Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O mito do magnetismo animal

Da edição de fevereiro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Nos cem anos que decorreram desde a publicação de Ciência e Saúde de autoria da Sr.a Eddy, a verdade contida nesse livro tem forçado a vir para a superfície o materialismo profundamente arraigado. O mal, quando exposto, parece mais ativo. Quando a Verdade destrói o mal, os gritos do mal tornam-se mais agudos até que reine a harmonia. Esse processo de purificação e cumprimento é inofensivo aos indivíduos e às instituições, na medida em que a Ciência Cristã for aplicada.

Esta Ciência neutraliza toda pretensão do mal de ser capaz de explodir, propagar-se e destruir. Uma turma cuja especialidade é desativar bombas, utiliza sua compreensão da natureza dos explosivos e de como operam a fim de lidar com eles ou desativá-los. De maneira semelhante, a Ciência Cristã aplica sua explicação da natureza e da ação espúrias do magnetismo animal a fim de reduzi-lo a zero. Sob esta luz podemos perguntar: Que é o magnetismo animal? Onde é que ataca? Como é que gera? De que modo devemos lidar com ele a fim de destruí-lo?

Que vem a ser o magnetismo animal? É simplesmente a mentira sobre a Verdade. A ignorância e as trevas querem disfarçá-lo como se fora algum poder real e misterioso. Cristo Jesus expôs esse mito ao chamá-lo o diabo ou mal — um assassino e mentiroso, destituído de verdade (ver João 8:44). Vê-se a mentira nos seus efeitos depravadores sobre a humanidade: ódio, inveja, rivalidade, vingança, sensualidade, desejo de matar ou destruir; aceitação de desintegração, deterioração, perversão, retardamento, deformação; crença em crime, guerra, acidente, insanidade, pecado, doença, morte.

Detectamos as primeiras sugestões do magnetismo animal quando nos sentimos com medo, confusos ou apáticos. Ele nos haveria de fazer cessar de amar e paralisaria o bem por esconder a verdade sobre o homem como imagem de Deus.

Esses elementos negativos da mente humana são crenças num poder oposto a Deus, uma noção de que o mal é tão real quanto o bem, que o ódio é tão poderoso quanto o amor. Um poder oposto ao Todo-poder? Essa falsa pretensão é pura ilusão — forças mentais irreais que pretendem ser reais. Essa pretensão a poder está em proporção direta à nossa aceitação da mentira ou nossa falha em aceitar a Verdade. Quando se usa a Verdade para com ela destruir a mentira, são libertadas a família humana e suas instituições, para que desempenhem as funções que lhes foram designadas por Deus.

Onde é que o magnetismo animal ataca? Isso foge à questão. Como o magnetismo animal não tem mente nem poder, não pode planejar nenhuma estratégia nem desencadear nenhum ataque. Não pode atacar a Verdade, pois quanto mais se aproxima da Verdade, tanto mais tem de ser visto como mentira, desse modo destruindo-se a si mesmo, tal como acontece quando a escuridão vem para a luz.

Descrever o ataque do magnetismo animal é como definir fantasmas — em realidade não existem, mas enquanto as pessoas acreditarem que existem, essas crenças serão levadas em conta para pôr a descoberto a falsidade de suas pretensões fraudulentas. Para atacar, o mal precisa ter alguém que lhe dê o seu consentimento. Alguém que acredite na mentira acerca da Verdade e então aja de acordo com essa mentira no reino humano, como se ela fora verdade. Personalizando a mentira, a mente humana pretende dotar o mal impessoal com poder e plano de ataque. A Verdade desarma esse poder imaginário.

A defesa da Verdade é especialmente necessária em três áreas vulneráveis: nossa fraqueza, nossa força humana não redimida e nossa extinção do humano em vez da sua transformação.

Nossas fraquezas talvez incluam a crença de que somos mortais, que somos seres materiais, que existe vida e sensação na matéria, ou dor e prazer no corpo, e que estamos confrontados por verdadeiros perigos chamados pecado; doença e morte. A família do “eu” fornece muitas fraquezas: autopiedade, justificação própria e assim por diante. A Verdade destrói as fraquezas.

Nossas forças não redimidas certamente incluem nossos pensamentos não batizados e não regenerados sobre nós mesmos, nossa família, nossa educação, nossa riqueza, nosso trabalho. Falso orgulho, procura de status, impiedade, têm de ir embora, dando lugar ao reconhecimento de Deus, a fonte de tudo. Nossas forças tornam-se fraquezas se colocamos o humano acima do divino por esquecermos nossa origem, confundindo o efeito com a causa, pensando que nós somos a causa. A causa sempre cuidou e sempre cuidará de seu efeito, mas o efeito jamais poderá tornar-se causa. A Verdade nos redime.

Reconhecer corretamente a Deus corrige também o erro de tentar eliminar o humano em vez de transformá-lo. Quando tentamos equacionar o mortal (a mentira sobre o homem real) com o humano (nossa limitada percepção atual do homem real), fazemos com que o humano pareça ser indigno da ajuda divina. Pondo Deus em primeiro lugar, demonstramos que a divindade engloba a humanidade, elimina a mortalidade e liberta o humano para a sua realização, à medida que conscientemente refletimos nosso Pai-Mãe Deus.

As sugestões falsas não nos podem ferir. Se diariamente estivermos cedendo à vontade divina, saberemos que tais sugestões apenas precisam ser substituídas pelo nosso verdadeiro eu, nossa verdadeira substância, força, inteligência — a realidade de nossa identidade como filhos de Deus. Progresso humano é sempre o acompanhante deste processo de redenção. A Sr.a Eddy deixa claro o seguinte: “A crescente necessidade de confiar em Deus a fim de que Ele nos defenda contra as mais sutis formas do mal, faz com que nos volvamos sem reservas a Ele, em busca de ajuda, e assim ela se converte num meio de alcançar a graça. Se alguém vive corretamente, todo esforço no sentido de ferir tal pessoa só a ajudará; pois Deus dará a habilidade de vencer tudo quanto tende a impedir o progresso.” Miscellaneous Writings, p. 115;

A atuação do magnetismo animal, se aceita, haveria de afastar-nos da Ciência Cristã, que destrói o magnetismo animal. Se consentirmos, cessaremos de orar, estudar, ler a Lição-Sermão no Livrete Trimestral da Ciência Cristã;; depois, encobriremos tal omissão dizendo que não encontramos inspiração na oração ou no estudo. O magnetismo animal faz-nos pensar que temos mais prazer no humano do que no divino, ou empurra-nos ao absolutismo, de maneira que cessamos de gozar o humano e de trabalhar para transformá-lo pelo divino. Faz com que argumentemos em termos de metafísica, em vez de vivermos o amor. O magnetismo animal nos converteria em fariseus que dizem e não fazem, falando demasiadamente e orando muito pouco, ou não orando absolutamente nada — sonhando com demonstrações futuras, em vez de viver diariamente o Cristo.

Mas nós não precisamos consentir nisso! Um poderoso esforço espiritual pode corrigir cada um dos erros que impedem o progresso do indivíduo e das instituições. Ver as pretensões do magnetismo animal, sua natureza e seu modo de operar, o que é, onde ataca, como age, coloca-nos numa posição forte para lidar com ele em segurança e com inteligência.

Como podemos lidar com o magnetismo animal a fim de destruí-lo? Certamente não devemos ter medo do mal, nem ignorá-lo, evitá-lo, ou culpar a nós mesmos, a outros ou às instituições por causa dele. Nem devemos colocar-lhe uma alça e carregá-lo por toda parte, dizendo ser ele pessoa, lugar ou coisa. Nosso primeiro passo consiste em impersonalizá-lo. Não estamos lidando com uma pessoa má, um lugar mau, uma coisa má nem com um grupo de malfeitores. Provavelmente o maior obstáculo ao êxito em lidar com a mentira está em tentar fazer algo ao mundo, aos outros — ou mesmo ao magnetismo animal — a fim de mudá-los.

Demonstra-se a Ciência Cristã a partir do ponto de vista de nossa própria consciência. É nossa consciência o que precisa assemelhar-se ao Cristo. A recomendação da Sr.a Eddy é: “Aproveitai toda oportunidade para corrigir o pecado mediante vossa própria perfeição.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 249; Nossa proteção está em nossa própria habilidade pura, ordenada por Deus, de ver a perfeição — a presença e o poder de Deus a envolver tudo. Isso inclui a boa disposição de sentarmo-nos quietamente em oração silenciosa. Ao ficarmos à escuta, Deus Se revela mediante o Cristo, Sua idéia verdadeira. Aí se vê a pretensão do magnetismo animal pelo que realmente é — uma mentira, inverídica, irreal, sem poder. Então prosseguimos a viver nossa oração.

Jesus advertiu: “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.” Mateus 10:16; Essa é uma declaração simples de como lidar com o magnetismo animal. Para ser “prudentes como as serpentes” precisamos conhecer o suficiente do erro para destruí-lo com a Verdade. Precisamos ver o erro como irreal, como não fazendo parte da criação boa de Deus. Devemos tratar o erro partindo estritamente da base de nossos próprios pensamentos, recusando dar consentimento às suas pretensões ilegítimas.

Para fazê-lo, temos de ser “símplices como as pombas” — abrigar somente o Cristo na consciência. Como Jesus, devemos empenhar-nos para não ter na consciência nada que possa atrair o mal ou ser vulnerável a ele, nada dessemelhante a Deus e ao Seu reflexo. Isso significa que devemos reconhecer como real somente as qualidades divinas, ainda mesmo quando parece que as pessoas nos estão perseguindo.

A defesa real contra a má prática mental inclui amar os nossos inimigos, ou separar o erro da pessoa. Nossa própria compaixão à maneira do Cristo é a nossa proteção. Essa atitude cristã está em ver o que Deus vem fazendo por todos e por nós. Desse modo somos uma lei para nós mesmos e não para os outros, pois estamos vivendo de acordo com a lei divina exposta no Sermão do Monte. Pagar o bem pelo mal, amar os nossos inimigos, orar por aqueles que nos perseguem — não é isso o amor desprendido do Cristo que cura? Cumprimos a lei do Amor divino quando amamos os nossos inimigos.

A crença na má prática mental nos impediria de cumprir a lei do Amor divino. Faria com que em busca de proteção nos entocássemos nas pequenas cavernas do “eu”. Para apagar mentalmente a má prática mental, temos, entre outras coisas, de amar nossos inimigos por incluí-los em nossas orações assim como o fazia a Sr.a Eddy: “Todos os dias eu oro: «Ó Deus, abençoa os meus inimigos; faze deles Teus amigos; permite-lhes conhecer a alegria e a paz do amor».” Miscellany, p. 220.

O poder real do verdadeiro cristianismo está presente quando abnegadamente recusamos apoiar em nosso pensamento as crenças do magnetismo animal que assaltariam nossos assim chamados inimigos, especialmente quando são nossos companheiros nos trabalhos da igreja. Podemos identificá-los como o homem pertencente a Deus. Com esta identificação vem um sentido de amor e de compaixão.

O espírito de Cristo aniquila completamente o magnetismo animal e a má prática mental. Nosso Pai-Mãe Amor sustenta a todos os da família universal do homem. Com esse espírito cristão podemos fazer alguma coisa acerca das mentiras que se apresentam como verdadeiras acerca de nós mesmos, de outros, de nossas instituições. Podemos lidar com o magnetismo animal, a mentira acerca da Verdade, com a verdade acerca da mentira — isto é, a sua total irrealidade. Podemos amavelmente unir-nos a meios espirituais inovadores no desempenho de toda função na igreja e na solução de problemas individuais e comunitários. O mundo anseia por esse exemplo cristão.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / fevereiro de 1978

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.