O mundo necessita desesperadamente de pessoas que assumam responsabilidades, e cada um de nós pode ajudar a suprir essa necessidade por meio de nosso próprio crescimento espiritual, por intermédio de nosso desejo genuíno, expresso em oração, de crescer em autoconfiança, capacidade e utilidade.
Entre pessoas religiosas em geral, e entre Cientistas Cristãos em particular, às vezes ouvimos a alegação de que agir não é substituto de orar; há também os que dizem que somente a oração não basta, e há ainda outros que afirmam que a oração, por si só, é suficiente.
Mas, quão mais eficientes poderemos ser se fizermos ambas as coisas: orar e agir!
Se orarmos com compreensão, humildade e verdadeiro desejo de realmente sermos melhores e agirmos melhor, nossa oração resultará em ação criteriosa, relevante e cheia de amor. À medida que crescemos espiritualmente nossos horizontes se expandem e com essa expansão natural surge uma consciência mais aguçada a respeito de nossa responsabilidade para conosco e para com os outros, bem como a força e a habilidade de executar o que necessita ser feito.
Nosso trabalho, nossa missão diária, é em certa medida semelhante a de Cristo Jesus. Como a expressão espiritual de Deus, cada um de nós existe — assim como Jesus existiu — para refletir Deus, o Amor divino, e podemos levar as qualidades cristãs de compaixão e de compreensão a toda e qualquer atividade meritória.
Se assumir responsabilidades significa tornarmo-nos mais conscientes de nossas obrigações como cidadãos e em cumpri-las, ou executarmos nossa parte justa nas tarefas caseiras, ou nos interessarmos mais pelas atividades da igreja e da comunidade, ou mostrarmos mais iniciativa e receptividade em nosso trabalho, é essa uma oportunidade de crescer. Assumir responsabilidades — estar preparado para ser responsável por suas decisões e ações — é sinal de maturidade. E se isso resulta de crescimento espiritual, então aquilo que fizermos será eficiente e bom.
Então, por que é que não assumimos responsabilidades? Falta de tempo, timidez, indecisão, preguiça, medo, são algumas das falsas noções que contribuem para a tendência generalizada de se ficar para trás e deixar que outros façam o que precisa ser feito.
“Mas o que dizer de nós, de nossos tempos e de nossas obrigações?”, escreve a Sr.a Eddy. “Estaremos devidamente cônscios de nossas próprias oportunidades e responsabilidades grandiosas? Estaremos preparados para as cumprir e melhorar, para agir com a máxima energia divina de que somos dotados?” Miscellaneous Writings, p. 176;
Na “energia divina” não há falta de tempo, nem timidez, preguiça ou medo. A energia divina é também nossa energia. Ela nos movimenta, sustenta-nos, e nos protege de todos os argumentos falsos que tentam fazer-nos desistir antes mesmo de começar.
Cada dia oferece a oportunidade de provarmos nossas capacidades outorgadas por Deus. Cada tarefa, não importa quão pequena ou insignificante pareça ser, oferece a oportunidade de demonstrarmos a inteligência e a bondade de Deus. Quando o fazemos, estamos desenvolvendo os talentos que Ele nos deu, e nada poderá impedir nosso progresso espiritual. E certamente progrediremos à medida que continuarmos a orar para saber mais acerca de nossa identidade real como a expressão de Deus e de nossa missão eternamente ativa e cheia de propósito em Seu universo.
Cristo Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor... Eu sou a videira, vós os ramos... Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” João 15:1, 5, 7; O Cristo realmente permanece conosco, e nos capacita a fazer tudo aquilo que é necessário seja feito para que cumpramos nosso destino como idéias dinamicamente individuais e espiritualmente perfeitas, concebidas na Mente divina. Se nos queixamos de falta de tempo, oremos por uma visão mais clara daquilo que é de maior importância. Estaremos gastando muito tempo em atividades inconseqüentes ou em trabalho que outra pessoa bem poderia realizar com eficiência? O Amor mostrar-nos-á para que lado nossa atenção deve ser dirigida. Estaremos expressando a inteligência da Mente organizando da melhor maneira possível o nosso trabalho? Teremos confundido o estar ocupado com a verdadeira realização? Estaremos realmente expressando nossa identidade verdadeira e espiritual como parte integrante do plano universal de Deus?
Timidez, indecisão, preguiça, ciúme — são pedras de tropeço para muitos que de outra maneira poderiam ter mais iniciativa em suas vidas. Mas essas não são características do homem criado por Deus!
“O homem é a expressão do ser de Deus” Ciência e Saúde, p. 470;, escreve escreve a Sr.a Eddy. Como pode a “expressão do ser de Deus” ser tímida, preguiçosa, indolente? Como pode ser invejosa, quando seu lugar está garantido sob a custódia de Deus? A inveja e o ciúme nos paralisam ao sugerir atitudes tais como: “De que adianta?” Mas podemos insistir em perguntar: “O que é que Deus diz?”
O homem não pode sentir medo, pois reflete para sempre a presença e o poder do Pai. Apesar disso, muitas pessoas permitem que temores profundamente enraizados as impeçam de assumir maiores responsabilidades. Muitos de nós conhecemos aqueles que supersticiosamente temem mais o sucesso que o insucesso. Muitas mulheres receiam ser consideradas menos femininas por firmarem-se nalguma atividade. Muitas pessoas prendem-se à idéia de que talvez não saibam o suficiente ou então de que não terão capacidade de suportar a pressão de se defrontarem com novas situações. Mas o Amor divino não nos permite fugir sempre da responsabilidade. Tanto homens como mulheres precisam compreender melhor o que é a responsabilidade.
Aceitar responsabilidades auxilia-nos a demonstrar o que já somos: a expressão espiritual de Deus — inteligente, capaz e ativa. Humanamente, somos capazes de fazer mais do que fazemos. Independente de nosso trabalho, condição social, nível financeiro ou educacional, todos nós somos capazes de fazer mais. Quando confiarmos em Deus, a Mente divina, para que nos guie, e tivermos inteira fé em Sua habilidade de fazê-lo, então realmente faremos mais, amaremos mais e nosso crescimento espiritual beneficiará outros também. A Ciência Cristã nos demonstra que na proporção em que trabalhamos e oramos com a intenção pura de cumprir o propósito de Deus para conosco, o Seu poder sustentarnos-á e abrirá o caminho. Nosso progresso será um bom exemplo do que pode ser feito com o auxílio de Deus.
Jesus mostrou quão importante é dar substância e significado à nossa compreensão de Deus por meio do bem que fazemos. Não disse ele: “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço” João 14:12;? Será que nossas orações nos auxiliaram a adquirir uma crescente compreensão acerca de Deus e do homem? Seremos mais responsáveis para conosco mesmos e com outros? Seremos melhores cidadãos, melhores trabalhadores e pais melhores? Seremos mais compassivos e mais compreensivos para com as necessidades de nossa época? Estará o nosso amor sendo expressado com a finalidade de realizar grandes obras, ou será que sua vibrante mensagem de cura se tornou apenas letra morta premida sob a enorme montanha de boas intenções não consumadas?
Se estivermos confusos quanto àquilo que mais importa, talvez possamos encontrar na seguinte afirmação da Sr.a Eddy uma diretriz para nossa ação: “Todo o propósito da verdadeira educação é fazer com que não só saibamos a verdade mas que a vivamos — fazer com que apreciemos agir corretamente, fazer com que não só trabalhemos quando brilha o sol e que fujamos na tempestade, mas que também trabalhemos entre nuvens de erro, injustiça, inveja e ódio; e esperemos em Deus, o forte libertador, que recompensará a integridade e punirá a iniqüidade.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 252.