Na Bíblia acha-se registrado que Deus, falando a Abraão e referindo-se à sua descendência, disse: “Nela serão benditas todas as nações da terra: porquanto obedeceste a minha voz.” Gênesis 22:18; Tal como Abraão comprovou, a obediência esclarecida a Deus pode resultar em muitas bênçãos, e, com a vinda do Messias, o mundo inteiro foi abençoado. A obediência à vontade divina corrigirá as fraquezas de caráter. Está em relação direta com nossa saúde. Torna-nos melhores cidadãos e vizinhos.
Um poeta do século vinte escreve sobre os legendários poderes e forças que teriam servido ao sábio Salomão, a ponto de que essa “forte obediência tenha rompido os céus”. Para que o mundo fique livre das crenças limitadoras de toda espécie, quão mais poderosa é a forte obediência de verdadeiros homens e mulheres que em todas as épocas servem com compreensão a Deus, a Mente divina que tudo sabe.
A Sr.a Eddy escreve com propriedade: “Aprende a obedecer; mas primeiro aprende o que é obediência.” Message to The Mother Church for 1900, p. 8; Hoje em dia, a obediência não é popular em muitos círculos. Compreende-se. Muitas vezes foi ela exigida sem direito e sem razão. No entanto, o Princípio divino, o Amor, exige, com direito, obediência, e em Sua Palavra revelada Deus dá clara razão para a obediência. Até mesmo os Dez Mandamentos, tal como foram recebidos por Moisés, têm sua origem especificamente identificada, pois estão eles prefaciados por Deus e dizem o que Ele já fez pelos israelitas: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei ... da casa da servidão.” Êxodo 20:2;
Cristo Jesus foi “obediente até a morte”, como Paulo o diz. E por sua infalível obediência ao propósito e à vontade divinos, venceu ele a morte. Também demonstrou autoridade espiritual sobre os males que enfraquecem muitas nações hoje em dia — injustiça, fome, violência, moléstia.
Em Ciência e Saúde a Sr.a Eddy, ao escrever sobre a única inteligência infinita, Deus, diz: “A Mente divina exige do homem, a justo título, toda a sua obediência, afeição e força. Não lhe permite reserva alguma para qualquer lealdade menor. A obediência à Verdade dá ao homem poder e força.” Ciência e Saúde, p. 183; A obediência aos mandamentos e propósitos de Deus nunca é característica de fraqueza, nunca um refúgio para os que não pensam ou não agem por si mesmos. É fonte de força para todos os que a exercitam. Traz cura aos indivíduos e muito contribui para a solução dos problemas do mundo.
Continuamos relutantes em seguir a orientação divina? Então precisamos aprender mais plenamente o que é essa obediência. É uma obediência com compreensão, não ignorante nem simplista, mas está baseada na compreensão exata de Deus e do homem, revelada por meio do Cristo, por meio de Cristo Jesus e mais recentemente por meio da Ciência Cristã. É obediência com princípios, não cegamente pessoal, mas devida ao Princípio divino, o Amor, a única causa ou origem do homem. É obediência científica, nosso atendimento natural e espiritual à lei espiritual imutável. E é a obediência que cura e traz liberdade, porque nos mostra o que realmente somos.
Obediência às exigências que Deus nos faz é o requisito prévio à liberdade; mas esta não é, de maneira alguma, a assim chamada liberdade sem motivação, a liberdade de escolher o bem ou o mal. Jesus ensinou e demonstrou o Cristo, a Verdade, que liberta os homens; contudo disse aos seus discípulos: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros.” João 15:16; A atração espiritual irresistível do Cristo os conduziu a ele e os fez seguidores obedientes aos seus ensinamentos e aptos a curar. Contudo, por serem escolhidos em vez de escolherem, acharam-se verdadeiramente livres como agentes individuais, morais e espirituais. Na obediência a Deus e a Seu Cristo, também nós somos livres, livres para guardar os mandamentos de Deus, livres para ser nós mesmos, livres para elevar-nos à nossa condição de homem perfeito e de um ser humano perfeito, e para ajudar o mundo todo a fazer o mesmo.
Na astronomia a terra circunda o sol, mas o grande sol não domina arbitrariamente a pequena terra. Ambos os corpos celestes obedecem às leis de suas próprias naturezas e da mecânica celeste. De igual modo, Deus não é um tirano arbitrário. Como Princípio divino, o Amor, Ele governa o universo, inclusive o homem, mas sempre de acordo com a lei espiritual, a lei de Sua própria natureza. E o homem, como idéia do Princípio divino, obedece à lei de sua própria natureza sendo o produto perfeito de uma causa perfeita; e, assim fazendo, ele é livre. Ao reconhecermos isso, podemos silenciar a tentação à desobediência voluntariosa, quer de adultos quer de crianças, e ao mesmo tempo apoiar a liberdade e a individualidade de todos.
Constata-se que a obediência à vontade divina é normal e natural; é o cumprimento de nosso próprio ser espiritual. Em verdade, não é nem a escolha entre o bem e o mal, nem a incessante e cansativa luta contra o mal. É o nosso reflexo do amor de Deus por nós. Nas palavras de João: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” João 4:19;
E essa obeidência pode abençoar não só a nós mesmos mas também a todas as nações. Primeiro, ela nos habilita a identificar e a apoiar quaisquer medidas corretas que sejam adotadas pelos governos ou por outros grupos com vistas ao auxílio mútuo entre os povos. Segundo, o ato de reconhecer com coerência o relacionamento existente entre Deus e o homem, o homem como expressão individual do Princípio divino, o Amor, e o nosso viver obediente a esse relacionamento, ajudam a abrir o pensamento de todos os homens a essa verdade e suas bênçãos.
A Sr.a Eddy escreve: “A Verdade, a Vida e o Amor são as únicas exigências legítimas e eternas impostas ao homem, e são legisladores espirituais, que compelem à obediência por intermédio de estatutos divinos.” Ela continua: “Governado pela inteligência divina, o homem é harmonioso e eterno.” Ciência e Saúde, p. 184. Essa harmonia eterna é o pleno resultado da obediência a Deus, uma obediência cientificamente entendida.
