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A arca de Noé — do ponto de vista espiritual

Da edição de novembro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Lemos no primeiro capítulo do Gênesis que Deus deu ao homem domínio sobre todos os seres viventes. O homem ali descrito é o homem feito à imagem e semelhança de Deus. Esse homem não é o da espécie Homo-sapiens e nem Deus se parece com ele. Deus é a Mente, o Espírito, a Alma infinitos; e o homem, a imagem de Deus, é idéia, reflexo, expressão.

Não encaramos o homem a fim de descobrir a natureza de Deus, mas antes contemplamos Deus a fim de descobrirmos a que se assemelha o homem. Tampouco devemos encarar a natureza para ver sobre o que o homem tem domínio; antes devemos volver-nos para o Espírito, a Alma, a fim de discernir qual a natureza de Sua criação.

A Bíblia relata que Noé construiu a arca obedecendo às diretrizes de Deus; que Deus não estava contente com o homem, e que Ele iria destruir todos, exceto Noé e aqueles que este levaria consigo na arca. Cabe aqui uma pergunta: Estaria Deus descontente com Sua própria imagem, ou com o homem do sonho adâmico, feito do pó da terra?

Só poderia ser com este último. A história da arca, porém, implica que é perfeitamente viável para alguém em sua experiência humana, perceber além do sentido mortal da existência e confiar mais na Mente divina do que na mente mortal. Assim fazendo, identifica-se, proporcionalmente, com o homem real, feito à imagem de Deus. E na mesma proporção, experimenta o poder da Mente divina para preservar sua própria idéia, inclusive tudo quanto alguém precisa para seu contínuo progresso e identidade.

Os animais faziam parte essencial do conceito que Noé tinha da vida; assim, os animais foram preservados juntamente com a família de Noé. Nosso conceito da vida sobre a terra ainda requer seres viventes. Mas saber qual a melhor maneira de planejar uma ecologia que permita à humanidade viver em harmonia com a natureza, é ainda um problema. A resposta pode ser encontrada em um ponto de vista espiritual da história de Noé.

De um ponto de vista material, da história da arca e de Noé pode-se concluir que dependemos de coisas físicas, que vivem na terra, e de leis terrestres. Mas, de um ponto de vista espiritual, essa história nos leva a depender do Espírito, Deus, cujo homem tem domínio sobre toda a terra. A Sr.a Eddy define “arca”, em Ciência e Saúde, como “segurança; a idéia ou reflexo da Verdade, que se comprovou ser tão imortal como seu Princípio; a compreensão do Espírito, que destrói a crença na matéria”. A definição continua: “Deus e o homem, coexistentes e eternos; a Ciência, que está mostrando que as realidades espirituais de todas as coisas são criadas por Ele e existem para sempre. A arca significa tentação vencida e seguida de enaltecimento.”Ciência e Saúde, p. 581; Ainda, em seu livro Não e Sim, a Sr.a Eddy afirma: “Desde o dilúvio, — quando os espécimens de toda a espécie emergiram da arca, — têm corrido nas veias de toda filosofia humana a nebulosidade de Adão e o arrazoar de Satanás.”Não e Sim, p. 20;

Os fatos espirituais simbolizados por qualquer alegoria ou evento na história são eternos, mas os elementos materiais em ambos são ilusão, jamais possuindo substância, condição, causa ou efeito reais. A criação de Adão e Eva, sua tentação e as histórias de sua prole são eventos simbólicos na consciência humana — eventos que têm tanta validade quanto de verdade espiritual neles se acha contida. A história de Noé mostra a luz da Verdade alvorecendo na consciência humana. Ela contém muita coisa real, pois sua mensagem é distinta e espiritualmente reconfortante.

Se os porcos-do-mato, os elefantes, os ratos e as zebras que hoje existem, são ou não descendentes dos habitantes da arca, não importa; o que importa é a “segurança ... a compreensão do Espírito, que destrói a crença na matéria”.

A questão em pauta é se interpretamos a arca de um ponto de vista espiritual, ou do ponto de vista da “nebulosidade de Adão”, e do “arrazoar de Satanás”. E isso depende de nossa atitude: estaremos encarando a vida e o universo do ponto de vista da Ciência Cristã ou da filosofia humana?

Que se encontrem soluções para os problemas ecológicos, é essencial à sobrevivência. O raciocínio materialista não será capaz de dá-las a contento, mas a compreensão espiritual, as dará. A mesma compreensão espiritual que dá provas de triunfar sobre as condições orgânicas adversas do corpo físico pode dar provas de sua eficácia na solução dos problemas do homem e da natureza.

A lição que aprendemos da história de Noé, supre-nos não só de paz de espírito, mas também da certeza de que Deus protegerá os que nEle confiam. Ela nos assegura uma paz muito além do que jamais podemos alcançar por meio de raciocínio materialista. Cristo Jesus, que exemplificou a verdadeira idéia da Vida, Deus, promete paz para aqueles que seguem os seus ensinamentos. Porém a paz não se obtém a partir da terra e do que os sentidos nos dizem que nela há. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo.” João 14:27.

Em certo sentido, podemos ser Noés. De um ponto de vista material, as perspectivas não parecem boas para muitos seres que na terra vivem. A perspectiva de salvar a terra, livrando-a da superpopulação, da poluição, do uso indevido, pode parecer sombria. Mas do ponto de vista do Cristo, a verdadeira idéia da Vida e do Amor, podemos ser guiados à “idéia ou reflexo da Verdade, que se comprovou ser tão imortal como seu Princípio”, e apenas a crença na matéria é que será destruída.

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