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Espectadores da realidade

Da edição de fevereiro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


A realidade é espiritual. Como podemos vê-la? Pelo sentido espiritual. Os sentidos pessoais não são espectadores da realidade. O sentido espiritual sim, é. Quando os sentidos parecem perceber o bem e a bondade, estão, em verdade, subordinando-se ao sentido espiritual, que constantemente está consciente do bem divino.

O sentido espiritual é acessível a cada um de nós, de modo que todos podemos ser espectadores — num sentido ativo, é claro — da realidade. O sentido espiritual não está encarcerado no mundo finito da matéria nem confinado no pensamento mortal. Livre, ele navega no mundo da Vida divina. O sentido espiritual não é uma faculdade mortal, e as condições mortais nunca podem restringi-lo. O sentido espiritual tem raízes na Mente divina, que vê e sabe tudo. O sentido espiritual não tem conhecimento de corrosão ou erosão, de algo destrutivo ou destruído. O sentido espiritual é necessário para que se compreenda a Ciência CristãChristian Science (kris'tiann sai'ennss). E a Ciência Cristã, por sua vez, fortifica o nosso sentido do que é espiritual.

“Para desenvolver todo o poder dessa Ciência,” explica Mary Baker Eddy em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, “as discórdias do sentido corpóreo têm de ceder à harmonia do sentido espiritual, assim como a ciência da música corrige os tons errados e dá suave harmonia ao som.” Ciência e Saúde, p. viii; “Para desenvolver todo o poder dessa Ciência”! Que ideal! Pois o poder da Ciência é ilimitado. Mesmo assim, este ideal pode ser alcançado, embora sua consecução possa parecer progressiva.

A realidade claramente vista pelo sentido espiritual talvez pareça improvável e intangível ao pensamento humano. Por quê? Porque a matéria quer convencer-nos de que ela é a realidade. Diz-se tangível, tocável. Mas a realidade física, assim chamada, é meramente um estado de pensamento. A Sr.a Eddy explica: “Tudo o que parece material, só o parece aos sentidos materiais, e nada mais é que o estado subjetivo do pensamento mortal e material.” Miscellaneous Writings, p. 102; E, mais adiante, acentuando: “Nada aparece aos sentidos físicos senão seu próprio estado subjetivo de pensamento.” ibid., p. 105;

A matéria, pois, não é substância. Poderíamos dizer que é apenas um modo de pensar e ver e, ainda assim, um modo errôneo. A cura e a regeneração não resultam da mudança da matéria mas da mudança do que pensamos sobre a matéria. Segundo a Ciência Cristã, o nosso modo de pensar, ou o nosso ponto de vista, é de fundamental importância. Melhor saúde e progresso resultam de substituirmos a ignorância mortal pela iluminação espiritual. Eles ocorrem na medida em que somos espectadores espirituais da realidade, em vez de mortais que fazem interpretações incorretas.

O propósito da Ciência Cristã não é manipular ou melhorar condições materiais, embora a cura e o aprimoramento humano sejam seus resultados. A Ciência Cristã está aqui para ajudar-nos a perceber que na infinidade do Espírito não há condições materiais. Quando a espiritualidade penetra o materialmente irreal — dispersando-o assim como o sol dissipa as trevas — as condições aparentemente estranhas ao nosso pensamento evidenciam mais harmonia divina e menos discórdia física. Essa ação tem lugar inteiramente no reino da consciência.

A pergunta que Cristo Jesus fez aos seus discípulos: “Tendo olhos, não vedes?” Marcos 8:18. tem implicações profundas. O pensamento mortal e os olhos físicos vêm seus próprios conceitos finitos e os acontecimentos casuais. Mas o sentido espiritual vê o domínio do Espírito, vê a perfeição e o ser espiritual. O reino do Espírito é o único reino. O sentido físico pertence ao reino da matéria — em verdade, não pertence a nada, não pode funcionar em nenhum lugar, não pode informar ou informar mal, não pode ter realidade. O sentido físico, pois, não só não é digno de confiança, como não tem possibilidade de existir.

A consciência que Cristo Jesus possuía da realidade tinha profundidade, amplidão e penetração ainda não igualadas. Este é o segredo (embora não seja segredo na Ciência do sentido espiritual) de sua eficácia única em curar e banir o sofrimento e a carência. Ele foi testemunha preeminente da criação espiritual de Deus, a qual fervilha de idéias divinas. Ele sabia que o homem está totalmente à parte de definição física, doença e limitação. Sua visão científica apagou as ilusões de sofrimento e até da morte. Quando os sentidos o informaram sobre uma viúva cujo filho havia falecido recentemente, em Naim, seu sentido espiritual varou a cortina da crença mortal indo ao homem da Vida divina, o homem que sempre está vivo; e o jovem ressuscitou.

Essa cura mostra que, embora a realidade visível ao sentido espiritual transcenda o mundo de sonhos dos sentidos físicos, ela não está fora de nosso alcance. O Cristo sempre presente, a idéia espiritual de Deus, aviva e constitui, autoriza e fortalece o nosso sentido espiritual. O Amor divino não poderia esconder-se em nuvens de obscuridade. É da natureza do Amor o revelar-se. Ele se nos torna claro mediante o Cristo. O Amor divino sendo Tudo, revela-se, por assim dizer, para si mesmo e por isso em todo o ser e por toda a eternidade. A auto-revelação do Amor é perfeitamente aparente ao sentido espiritual. Reconhecendo a infinidade do Amor divino, o sentido espiritual exclui tudo quanto pudesse conflitar com o Amor divino e causar sofrimento ou decomposição. Em suma, o sentido espiritual cura.

O antídoto para as discórdias e irrealidades dos sentidos materiais é o sentido espiritual. E temos este sentido quando estamos dispostos a aceitá-lo. Cedendo às suas exigências, encontramos o reino do céu.

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