Quando a mãe ora a Deus para obter orientação, bem como discernimento adequado, seu papel de consoladora e educadora torna-se progressivamente mais animador. Ela descobre que se liberta ao colocar o bem-estar do filho acima de temores, afetos e planos pessoais. Sua confiança no Espírito divino também liberta o filho dos efeitos do medo e abre o caminho para que a afeição cristã influencie e abençoe a ambos.
Essa não é a mãe sobre quem a Sr.a Eddy escreve: “Se uma criança está exposta ao contágio ou à infecção, a mãe se assusta e diz: «Meu filho vai ficar doente.» A lei da mente mortal e os próprios receios da mãe governam-lhe o filho, mais do que a mente da criança se governa a si mesma, e produzem justamente os resultados que poderiam ter sido evitados mediante uma compreensão contrária. Acredita-se, nesse caso, que a exposição ao contágio produziu o mal.” Ciência e Saúde, p. 154;
A mãe que consola o filho “mediante uma compreensão contrária” — sua consciência da perfeição espiritual e da unidade de Deus e o homem — compreende o poder preventivo da Verdade divina e confia nele. Ela apóia o melhor que pode a demonstração do verdadeiro ser de seu filho. Reconhece que este ser é uma entidade espiritual na criação inteiramente espiritual de Deus, em vez de uma personalidade física sujeita às circunstâncias e às heranças finitas da carne. Ela concilia o cuidado pelo filho com a compreensão de Deus como o Princípio e segue Sua orientação. A afeição maternal dela, portanto, se torna imutável em estabilidade e propósito. Tem uma influência duradoura e benéfica para a criança bem como para ela própria.
Em Ciência e Saúde, sob o título marginal “Afetos permanentes”, a Sr.a Eddy escreve: “O afeto de uma mãe pelo filho não lhe pode ser alienado, porque o amor materno inclui pureza e constância, ambas imortais. Por isso, o afeto materno perdura, sejam quais forem as dificuldades.” ibid., p. 60;
O relato bíblico a respeito da sunamita é a ilustração ideal de uma conduta materna científica no que parecia ser uma situação desesperada. A dificuldade a ser curada era uma criança sem vida. A mulher sabia que Eliseu era um santo homem de Deus, e foi até ele para que lhe restaurasse o filho.
Às perguntas do servo de Eliseu: “Vai tudo bem? contigo, com teu marido, com o menino?” a mãe sunamita respondeu: “Tudo bem.” 2 Reis 4:26; Esta conduta exemplificou a oração afirmativa da verdadeira maternidade. Ela estava expressando as qualidades imortais de pureza e constância, essenciais ao amor materno.
A afeição da mãe sunamita que a levara a declarar “Tudo bem” não podia ser alienada de seu filho pelo medo ou pela simpatia para com as leis físicas. Nem mesmo a evidência da morte enfraquecera sua afeição fortalecedora. Quando ela colocou o filho na cama de Eliseu e fechou a porta do quarto que havia preparado em sua casa para o profeta, a confiança que tinha no poder de Deus e nas orações do “santo homem de Deus” devem ter curado primeiro os seus próprios temores. Certamente as qualidades crísticas de pureza e constância fortaleceram sua convicção a respeito da vida eterna e indestrutível do filho, antes dela ir ter com Eliseu. A imperturbável confiança que ela expressou na onipotência de Deus foi um modelo da fé cuja definição encontramos no livro de Hebreus como “a certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” Hebreus 11:1;.
A Sr.a Eddy acalentava com carinho o apoio recebido de sua mãe, Abigail Ambrose Baker. A influência sustentadora da Sr.a Baker deve ter contribuído para a compreensão que a Sr.a Eddy tinha do amor maternal. Seus escritos expressam um sentido mais elevado de amor materno do que o mundo geralmente conhece. Eles enriquecem a relação mãe-filho, libertando-a da penúria do medo e da dependência pessoal.
Quando lhe foi tirado o filho ainda pequeno devido à condição de enferma em que ela se achava e por ela depender dos outros, a Sr.a Eddy viveu todas as preocupações e ansiedades de uma mãe. Mais tarde aprendeu do discernimento espiritual que a Divindade é o Pai-Mãe Deus — o terno, sempre desvelado e divinamente fortalecedor Pai-Mãe de todos nós. A conquista de um sentido limitado de amor materno acompanhou a tarefa de nutrir espiritualmente os que, em muitas partes do mundo, estavam procurando a Verdade mediante a revelação da Ciência Cristã, e os que a viriam procurar.
Ainda bem jovem, perturbada com alguns dos rígidos ensinamentos teológicos da época, a Sr.a Eddy ficou com febre. Em retrospecto, ela fala com ternura em sua mãe: “Minha mãe, enquanto molhava minhas têmporas ardentes, aconselhou-me que me apoiasse no amor de Deus, o qual me daria descanso se em oração fosse a Ele, como eu estava acostumada a fazer, para procurar Sua orientação. Orei; e um suave clarão de inefável alegria me invadiu. A febre desapareceu, e eu me levantei e me vesti — em estado normal de saúde. Minha mãe viu isso e se alegrou.” Retrospecção e Introspecção, p. 13;
Numa epidemia de gripe, certa praticista da Ciência Cristã foi chamada por uma mãe cujo filhinho estava com febre. A mãe receava que seu próprio medo pudesse prejudicar a criança. Referiu-se à declaração da Sr.a Eddy — a primeira de Ciência e Saúde citada neste artigo — como base de sua preocupação.
A praticista falou a respeito da certeza fortalecedora da mãe sunamita e chamou-lhe a atenção para a segunda referência de Ciência e Saúde acima citada. A diferença no comportamento materno e seus efeitos era facilmente visível ao compararem-se as duas declarações. Era como colocar um bastão reto ao lado de um torto. Imediatamente a mãe sentiu-se aliviada. Viu que o objetivo da primeira declaração é corrigir — mostrar como não se deve fazer ao querer ajudar o filho. Mais tarde, quando telefonou à praticista, já estava curada do medo. A mãe disse que compreendera seu papel fortalecedor e fora auxiliada a ver que o Amor, não o medo, é real e mantém o controle. Seu filho estava melhor. Pela manhã ela contou com muita gratidão que o filho estava comendo e brincando normalmente.
Como é reconfortante para as mães saber que ao refletir o Amor divino seu afeto lhes dá domínio sobre as preocupações maternas baseadas no medo. As mães podem fortalecer-se com as afirmações bíblicas a respeito da capacidade que possuem e que lhes é dada por Deus, de vencer os falsos profetas deste mundo. “Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo.” 1 João 4:4.
A afeição materna e sua influência benéfica persistem quando derivam do Princípio e do Amor divinos e neles se apóiam. Sustentam a mãe e o filho, capacitando a mãe a dizer: “Tudo bem”, e saber que está bem.