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O ocultismo exposto à luz

Da edição de novembro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


O ocultismo apresenta toda espécie de promessas de satisfazer às necessidades humanas — promete expandir a consciência, abrir novos campos de experiência, trazer esclarecimento. Pretende ter a capacidade de desvendar os grandes mistérios do ser, inclusive o da preexistência e o da vida depois da morte.

Vai ele ao encontro do acalentado anseio do coração humano de conhecer-se a si mesmo, de obter segurança, aceitação, companheirismo, propósito e realização.

Se fosse verdade que o ocultismo tem respostas válidas para os perturbadores problemas da vida humana e que ele de fato dá aos homens a possibilidade de progredir no esforço de superar as limitações da condição humana, mereceria ele evidentemente a atenção que tem recebido.

Mas se os adeptos do ocultismo não podem oferecer salvação, como querem suas pretensões marcantes, e se suas práticas têm efeitos colaterais deletérios, é preciso que isso seja conhecido a fim de poupar a muito pesquisador sincero uma jornada dolorosa em direção a um perigoso beco sem saída.

À luz dos ensinamentos da Ciência Cristã, as deficiências do ocultismo sobressaem em nítido relevo. Para se compreender o fracasso inerente ao ocultismo em atender às necessidades dos homens, é crucial estabelecer a diferença que a Ciência Cristã faz entre a Mente divina, ou Deus, e a mente mortal, ou as assim chamadas mentes dos mortais. Aprendemos que na realidade não existe mente alguma a não ser a Mente divina, infinita e única. Aprendemos que a assim chamada mente mortal, fonte de todo o sofrimento humano, não é mente alguma, mas, sim, um estado mesmérico de uma crença desprovida de existência real.

A partir do momento em que o indivíduo compreende isso, a mente mortal perde o poder de fazê-lo vacilar entre as sugestões de bem e de mal. Começa ele a afirmar o domínio que lhe foi dado por Deus, no qual somente a lei do bem governa sua experiência. Esse ponto de vista espiritual, radical, esse estar alerta para encarar tudo de um ponto de vista da Mente divina e não a partir de um sentido pessoal de mente, o qual é autocentralizado e auto-enganador, é justamente o que, de um modo geral, o ocultista falha em compreender.

O ocultista lida com um conceito depauperado da realidade espiritual. O que ele entende por espiritual, raramente eleva-se, se é que se eleva, a uma altitude suficiente para abandonar a falsa segurança do homem material, da mente material e do universo material. Nessa conjuntura materialista ele é capaz de crer que a mente possa ter poder sobre outra mente e sobre a matéria. Mas crer no poder de um pensamento positivo ou negativo, focalizando-se sobre milhões de mentalidades mortais que agem e reagem sobre si mesmas, e que freqüentemente estão em conflito, não lhe traz libertação. Apenas o submerge ainda mais na ilusão da mortalidade.

O ocultista geralmente quer dizer “psíquico”, quando diz “espiritual”. E, em última análise, o psíquico está grandemente distanciado da realidade espiritual. Ele é, de fato, nada mais que outra fase da mente mortal, quer o considere sugestão mental, força de vontade, transmissão de pensamento, forças cósmicas, radiações, correntes magnéticas, energia, impulsos elétricos, vibrações ou estados mais refinados de matéria. Em vez de ir direto à realidade espiritual, o ocultista apegase com firmeza à matéria e à consciência material, seja qual for a forma em que ele as tomar.

O ocultista não se volta para a Mente divina e única, a fonte de todo o bem, a fim de obter inspiração, consolo ou cura, mas em vez disso repisa a tecla de fases ocultas da consciência mortal, quer seja a sua própria, a de outrem ou uma “inconsciência coletiva”, na esperança de alcançar alguma revelação, algum alívio ou controle.

De fato, o ocultista usurpa a prerrogativa divina, e, em vez de utilizar a onipotência de Deus, ele a substitui pelos pensamentos catados na região subconsciente da mente mortal. Em vez de voltar-se para a única inteligência divina a fim de predizer acontecimentos relacionados com o bem-estar do indivíduo e de toda a raça humana, o ocultista volta-se para o momento do nascimento material de um mortal (astrologia), o lançamento de moedas (o I Ching), o deitar cartas (o tarô), ou coisa que o valha.

A Ciência Cristã demonstra que não se necessita de um intermediário e de nenhuma adivinhação para saber o que se precisa saber. A Sr.a Eddy escreve: “O estar familiarizado com a Ciência do ser habilita-nos a comunicar-nos mais amplamente com a Mente divina, a prever e predizer acontecimentos concernentes ao bem-estar universal, a ser divinamente inspirados — isto é, alcançar a esfera da Mente ilimitada.” Ciência e Saúde, p. 84;

Ao alterar o estado normal de consciência de alguém a fim de abrir o pensamento ao subconsciente, o ocultista está sondando mais profundamente a crença mortal. Não se pode transcender os confinamentos e limitações da mente mortal por investigar mais profundamente as crenças dessa assim chamada mente. Tal esforço, em vez de conduzir a um esclarecimento genuíno, serve para imprimir a marca da mortalidade e da materialidade no pensamento do indivíduo, e daí essa sua experiência.

A Mente divina não é, de jeito nenhum, a fonte da telepatia, da clarividência, da psicometria, da adivinhação, da feitiçaria, da magia, do hipnotismo, da manipulação mental, do transe ou de outras técnicas de alterar a consciência. Onde quer que esses sejam utilizados, há boas razões para crer que os esforços empregados no sentido de alcançar iluminação ou transcendência, por muito ideal que seja sua motivação, nem de longe atingem o objetivo almejado.

Há também boas razões para estarmos precavidos contra qualquer ensino que perpetue a visão materialista do universo. Não importa a nobreza dos seus objetivos declarados ou quão perceptíveis alguns de seus vislumbres possam ser, tal ensino não conduzirá à liberdade dos homens; ao contrário, servirá, em alguma medida, para perpetuar-lhes a escravização. Nisso acham-se incluídos, por exemplo, os ensinamentos que salientam vibrações, “mantras”, ou sons sagrados, centros psíquicos e o magnetismo. Também os que insistem na reincarnação e numa multiplicidade de esferas e planos mais ou menos materiais. E, finalmente, os que aderem a intermediários ou seres superiores, quer estes sejam encarados como deuses, demônios ou espíritos que transmitem informações extraordinárias, quer como guias que voltam e que se crê tenham vindo supervisionar os assuntos terrenais e ajudar outros ao longo da “vereda”.

Perceber a relação entre Deus e o homem, como explicada na Ciência Cristã, pode converter-se numa experiência tremendamente libertadora para o indivíduo, produzindo como corolário a cura e a regeneração que muitas pessoas considerariam milagrosas. Mas as transformações que se verificam mental e fisicamente estão plenamente de acordo com a lei espiritual e são, portanto, divinamente naturais em vez de sobrenaturais, misteriosas, ou ocultas.

Não há nada de oculto ou misterioso com relação à Ciência Cristã, ela não manipula nada nem ninguém. Suas realizações têm tão pouco a ver com as obras miraculosas do ocultismo quanto as demonstrações que Moisés e Cristo Jesus faziam do poder de Deus tinham a ver com a magia exercida pelos feiticeiros da sua época.

A Ciência Cristã não cura por intermédio da sugestão e da força de vontade, métodos esses que os ocultistas empregam não só para prejudicar como para curar. A cura na Ciência Cristã realiza-se através da lei divina, a lei do Amor, e só pode abençoar.

O indivíduo descobre que por voltar as costas à matéria e à mente mortal e por volver-se para a Mente imortal ou o Espírito, liberta-se cada vez mais da ansiedade e dos desejos importunos, encontra novo rumo para sua vida e começa a fazer valer a autoridade que Deus lhe concedeu sobre sua vivência presente.

Não é por nenhuma prática de ocultismo e sim pela compreensão de Deus — Princípio divino, Amor — e por uma conscientização de seu inseparável relacionamento com essa grande fonte de todo o bem, que o homem adquire um conceito de atividade repleta de alegria e uma visão das possibilidades infinitas que aguardam apenas sua disposição de aceitá-las.

Uma vez que o indivíduo se volva com seriedade para a sua fonte divina, para a Mente ou Alma, em busca de satisfação, constata ter perdido toda a inclinação para escavar nalgum canto escuro do ocultismo, por mais tentadoras ou fascinantes que sejam as suas pretensões, ou por mais espetaculares as suas promessas. As promessas que se baseiam, no seu todo ou em parte, num terreno mortal e material, acabam por terminar em esperanças frustradas.

A Ciência do Cristo dissipa o mistério e oferece explicações convincentes ao inquiridor mais profundo. Esta Ciência revela o grande propósito que cada indivíduo tem na vida e mostra-lhe como relacionar-se efetiva e proveitosamente com outros. Então o indivíduo constata não ter necessidade de recorrer ao ocultismo como se este fosse um substituto à Ciência Cristã.

Para alguém que sente o amor e o poder do Cristo na sua própria experiência, ocultismo não constitui ameaça nem promessa. Como manifestação do Amor, o homem está constantemente sob a proteção do Todo-poderoso. A promessa bíblica se aplica a todos por igual: “O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo de ti estende os braços eternos: ele expulsou o inimigo de diante de ti.” Deuter. 33:27.

Quem está atento aos seus direitos divinos sabe que a sugestão mental agressiva não o pode tocar, e descansa em segurança na totalidade da Mente, abrigado no esconderijo do Espírito.

Tendo adquirido convicção firme de seu próprio relacionamento indissolúvel com Deus, verifica que a fase oculta da mente mortal não contém para ele nem terror nem encanto. Assim como Deus é a sua perfeita proteção, assim Deus é a sua única atração. E sua existência está caracterizada apenas pelo bem.

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