mais adequados a você. Assim, o website fica sabendo, por exemplo, qual é o idioma que você prefere, ou as compras que você fez. Agora muitos websites perguntam se você aceita esses cookies. Aceitar os cookies pode ser bom, mas por outro lado isso pode ser algo indesejável, pois dá consentimento para o website monitorar sua atividade online. Mas o importante é que você pode escolher o que quer fazer.
Daí surge a pergunta: existem cookies mentais que aceitamos inconscientemente e carregamos em nosso pensamento?
A Bíblia nos aconselha: “Tende em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5, Conforme a Bíblia em inglês, versão King James), e essa Mente é a onisciente e todo-amorosa inteligência divina do universo. Essa Mente está acima do senso materialista de inteligência, que diz que os pensamentos são gerados pelo cérebro ou são afetados por ondas cerebrais e processos químicos. Essa Mente conhece sua própria criação espiritual, inclusive a você e a mim, em nossa natureza espiritual, eterna e imutável, como imagem e semelhança de Deus.
No livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy diz, como parte da definição do homem: “a plena manifestação da Mente” (p. 591). Assim como a integridade mental de Deus não pode ser invadida, porque a Mente divina é infinita, é a única que existe, assim também a nossa integridade, como reflexo espiritual da Mente infinita, não pode ser invadida. Essa compreensão nos permite reconhecer e rejeitar pensamentos a respeito dos outros, ou a nosso próprio respeito, que não se originem em Deus; pensamentos que aparentam ser nossos, mas na verdade são completamente alheios à nossa natureza como o reflexo da Mente.
A Bíblia usa a expressão “a mente carnal” (Romanos 8:7), para se referir àquilo que se oporia à espiritualidade, à bondade e à harmonia. A Ciência Cristã ensina que essa consciência carnal, baseada nos sentidos materiais, é um falso senso de inteligência, separada da Mente divina, ou do Espírito divino, e em oposição a estes. Esse falso senso das coisas existe apenas no pensamento humano, como um falso senso, não tendo, portanto, existência verdadeira. À medida que reconhecemos a infinitude da Mente divina, que é também o Amor divino, e a ela cedemos, nós nos libertamos da influência da mente carnal.
A influência da mente carnal pode ser sutil e imperceptível, tal qual os cookies, no computador, podem passar desapercebidos. Mas podemos detectar as influências do mal e lhes cerrar a porta de nosso pensamento, se reconhecermos sua falta de legitimidade e de poder, inclusive sua incapacidade de evitar serem detectados. Eles não têm legitimidade nem poder, porque não se originam na única fonte de legitimidade e poder: a Mente divina.
Um dia eu estava viajando de Deli, na Índia, para Boston. Na metade do longo voo, o capitão anunciou baixas temperaturas e neve pesada à nossa chegada. Depois desse aviso, foi como se um interruptor mental tivesse sido acionado, criando a expectativa de que as pessoas estariam tossindo e espirrando devido ao clima de inverno. Comecei então a sentir dor de garganta.
Recusei-me, contudo, a aceitar totalmente esse fenômeno mental, o qual não tem nenhuma realidade na Mente divina. Orei, buscando excluir de meu pensamento imagens de gripes e resfriados. Consegui fazer isso ao manter meu pensamento voltado a expressar e reconhecer o Amor infinito, Deus. A dor de garganta logo desapareceu. Fiquei extremamente grato. Antes dessa ocasião, as dores de garganta às vezes haviam se agravado, levando muitos dias até desaparecer, mas dessa vez o desenvolvimento do problema fora impedido, graças a eu reconhecer sua irrealidade na infinitude da Mente divina, o Amor divino.
Mas o que fazer, se, sem saber, tivermos aceitado alguma desarmonia como sendo real aos olhos de Deus, e estivermos sofrendo com essa desarmonia? Felizmente, tal pensamento errôneo não foi nem poderia ser aceito na Mente divina, e tampouco encontraria nela abrigo. Mesmo se necessitarmos orar persistentemente até provar isso, temos, agora mesmo, o poder de reconhecer e ver o desaparecimento de qualquer desarmonia, baseando-nos na Mente una como a nossa Mente única. A todo momento, podemos escolher que pensamentos manteremos; quais cookies aceitaremos. O primeiro capítulo do Gênesis diz que Deus viu como sendo “muito bom” tudo o que Ele havia criado (Gênesis 1:31). Desse modo, não necessitamos aceitar em nosso pensamento, como verdade, coisa alguma discordante ou dessemelhante de Deus.
Jesus deu o perfeito exemplo de como aceitar e manter apenas pensamentos que são verdadeiramente nossos. Uma vez, ao perceber que seu discípulo Pedro estava tentando influenciá-lo contra o que Jesus sabia ser a vontade de Deus, ele, além de reconhecer essa influência, a repreendeu, com toda certeza para beneficiar o apóstolo (ver Mateus 16:21–23). De outra vez, ele se recusou a ser pressionado por outros a condenar a mulher que estava sendo severamente julgada por haver pecado (João 8:1–11). Alicerçado na natureza de Deus, que é o Amor infinito, Jesus se livrou de falsas influências mentais, desanuviou a situação e salvou a mulher.
Todos temos o direito de desfrutar de integridade mental; de manter apenas os pensamentos vindos de Deus, abençoando aos outros e a nós próprios. Recusando-nos a aceitar como legítima qualquer mente além de Deus, ficamos felizes e seguros, livres para servir a Deus e ao nosso semelhante.
