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Entrevista com um agente da lei

Da edição de abril de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


Há sete anos Dave Tolford trabalhava como policial, destacado para a cidade de Norco pela polícia do Condado de Riverside, na Califórnia. Pouco depois de ele deixar o trabalho como patrulheiro e passar a investigador de pessoal, encarregado do recrutamento, exame dos antecedentes e da contratação de outros policiais, passei um dia como seu passageiro, observando como um Cientista Cristão resolve as emergências que surgem na atividade de um policial.

Numa emergência, como por exemplo numa perseguição em alta velocidade, é-lhe possível saber que Deus o está dirigindo? Você consegue orar em tais circunstâncias?

Eu diria que em geral, numa situação dessas, se você está orando, sua prece não é lá muito específica. Pode haver breves segundos em que se declara uma verdade metafísica. Mas já se está preparado para tais situações. De manhã cedo, estabeleço meu dia estudando a lição bíblica semanal.Livrete Trimestral da Ciência Cristã; E, no trajeto para o serviço, naqueles poucos momentos calmos enquanto estou me dirigindo para o meu setor, tento repassar o que sei ser verdadeiro. Procuro reafirmar minha identidade como filho de Deus e vestir-me de “toda a armadura”  Efésios 6:13;. Relembro que minha proteção não está limitada à arma e ao distintivo que uso, ou à presença de outro colega, mas que ela vem de Deus e está sempre presente.

Em especial, estou consciente do fato de que Deus é minha Vida, minha inteligência, minha saúde, a fonte de meu ser; que esta Mente divina única me dota de sabedoria, força e coragem. Sei que tenho capacidade para detectar uma situação potencialmente perigosa, perceber o erro e eliminá-lo com eficácia, porque sei que Deus me dá presteza para agir; sei que a Mente divina, não a vontade humana, governa. Há alguns versos de um hino que acho muito tranqüilizadores a esse respeito:

Deus sabe quais os anjos Seus
Nos podem confortar,
E logo os vai mandar.Hinário da Ciência Cristã, nº 9;

Você pode dar um exemplo de como consegue pôr em prática essa inspiração?

Claro. Uma vez, à tardinha enquanto me achava trabalhando numa área rural muito isolada, recebi um chamado descrevendo um caso de psicose violenta, em que alguém arrancara a porta do refrigerador de sua mãe, virara uma mesa de bilhar de tamanho oficial e dissera aos pais que mataria quem pisasse no jardim. Os pais conseguiram ir até a casa de um vizinho e de lá chamar a Polícia. Ao chegarmos ao local, meu colega e eu, fomos informados de que previamente haviam sido necessários vários homens para dominar essa pessoa, por causa do seu tamanho e da sua natureza violenta. Os pais disseram que o filho era extraordinariamente corpulento, tinha mais de um metro e noventa de altura, pesava 127 quilos e além disso tinha muita força.

O rapaz, de uns vinte anos e tão grande quanto haviam dito, estava sentado no sofá. Pela aparência via-se que tinha um problema muito sério. Comecei falando sobre o que ele fizera durante o dia e como era bom que os pais se preocupavam tanto com ele. Quando perguntei se sabia que os pais lhe queriam muito bem, foi como abrir uma porta. Seus olhos começaram a se acalmar e sua atitude se distendeu um pouco. Falei suave e pausadamente, assegurando-o do amor e cuidado dos pais. Após alguns minutos convidei-o a me acompanhar, a pedido dos pais, para ver um psiquiatra, o que é praxe policial quando alguém se acha em tais condições. Primeiro ele respondeu que não iria. Disse-lhe que não tencionava levá-lo algemado.

Quando saímos da casa, meu colega ficou de longe. Fizemos uma viagem de aproximadamente trinta quilômetros até o hospital. Durante todo o trajeto falamos a respeito do relacionamento dele com os pais e outras pessoas, e como as coisas não eram realmente tão pretas como ele as vira. Ao chegarmos ao hospital, ele estava calmo e em seu juízo. O psiquiatra examinou-o e liberou-o, dizendo que não havia nenhum problema que exigisse internação. O jovem voltou para casa e, que eu saiba, nunca mais recebemos outro chamado de lá.

Hoje, no gabinete do diretor de uma escola, você teve de lidar com um jovem de catorze anos e havia evidências de que ele roubara uma calculadora da casa de um vizinho. Como você encara uma situação destas? O que pensa sobre o rapaz?

Não vou a um destes contatos tentando levar o Cristo comigo, mas procuro vê-lo já no local, em ação na consciência de todos. Tento ver cada um deles como possuidor da capacidade de expressar paz, alegria, amor e harmonia. Nesse caso em particular, tentei descobrir exatamente de onde surgira o impulso de fazer algo errado. Se o consigo apontar ao rapaz e deixá-lo tratar do caso, é muito provável que ele saia da experiência reconhecendo-me não como alguém que vê nele um malandro qualquer, mas como um policial que tenta ajudar.

O que acontece quando você é o primeiro a chegar num local que requer primeiros socorros ou outra assistência de emergência?

Pessoalmente não sinto conflito algum entre ser Cientista Cristão e desempenhar meu papel como agente da lei. Meu dever é proporcionar imediata assistência humana onde quer que a segurança pública o exija e, se isso envolve primeiros socorros ou respiração artificial boca a boca, é meu dever fazê-lo. Certamente não há razão para eu não esclarecer ao mesmo tempo o meu próprio pensamento, declarando a verdade sobre a Vida incorpórea e a inseparabilidade existente entre o homem e Deus, a inteireza perfeita e o funcionamento adequado de Seu ser infinito.

Certo dia recebi um chamado de emergência dizendo que um adolescente atirara acidentalmente num jovem vizinho, chamara a Polícia e então fugira. A vítima estava sozinha em casa, numa área residencial próxima. Dirigi-me imediatamente para lá e, naquela ocasião, no caminho fiz um trabalho metafísico específico. Afirmei que o homem não pode ser destruído, que o homem criado por Deus é puro, perfeito, e está ereto a toda hora, e que, tudo o que fosse preciso fazer, todo o funcionamento humano necessário, seria feito de modo adequado pela Mente divina.

A porta da casa estava aberta e pude ouvir uma voz gritando por socorro. Encontrei um rapaz deitado de bruços no chão da cozinha. Fora atingido nas costas por uma espingarda de calibre 12. Ao examinar a ferida, foi necessário cortar as calças do rapaz. Enquanto eu o fazia e administrava os primeiros socorros, assegurei-lhe que havia ajuda a caminho. Ao ajudá-lo a descontrair-se o mais que pudesse e ficar calmo, perguntei-lhe se acreditava em Deus. Respondeu-me que sim. Então lhe disse. “Você precisa compreender que Deus pode ajudá-lo, que Deus é uma ajuda sempre presente na hora da necessidade. Ele tem poder para ajudá-lo a sair-se desta. Você vai viver. Deus lhe ama.”

A ambulância chegou logo e ele foi transportado para o hospital. Durante quase três meses os pais pensaram que ele nunca caminharia de novo, e estavam quase certos de que perderia uma perna. Hoje ele está de volta à escola e caminha livremente com as duas pernas. Recentemente o vi e conversamos. Ele é um jovem muito agradecido.

Como podemos orar com maior eficácia para deter o crime e o pensamento errôneo que o produz?

Exatamente como oramos para ver a irrealidade da sugestão física errônea quando alguém pede ajuda pela Ciência Cristã. Podemos trabalhar com o mesmo afinco para desarmar e capturar a sugestão de desonestidade ou qualquer outra forma de pecado que tente se impor. O crime precisa ser tratado pela Ciência Cristã tão vigorosamente como um problema físico. Em qualquer caso, não podemos aceitar um conceito limitado sobre a cura e a eficácia da Verdade.

Podemos apoiar a aplicação da lei sabendo que o crime a respeito do qual lemos ou ouvimos, a violência e os roubos não retratam as ações do homem de Deus. Trata-se antes do magnetismo animal, das falsas crenças materiais, disfarçadas de homem material e tentando fazer-nos aceitar a crença errônea de que o homem criado por Deus pode agir independentemente de seu criador, que suas necessidades são maiores do que Deus pode suprir ou que ele está à mercê de algum outro poder. Reconhecer essas mentiras e persistentemente invertê-las pode ter um efeito muito marcante.

Uma pessoa pode ser acossada pelo desejo de narcóticos, ou talvez sentir-se pressionada financeira e economicamente e com isso justificar sua infração à lei. Mas o homem criado por Deus certamente não tem necessidades desatendidas — e nisto consiste nossa proteção: no conhecimento de que o homem a quem Deus criou é o único homem — “satisfeito, belo, são e bom” Hinário, n° 149., como um dos nossos hinos o diz.

Se a sua segurança começa por uma chave na porta e pelo fechar de janelas à noite, eu sinto muita pena de você, porque estas precauções representam apenas bom senso, não segurança. A verdadeira segurança vem de se perceber com clareza a idéia criada por Deus, o Seu único homem perfeito, presente em toda parte.

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