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Assembléia Anual de A Igreja Mãe

Tema: “Mostra, Pastor.” Dia e hora: 7 de junho de 1976, segunda-feira, de manhã

Da edição de novembro de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


O Presidente cujo mandato então se encerrava, , de Rancho Bernardo, Califórnia, nos Estados Unidos, abriu a reunião apresentando a nova Presidente, , de Londres, na Inglaterra. O Sr. Cern leu textos da Biblia e a Sr.a Price leu os trechos correlativos do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras por Mary Baker Eddy. Foram eles os seguintes:

A Bíblia
Isaías 40:1, 10,11
João 10:7, 9, 14, 16
27, 29

Ciência e Saúde 442:26
338:2–4 (até ;)
322:29–34
577:33–3
578:5–9, 16

O Sr. Cern leu a Oração do Senhor, e a audiência acompanhou-o dando a interpretação espiritual (V. Ciência e Saúde, pp. 16–17). A seguir a soprano Susan Godine, solista de Terceira Igreja de Cristo, Cientista, Washington, D.C., cantou uma adaptação ao salmo vinte e três.

A Sr.a Price anunciou que George W. Ledbetter, de Boston, e Mare Engeler, de Genebra, na Suíça, haviam sido novamente eleitos para o cargo de Secretário e de Tesoureiro, respectivamente.

Damos a seguir um relato condensado da reunião. (O relato completo foi publicado em inglês no número de agosto de 1976 do Christian Science Journal.)

Relatório do Secretário,

É você membro de uma igreja filial progressista em que os cultos são bem freqüentados e cheios de atividade? Ou é você membro de uma filial em que apenas um punhado de pessoas comparece aos serviços, com um prédio muito grande, ou, talvez, um muito pequeno? Talvez vocês se perguntem qual dessas situações melhor descreve o nosso movimento hoje em dia? Nenhuma delas é típica de nosso movimento. Representam casos extremos.

Não resta dúvida de que as estatísticas mostram que há um declínio no número de nossos membros e de nossas filiais. Mas que base magnífica temos para irmos ao encontro do mundo! Há 3.869 locais no globo terrestre — filiais, sociedades, grupos e organizações universitárias — em que os Cientistas Cristãos estão ativos em pôr a Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: kris'tiann sai'ennss à disposição de suas comunidades.

Não precisamos ficar com medo nem desanimados — precisamos ser gratos pelo que já possuímos! E usar o que é nosso! Talvez sua igreja filial seja pequena e esteja em dificuldade — mas você lá está, você é ativo e faz parte de um todo portentoso. Há muitas filiais que estão orando, “Mostra, Pastor”, e à medida que ficam à escuta vão obtendo resultados animadores.

Nossos planos para os próximos anos são bem simples: Ajudar o Campo de Ação a ajudar-se a si próprio — fortalecer-se a si próprio. A Igreja Mãe está pronta para ajudar de qualquer modo adequado, mas está deixando que todos tenham o máximo de liberdade para pôr em ação suas próprias idéias.

Estamos diante de problemas, não resta dúvida. O mundo todo está passando por dias difíceis. Temos a resposta de que o mundo necessita, mas precisamos ser suficientemente humildes, precisamos ser suficientemente cristãos, precisamos ser suficientemente amáveis para achar o jeito de apresentar essa resposta de modo tal que o mundo possa compreendê-la e aceitá-la. Podemos prosseguir ardorosa e alegremente — prontos para o progresso que virá. Nossa Líder contava conosco.

Relatório do Tesoureiro,

Certa ocasião no Parlamento francês, um ministro do governo dirigiu-se a um membro dissidente nestas incisivas palavras: “Se V. Excia. não tem nada a dizer, não insista em dizê-lo.” Tal declaração poderia muito bem aplicar-se aos muitos rumores que a mente mortal vem espalhando com insistência a respeito da situação financeira de A Igreja Mãe. Esses rumores vão de um extremo a outro — segundo uns, nossa Igreja está à beira da falência; segundo outros, ela é tão rica que o Tesoureiro não mais estaria aceitando as contribuições que vocês mandam!

A verdade é que A Igreja Mãe emergiu de uma recessão de âmbito mundial em condições financeiras muito sólidas, com sua receita dentro de uma estrutura mais sadia e com uma base de apoio bem mais ampla. Hoje o ativo de nossa Igreja inclusive imóveis e reservas em potencial oriundas de legados em fase de homologação e dos fundos em fideicomissos são maiores do que em qualquer época da história de nosso movimento. Essa é uma façanha e tanto! Contudo, ainda não decresceu a necessidade do apoio contínuo e firme às atuais atividades de A Igreja Mãe, embora o nível de suas despesas tenha sido reduzido até o ponto em que reflete mais acuradamente o montante necessário para mantê-las.

Estamos nos conscientizando mais dos valores, o que é algo bem distinto de estar conscientes apenas dos custos. Estamos dando um exemplo ao mundo por mostrar que “menos pode significar mais”. Isso, por sua vez, haverá de resultar inevitavelmente no melhor cumprimento de nossa missão como igreja.

Fizemos reajustes necessários, mas ao mesmo tempo envidamos todos os esforços no sentido de nunca perder de vista o equilíbrio maravilhoso entre a convicção metafísica de que existe suprimento infinito e a sabedoria humana de viver dentro dos recursos financeiros que já demonstramos, tal como o próprio Jesus o fez. Na verdade, ele alimentou multidões com apenas alguns pães e peixes — se bem que, por outro lado, tenha aconselhado que os que pretendem construir precisam usar de sabedoria na avaliação dos custos. Orçamento sábio não é negação de que há suprimento infinito.

Os desafios que tivemos de enfrentar no ano passado nos proporcionaram muitas oportunidades de reconhecer que o que determina o nosso curso não é jamais a direção em que o vento sopra, mas sim o modo como dispomos as velas de nosso barco. Atendendo à orientação do Pastor, sentimos o efeito fortalecedor da tribulação, enquanto ganhávamos compreensão mais elevada do que é a Igreja.

A missão de nossa Igreja não se restringe a sanar o que já está errado no mundo, mas consiste em liderar o mundo no rumo de conceitos mais altos e mais santos acerca de tudo, inclusive dinheiro, suprimento, reservas financeiras e títulos de crédito. Nossa Igreja não pode se dar ao luxo de seguir o mundo, mas precisa liderá-lo — em razão da própria natureza arrebatadora do Cristo. E o liderar requer a coragem moral de adotar pontos de vista que, muitas vezes, parecem estar em oposição aos que são aceitos pelo mundo.

Começando com a verdade espiritual do ser, iremos pouco a pouco provar nosso suprimento por meios que o mundo não consegue entender porque desafiam a lógica humana. Provaremos que as narrativas bíblicas são hoje em dia tão verdadeiras e aplicáveis como o eram naqueles tempos. O Princípio as sustenta, e o Princípio é imutável. Não resta dúvida de que nossa demonstração será visível em estilo do século vinte, em forma e em nível que atendam às necessidades dos dias atuais.

Para que nossa Igreja lidere o mundo, precisamos dedicar-nos a ampliar ao máximo os nossos pensamentos! A Ciência Cristã é a Ciência do ser para o mundo todo. Ela não está destinada a resolver apenas os nossos problemas. Nossa grande Líder, a Sr.a Eddy, possuía essa visão mais ampla. E nossa compreensão da missão mais universal da Ciência Cristã nos capacitará a provar, no modo mais convincente, a liderança que nossa Igreja exerce inevitavelmente no mundo. Essa liderança se expressa toda vez que um só dos membros de A Igreja Mãe tem suficiente transparência para permitir que a liderança da Sr.a Eddy brilhe e apareça aí mesmo como a atividade do Cristo em nosso mundo.

Muito lhes agradeço por sua participação vital na liderança exercida por nossa Igreja, essa participação que se manifesta por meio de apoio decidido, dedicação inabalável e amor profundo à sua Igreja Mãe.

Relatório do Chefe da Delegacia Geral de Divulgação,

Às vezes, por ocasião das conferências internacionais dos Delegados de Divulgação, lembro nossos trabalhadores do mundo inteiro de que os ataques à Ciência Cristã na imprensa são bênçãos disfarçadas. Como vocês se lembram, nossa Líder escreve: “Fiquem cientes de que a injustiça que a imprensa e o púlpito cometem contra esta denominação de cristãos cessará quando deixar de abençoar esta denominação.”The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 151; Então digo aos nossos Delegados de Divulgação: “Meus amigos, vocês podem ter plena certeza de que ainda estão sendo maravilhosamente abençoados!”

Durante o ano passado, a mente carnal não arrefeceu seus ataques à Ciência Cristã. Mas muito de bom vem sendo feito, e estamos obtendo vitórias. Pela primeira vez, por exemplo, um relato útil e acurado sobre a Ciência Cristã foi incluído num livro-texto usado nas escolas de nível secundário de todo o Canadá.

Às vezes nossos Delegados da Divulgação no Campo de Ação podem se voltar a vocês pedindo-lhes ajuda. Pedem-lhes que orem especificamente por uma situação que precisa ser corrigida. Quantas vezes esses Delegados de Divulgação se encontram em situações que os forçam a dizer, tal como estamos dizendo hoje: “Mostra, Pastor.” Não faz muito tempo, num dos estados americanos, nosso Delegado de Divulgação teve de enfrentar uma situação que indicava haver grande probabilidade de ser aprovado um projeto de lei segundo o qual seria considerado crime a um pai ou uma mãe Cientistas Cristãos confiarem inteiramente no tratamento pela Ciência Cristã para seus filhos. Parecia prudente, disse nosso Delegação de Divulgação em seu relatório, solicitar a três membros experientes que apoiassem em espírito de oração o trabalho de introdução de uma emenda a esse projeto.

Esses membros da igreja lhe deram o apoio pedido, e era óbvio que este se fazia necessário. Havia muitos obstáculos. Por vezes parecia impossível que nossa emenda viesse a ser adotada sem tropeços. Mas por fim a emenda apresentada por nosso Delegado de Divulgação foi aprovada como parte integrante da nova lei. Que grande ameaça pesava sobre a cabeça dos pais Cientistas Cristãos daquele Estado! Se não fosse pela emenda aprovada, seriam eles considerados criminosos devido ao simples fato de optarem pelo tratamento pela Ciência Cristã em vez de pela assistência médica. Mas agora essa ameaça foi totalmente afastada.

Quanto ao âmbito internacional, temos a informar que foram promulgadas apostilas sobre os direitos e obrigações legais dos Cientistas Cristãos na Suíça francesa, na Suécia e nas Ilhas Bahamas. Estão sendo feitas pesquisas no campo jurídico para garantir os direitos dos Cientistas Cristãos numa série de países africanos.

No ano passado aumentaram em muito as oportunidades oferecidas à Ciência Cristã pelos meios de comunicação em massa. São elas aceitas onde quer que possam ser devidamente demonstradas. Pela primeira vez, a Ciência Cristã foi mencionada com destaque na televisão nacional japonesa. A breve explanação feita era acurada e chegou a milhões de pessoas.

Ora, todos esses esforços são importantes e estamos fazendo um bom progresso. Mas essa não é hora de descansar sobre os louros. Os ataques públicos à Ciência Cristã não arrefeceram. Como Cientistas Cristãos, no entanto, podemos recusar-nos a crer por um momento sequer que a falsidade tenha o poder da Verdade. A atração da Verdade é constante e onipotente, e nada pode interrompê-la ou lhe causar interferência.

Como a Bíblia nos diz: “A peleja não é vossa, mas de Deus.” 2 Crôn. 20:15. Porque a peleja é de Deus, podemos esperar pacientemente, imperturbados, certos de que a vitória é nossa.

Relatório dos Fideicomissários da Sociedade Editora da Ciência Cristã lido

Nossas publicações estão indo ao encontro da humanidade, levando o Cristo, a Verdade, a milhões de pessoas. Essas publicações rompem os grilhões da servidão e superam a burocracia dos expedientes mortais confusos. Estamos trabalhando com afinco a fim de que todos os nossos periódicos — o Sentinel, o Journal, o Arauto, o Livrete Trimestral e o Monitor — desempenhem bem o papel que a Fundadora deles lhes destinou.

Literalmente falando, há milhões de Sentinels à disposição. Nos Estados Unidos todos os anos despachamos o equivalente de um Sentinel para cada 24 pessoas. Despachamos um Arauto para cada 500 pessoas na Alemanha, e um Arauto para cada 2.400 pessoas na França. Mais de 400 publicações, inclusive panfletos e folhetos, são despachadas para o além-mar em 34 idiomas diferentes. É o trabalho metafísico de todos os membros em apoio a esses missionários que vai ao encontro das necessidades da humanidade. Mas é preciso haver apoio contínuo para inverter a tendência atual de declínio das assinaturas.

Temos a grata satisfação de anunciar a publicação pela primeira vez do Livrete Trimestral nas edições em japonês e em indonésio.

A palavra da Verdade em forma de publicação está levedando o pensamento humano. A quantidade de testemunhos de cura submetidos para fins de publicação nos períodicos tem permanecido constante no decorrer dos anos. Em que lugar do mundo poderiam vocês encontrar essa evidência documentada da cura-pelo-Cristo!?

O Redator de nossos periódicos, , afirma: “Metafísica exposta com maior clareza é o que continuamente procuramos concretizar. E procuramos mostrar o que a Ciência Cristã significa em termos práticos hoje. Isso está curando pessoas. Estamos dando realce ao vigor da liderança contínua da Sr.a Eddy. Os periódicos estão também impedindo que caiam no esquecimento, no mundo de hoje, os temas espirituais da Bíblia. Estão demonstrando como os vislumbres obtidos em tempos bíblicos ainda são relevantes e passíveis de comprovação hoje em dia.”

Em nosso relatório de junho de 1975 alertamos vocês sobre o ousado passo de publicar o Monitor em novo formato e sobre o estabelecimento de uma edição internacional no alémmar. Uma pesquisa de opinião demonstrou que 82 por cento de nossos leitores aprovaram essa inovação.

Como no passado, o Monitor continua a ser uma importante influência em prol do bem entre os líderes mundiais e outras pessoas. O Redator, John Hughes, comenta: “Ao entrarmos neste novo ano, creio que a função do Monitor seja a de desvendar, ressaltar e reafirmar o bem em nossa sociedade, enquanto que, ao mesmo tempo, assinala especificamente e de modo construtivo suas deficiências e abusos. O Monitor é um jornal dedicado à cura, mas essa cura só pode ocorrer como resultado da ação espiritualmente motivada e humanamente manifestada.”

Durante o ano passado, os custos de produção inflacionados impuseram uma dificuldade aparentemente insuperável à nossa Sociedade Editora. Parecia não haver saída. A gerência e o corpo de funcionários voltaram-se, de verdade, em oração ao seu Pastor.

Sentimos que tínhamos a obrigação solene de continuar a produzir diariamente o Monitor, e os outros periódicos semanal, mensal e trimestralmente, mas o “deficit” estava subindo num ritmo alarmante. A inflação foi maior do que a redução dos custos de operação. Vimos que se as coisas continuassem nesse ritmo o “deficit” seria superior a 10 milhões de dólares anuais.

Drásticas medidas foram tomadas. Tudo foi ponderado quando se tornou necessário reduzir em 30 por cento o quadro de pessoal, restando apenas um mínimo de gente imprescindível para manter as atividades da Sociedade Editora. Essa sensível redução de pessoal não afetou o lançamento de nossos produtos nas datas marcadas, e, acreditamos nós, talvez haja melhorado sua qualidade. Tomadas essas medidas, e com a adoção de novos processos e o aumento de receita, houve uma redução de 50 por cento no “deficit”. Nosso coração sente-se profundamente grato e cheio de amor para com o corpo de gerentes e de trabalhadores que tanto deram de si mesmos.

Muito mais ainda precisa ser feito. Mas podemos agradecer a Deus pela evidência de Seu amor e de Sua sabedoria, os quais nos conduziram até aqui. Temos confiança de que o Pastor vem suprindo Seu rebanho e o está levando para o aprisco. Sabemos que ali não há lugar para a imperfeição ou o “deficit”.

Alguns de vocês ainda não estão recebendo serviço satisfatório quanto às assinaturas e entregas. O nosso pessoal ainda está trabalhando inúmeras horas para superar as dificuldades, e não descansaremos enquanto os erros não forem eliminados de todo. Apreciaríamos muito se vocês escrevessem à Gerência Geral da Sociedade Editora se tiverem necessidade.

Ainda está em fase de aperfeiçoamento o sistema centralizado de computação e processamento de dados em A Igreja Mãe para que seja possível acomodar nossas exigências no sentido de converter o controle de nossos periódicos de um sistema manual para o eletrônico. Muito progresso já foi feito nesse sentido. Contudo, antes que possamos atingir a meta de maior economia e excelência nos serviços, muito trabalho ainda se faz necessário.

Um dos argumentos que precisamos superar é a crença internacional contagiosa de que os serviços de correio estão se deteriorando. Convidamos vocês a trabalharem metafisicamente e a tomarem os passos humanos devidos em sua localidade a fim de ajudar a corrigir a situação.

Por último, mas da máxima importância — a Lição-Sermão!

As publicações da Ciência Cristã que lançamos estão guiando o pensamento ao pastor impessoal, a Bíblia e Ciência e Saúde. Neles a rocha do Cristo, da Verdade, provê abrigo ao rebanho do Pastor.

Sabemos que vocês estão encontrando consolo, alimento e proteção nessas Lições Bíblicas. É contínuo o fluxo de cartas de gratidão vindas de membros e amigos de todas as partes do mundo. A Comissão da Lição Bíblica, a quem compete o preparo dessas lições, reconhece humildemente o sagrado encargo que lhe foi confiado.

Não são os precedentes humanos ou o procedimento humano que primariamente nos fornecem as respostas de que necessitamos para o bom desempenho de nossas atividades como administradores da Sociedade Editora. Essas respostas são encontradas muitíssimas vezes nos fatos espirituais contidos na Lição-Sermão “da qual”, diz nossa Líder, “grademente depende a prosperidade da Ciência Cristã” Manual de A Igreja Mãe, § 1° do Art. 3°;.

“O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito.” Neemias 2:20.

Nesse ponto da reunião a congregação levan-tou-se para cantar o hino n°. 209.

“Provação e Triunfo: A visão de nossa Líder com respeito à sua Igreja”, palestra dada

Suponhamos que hoje de manhã voltemos a um certo dia no passado, 80 anos atrás, na primavera de 1895. O prédio original de A Igreja Mãe fora concluído uns poucos meses antes. Mas a Sr.a Eddy, encontrando-se lá no estado de New Hampshire, nunca tinha visto o prédio da igreja para o qual ela tanto havia trabalhado, esse prédio que era a prova visível para o mundo de que uma nova Igreja tinha nascido — uma nova Igreja e uma nova visão.

Assim, certo dia em abril, sem qualquer aviso antecipado e sem fanfarra, ela tomou o trem para Boston e veio silenciosamente ver sua igreja. Quando passou pelo corredor lateral daquele belo e pequeno auditório, ela se achava completamente a sós. A única pessoa que a havia acompanhado até a igreja se detivera discretamente à porta. No meio da igreja a Sr.a Eddy fez uma pausa em pensamento; a seguir adiantou-se até a frente e ali ajoelhou-se por alguns instantes nos degraus que levam à plataforma. Mais tarde naquele dia ela voltou ali novamente. Dessa vez subiu à plataforma e, de pé, atrás do púlpito do Primeiro Leitor, repetiu em voz alta as palavras do Salmo 91, que há muito lhe haviam ensinado a buscar abrigo contra a tempestade “no esconderijo do Altíssimo”. Depois passou para trás do púlpito do Segundo Leitor e repetiu as palavras de um hino cristão que ela conhecia e do qual gostava muito:

Guia-me ó grande Jeová!
Peregrina sou nessa terra estéril:
Sinto-me fraca, mas Tu és forte,
Sustém-me com teu poder ... V. Lyman P. Powell, Mary Baker Eddy: A Life Size Portrait (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1950), p. 174;.

Como vêem, a Sr.a Eddy não se achava por demais metafísica para com humildade pedir a Deus o vigor e a orientação de que necessitava. Tal como ela o fez no poema que se tornou um dos seus mais queridos hinos:

Mostra, Pastor, como andar
Sobre a escarpa além...Hinário da Ciência Cristã, n° 304;

Que maravilha ver que, ao estar pela primeira vez em A Igreja Mãe, ela não se expressou em palavras de contentamento e triunfo, mas em palavras que reconheciam estar ela inteiramente na dependência de Deus para obter a sabedoria que iria atender aos desafios que o futuro lhe reservava! Quase 25 anos antes, ela havia dito a alguns de seus primeiros estudantes: “Algum dia terei a minha própria igreja!” Robert Peel, Mary Baker Eddy: The Years of Discovery (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 288; Mas quando teve ela a sua igreja, não sentiu orgulho nem vaidade. Sentiu a magnitude da tarefa que ainda estava à sua frente e elevou o coração numa prece, pedindo alento e sabedoria.

Várias semanas mais tarde, a Sr.a Eddy fez segunda visita a A Igreja Mãe. Dessa vez veio ela no fim do serviço dominical realizado de manhã. A igreja estava lotada de Cientistas Cristãos entusiastas que ainda se rejubilavam com o novo prédio, e eis que — de repente, inesperadamente — ali estava diante deles a sua Líder para, em pessoa, lhes dirigir a palavra.

A Sr.a Eddy estava sempre apta a fazer algo inteiramente inesperado — esse era um modo pelo qual mantinha a mente mortal em fuga. E agora, ao se dirigir a essa multidão de Cientistas Cristãos ardorosos, ela fez novamente o inesperado, escolhendo como tema central de sua palestra a necessidade de arrependimento — a necessidade que cada Cientista Cristão tem de ver as suas próprias deficiências e arrepender-se delas de modo tal que as destrua. Era óbvio que ela desejava que seus seguidores se dessem conta de que não basta o entusiasmo para levar adiante a Igreja. Eles precisavam da autopurificação científica, de coragem moral e de dedicação cristã bem enraizadas. Cristo Jesus referiu-se a essa mesma necessidade quando disse a seus discípulos: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos” João 8:31; — e então só então, a segunda parte dessa declaração torna-se veraz, “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Alguns semanas mais tarde, nesse mesmo ano de 1895, a Sr.a Eddy pediu a 180 de seus próprios alunos que viessem a “Pleasant View”. Quando lá chegaram, eles ainda estavam excitados pelo fato de A Igreja Mãe ter sido concluída. A Sr.a Eddy acabava de passar pela agonizante experiência da traição de seu filho adotivo, Dr. Foster-Eddy, que então era Presidente de A Igreja Mãe, e com grande autoridade ela falou a seus estudantes da necessidade premente de enfrentarem eles o magnetismo animal e de tratar dele antes que este tivesse ocasião de imiscuir-se entre eles sem que se dessem conta do que estava acontecendo. E concluiu seus comentários com a adaptação do lamento poético de um trecho do livro de Jeremias: “Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos em fonte de lágrimas! Então choraria a apatia de meus estudantes e o pouco que eles já realizaram.”

Ora, o que interessa é que a Sr.a Eddy, quando assim falou, não fez com que seus ouvintes ficassem deprimidos e desanimados. Antes pelo contrário. Eles saíram dali com um sentimento de estarem despertos e revigorados. Haviam captado um vislumbre da grandiosidade do trabalho a ser feito — e quão crucial era fazê-lo. Ela os ajudara a ver que havia um mundo inteiro a ser redimido — e não, convertido. E isso precisava ser feito não por meio de meros esquemas e campanhas, mas de vidas vividas, verdades comprovadas e curas demonstradas.

Ela não disse, naquela ocasião ou mais tarde, que a vereda que estava diante da Igreja seria coberta de rosas. Ela não disse que a mente carnal haveria de cessar com prazer sua oposição à Verdade e saudar a Ciência Cristã de braços abertos. Disse ela enfaticamente: “Aquele que deixa tudo por Cristo, renuncia à popularidade e ganha o cristianismo.” Ciência e Saúde, p. 238; A seus seguidores ela prometeu grandes provações e grandes vitórias. Ela promete-nos abundantes oportunidades hoje para comprovar que Deus é Tudo.

Temos uma Líder que foi verdadeira seguidora de Cristo Jesus no caminho reto e estreito da verdadeira Ciência. Ela não confundia o pensamento que está baseado em nossos próprios desejos humanos ou a comodidade na matéria com a demonstração cristã científica. Em Ciência e Saúde ela diz taxativamente: “Se lançares teu barco sobre as águas da verdade, sempre agitadas, porém salutares, encontrarás tempestades. Será vituperado o bem que fazes. Isso é a cruz. Toma-a e carrega-a, pois graças a ela ganharás e cingirás a coroa.” ibid., p. 254;

A Sr.a Eddy nunca esquecia a cruz nem a coroa, a negação da identidade humana ou a glória da identidade espiritual, compreendidas e vividas. Ao nos indicar a alegria incomparável do verdadeiro ser, ela mostra-nos uma Ciência Cristã que é infinitamente mais do que uma festa prazenteira, um calmante e um convite ao sucesso mundano. Ela mostra-nos a Ciência Cristã como promessa e exigência, como esforço e realização, como revelação e demonstração. Nunca aceita as pretensões do mal como se foram reais ou necessárias, mas enfrenta-as e as vence como desafios para que se demonstre a onipotência do bem.

Baseada em sua profunda experiência, em suas provações bem como em seus triunfos, nossa Líder podia escrever para A Igreja Mãe na última década de sua vida: “Os infortúnios da vida são sua recompensa principal; fazem vir à tona o vigor oculto. Se eu nunca tivesse sofrido por A Igreja Mãe, nem ela nem eu estaríamos praticando as virtudes que jazem encobertas nas horas suaves e nas calmarias da existência humana.” Miscellany, p. 166;

Será que isso não faz de Sr.a Eddy uma Líder para o dia de hoje? As mudanças e os levantes de nossa era não lhe causariam surpresa. Ela estava preparada para eles. Esperava que sua Igreja estivesse preparada para eles. Sabia que o desafio seria árduo, mas podia dizer, como também nós podemos dizer:

Pela senda rude irei,
Sempre a cantar.Hinário da Ciência Cristã, n.° 304.

Relatórios vindos do Campo de Ação

Esse relatório, uma apresentação de 17 minutos de duração, constando de diapositivos e gravação sonora, incluiu entrevistas com vários Cientistas Cristãos que falaram de suas experiências de cura amplamente variadas. Foi ali enfatizado que a cura na Ciência Cristã não é um fim em si mesmo, mas realmente um começo apenas, um novo modo de viver, de pensar e de agir.

Dentre as experiências relatadas, achavam-se curas de esclerose múltipla, conflito racial e a restauração da vida a um natimorto.

Mensagem do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, lida

Como Cientistas Cristãos testemunhamos provas maravilhosas do terno cuidado do Pastor e de Sua inconfundível orientação. Contudo, o caminho que o Pastor nos mostra nem sempre é fácil de ser trilhado. Todos nós já tivemos momentos em que precisamos apegar-nos com persistência à verdade, orando por vigor e orientação.

“Não havendo profecia o povo se corrompe” Prov. 29:18;, diz-nos a Bíblia. Mas a Ciência Cristã nos tem dado a profecia — a visão — de que cada um de nós necessita para ver além do quadro de carência, onde quer que ele apareça, e captar a promessa.

O nosso movimento, hoje em dia, enquadra-se bem na situação descrita pela Sr.a Eddy em Miscellaneous Writings: “A atual etapa de progresso na Ciência Cristã apresenta dois aspectos opostos — uma promessa infinita e uma carência desoladora. A necessidade, no entanto”, diz-nos, “não é da letra, mas do espírito.” Miscellaneous Writings, p. 355; Nessas últimas palavras temos o modo de superar qualquer carência: a superioridade do poder espiritual e a visão de confiar nesse poder. Aí está o nosso vigor. Aí está o rumo que precisamos tomar. Aí está o triunfo.

Podemos triunfar na medida em que trabalhamos juntos. Podemos superar a carência — o decréscimo atual no número de praticistas, um número menor de membros, os ataques ao nosso movimento — enquanto nos ativermos à visão, enquanto confiarmos na promessa infinita e estivermos conscientes da superioridade do poder espiritual.

Todos nós já passamos por momentos duros e nos saímos bem porque fomos à fonte do Amor para dali haurir nosso vigor. Dependemos unicamente do Pastor para nos mostrar o caminho, para guiar-nos e para alimentar-nos. Mas assim como Elias não esteve sempre na dependência dos corvos, nós também haveremos de superar a presente etapa. A vitória é alcançada quando a visão é clara.

A fim de ajudar a manter clara essa visão, os Diretores, em conjunto com a equipe de chefes da administração central, elaboraram algumas diretrizes bem simples — quatro objetivos que visam a melhorar a qualidade do trabalho feito aqui em A Igreja Mãe. Esses quatro pontos foram partilhados com todos aqui da Sede, e temos o máximo prazer em partilhá-los com vocês e pedir que voluntariamente dêem sua contribuição a eles. Pedem eles mais cristianismo, melhores curas, apreço mais profundo pela igreja e pela organização, e maior atenção aos sinais dos tempos. Permitam-me dar algumas explicações a respeito desses quatro pontos.

Ao enfrentar os desafios ao nosso movimento e procurar soluções, chegamos à conclusão de que o que precisávamos acima de tudo, aqui na Sede e no Campo de Ação, era de maior cristianismo. Não apenas o cristianismo que reconhece em Jesus o Salvador, ou o cristianismo que não passa de palavras. Mas o cristianismo que segue o Cristo tão de perto que empresta dimensão espiritual a tudo o que fazemos. Modifica nossas reações ordinárias e as purifica. Vocês sabem, são as nossas reações que dizem quanto uso fazemos da Ciência Cristã. Quando aplicada, a Ciência Cristã nos mantém calmos diante do medo, confiantes em vez de perturbados. Todos nós precisamos de maior dose de equilíbrio oriundo do cristianismo do Cristo.

Na Ciência Cristã, o cristianismo e a cura estão ligados para sempre. Em realidade, não podemos ter um sem o outro. São eles a ceifa e a semeadura, o apascentar do rebanho, a que se refere o nosso hino. O cristianismo faz a semeadura. A cura é o resultado — a cura que todos nós podemos colher ao vivermos o cristianismo puro. Ela procede da visão cristãmente científica — a visão que transpassa o sentido material para vislumbrar a realidade.

O nosso segundo objetivo é, então, melhores curas. Elas sempre virão à medida que obtivermos novas vistas do infinito, à, medida que aprendermos mais acerca da natureza de Deus. ... Novos vislumbres, mais inspiração, novas vistas do infinito, alçam-nos para fora das pretensões de origem médica, ou de condições desesperadoras no mundo e levam-nos para a promessa infinita de saúde, inteireza, abundância e contentamento.

Mostra-nos, Pastor.

O Pastor está nos indicando o caminho por meio dos livros — a Bíblia e Ciência e Saúde. Cada página desses livros contém mensagens que o Pastor nos envia, mostrando-nos como colher, como semear, como apascentar o rebanho, como curar. Examinem com atenção esses livros. Vivam o que eles dizem. Orem por mais visão, por novas vistas do infinito que rompem o sonho da matéria e trazem a cura.

Talvez não haja lugar que mais necessite de cura do que a nossa igreja como organização. Esse é então o terceiro objetivo: entender melhor essa instituição. A Sr.a Eddy indicava continuamente que somente haverá progresso se houver crescimento espiritual individual. Ela instava com seus estudantes a que confiassem nos meios espirituais em vez de nos materiais; a que se ativessem à visão da “estrutura da Verdade e do Amor”, e deixassem que essa visão governasse a igreja como instituição.

Sabemos do grande amor que vocês têm por A Igreja Mãe. São as orações de vocês, a generosidade e a visão de vocês que têm sustentado esta Igreja e a levado para frente, particularmente nestes mais recentes anos repicados de desafios. Esperamos que vocês estejam cientes de nossa gratidão e a percebam. Sigamos para frente juntos, sustenando-nos mutuamente, uns aos outros, na visão do que a Igreja realmente é e o que ela promete para a humanidade toda.

Se então pudermos levar as nossas filiais essa mesma unidade de visão, animando-nos uns aos outros, permanecendo unidos e destemidos diante das ameaças de desgaste — começaremos a crescer de novo. Como resultado desses objetivos poderemos ter novo crescimento e vigor renovado em todo o nosso movimento.

Há ainda mais um objetivo, o de estar atento aos sinais dos tempos. Estamos vivendo numa época acerca da qual já houve profecia. Jesus a predisse. Nosso livro-texto avisa-nos: “Os poderes deste mundo combaterão e darão ordem às suas sentinelas para não deixarem passar a verdade, até que adira aos seus sistemas. ...”Ciência e Saúde, p. 225.

Mary Baker Eddy jamais teria escrito tais palavras se não tivesse antevisto o que teríamos de enfrentar hoje; se ela, ela mesma, não tivesse sentido a perversidade do antagonismo do mundo e a persistência com que este tenta impedir a marcha progressista da verdade.

Mas a verdade nunca aderirá aos sistemas materiais. É bem certo que o caminho é escarpado, e as exigências espirituais talvez impeçam que a Ciência Cristã seja aceita, nesta época, por algumas pessoas. Mas nossa Líder nunca perdeu a confiança no triunfo final do bem. E o primeiro século de sua descoberta pôde observar o fermento da Verdade em ação, vendo-o alterar radicalmente o rumo da ciência, da teologia e da medicina.

Como podemos apressar a ação desse fermento? Será que o hino que escolhemos como nosso tema para hoje não nos oferece a resposta? As suas primeiras linhas são uma petição em seu todo, súplica, oração de desejo, “Mostra, Pastor”. Mas então vêm as palavras:

Tua voz escutarei
Para não errar;
Pela senda rude irei,
Sempre a cantar.

Essas últimas linhas dizem da promessa que fazemos a Deus, da obrigação que assumimos como seus discípulos: “Escutarei; pela senda irei; cantarei.” Temos de ser semelhantes ao Cristo, — e não apenas pedir para ser.

Então corresponderemos ao Cristo que nos impele para a frente — às vezes, talvez, por entre períodos de escassez quando os poderes deste mundo pretendem ter primazia — mas sempre em direção à promessa infinita.

Os desafios podem parecer enormes, para vocês como Cientistas Cristãos individuais e como membros de igrejas filiais — para nós como Cientistas Cristãos individuais e membros do Conselho de Diretores. Mas a visão do que a Ciência Cristã contém para nós e para a humanidade toda haverá de impelir-nos para a frente. Seria demasiado dizer que ela é a esperança em torno da qual giram soluções permanentes de caráter mundial?

Juntos podemos mudar o curso dos acontecimentos este ano. Como Presidente do Conselho de Diretores da Ciência Cristã, falo em nome de todos os seus membros quando lhes prometo dar a melhor liderança que neste momento conseguimos demonstrar, enquanto continuamos a orar todos os dias por maior visão, mais espiritualidade e mais profundo amor. Permitam-nos que peçamos o mesmo de vocês.

Pastor, mostra a todos nós como andar.

A Assembléia Anual foi encerrada tendo a congregação se levantado e repetido, em uníssono, o primeiro verso do poema da Sr.a Eddy intitulado “«Apascenta as minhas ovelhas».”

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