Não é nada extravagante afirmar que uma forma espiritualmente científica de estudar, ao invés da forma humana convencional, faz uma enorme diferença no seu valor e resultado.
A prática da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) implica afastar-se dos sentidos materiais por serem estes testemunhas indignas de fé quanto à realidade. Implica reconhecer a realidade presente do Espírito e suas idéias perfeitas. Mas, ao mesmo tempo, crescer na Ciência Cristã implica — além da oração e da prática — o estudo da letra impressa: a Bíblia e os escritos de Mary Baker Eddy. Não é de surpreender, pois, que tenha surgido a pergunta: “Como sabe a Sra. Eddy que leu e estudou corretamente, se devemos negar o testemunho dos sentidos? Era preciso que usasse os olhos para ler.” É uma questão interessante. E a Sra. Eddy deu a resposta. “Jesus disse: ‘Tendo olhos, não vedes?’ Leio a página inspirada com um sentido mais elevado que o mortal. Como matéria, o olho não pode ver; e como mente mortal, é uma crença que vê. Posso ler as Escrituras por uma crença de visão; mas preciso compreendê-las espiritualmente para lhes interpretar a Ciência.” Miscellaneous Writings, p. 58;
Como devemos estudar para obter mais êxito e fruição? Cristo Jesus propôs uma mudança de método na pesca improdutiva a que os discípulos se ativeram durante toda uma noite — que lançassem suas redes para o lado direito. Isso resultou numa quantidade ponderável de peixes apanhados. Do mesmo modo apanharemos a perspicácia espiritual com mais eficiência por meio de uma mudança de método.
Se apanharmos os livros simplesmente com uma visão mortal, e com a parafernália geral da crença em inteligência na matéria, então nosso estudo será substancialmente inferior em aproveitamento ao que seria se o abordássemos cientificamente. O estudo não somente nos ajuda a demonstrar a Ciência Cristã, mas ele próprio deve ser uma questão de demonstração. “Para alcançar o cume da Ciência, de onde podemos discernir os meios e modos perfeitos de Deus”, explica a Sra. Eddy, “é preciso que o sentido material seja controlado pelo sentido espiritual mais elevado, e a Verdade entronizada, ‘não atentando nós nas cousas que se vêem, mas nas que se não vêem’.” ibid., p. 66;
Conquanto seja perfeitamente válido e eficaz voltarmo-nos aos escritos da Ciência Cristã no caso de necessidade imediata com a expectativa de obter inspiração e cura para si próprio, o estudo regular deve ser encetado com desprendimento. Os melhores e mais valiosos resultados ocorrem quando levamos ao estudo a nossa inspiração em vez de a nossa necessidade e preocupação humanas. Estudar com o exclusivo interesse de melhoria própria e de progresso pessoal é arriscar-se a uma grande confusão de pensamento.
O que usamos como instrumento de estudo? Visto superficialmente — isto é, numa perspectiva similar àquela do interrogador referido anteriormente — usamos a inteligência humana instruída pelos sentidos. Pareceria que cada um tem uma mente individual que cresce em iluminação espiritual, e que esta por sua vez é acelerada pelo estudo consciencioso. Mas esta não é a realidade. O fato científico é que Deus é a Mente. Deus é a nossa Mente, e é consciência divina, onisciente. Qualquer discernimento espiritual que jamais tenhamos tido, ou que jamais venhamos a ter, é prova de havermos deixado ser nossa aquela consciência autoperceptiva que é Deus.
Estudar a verdade só tendo em vista ocupar uma mentalidade humana com o entendimento espiritual seria quase comparável a tentar pôr o oceano numa colher de chá: uma abordagem impraticável! Se formos tentados a crer que a Ciência Cristã é limitada no que tem a oferecer, ou de que o estudo não nos diz muito, consideremos o seguinte aspecto: não é a substância da Ciência Cristã que é limitada, mas sim o que estamos tentando fazer seu recipiente — isto é, o pensamento humano finito.
Ao desenvolver um modo melhor de abordar o estudo, é fundamental perceber que a experiência humana é subjetiva. Vemos, ouvimos e sentimos o conteúdo de nosso próprio pensamento. À medida que aceitamos nossa união com a consciência divina, a Mente onisciente, conhecemos as realidades e verdades absolutas do ser real verdadeiro. Isto é profundo, sim. Mas é eficaz — essencial — em tornar mais satisfatório o nosso estudo de Ciência Cristã. Traz-lhe novas dimensões.
O estudo mais prático é aquele pelo qual percebemos a natureza infinita e eterna do verdadeiro ser — do nosso verdadeiro ser — e que vem acompanhado da convicção de nunca termos tido outra individualidade senão aquela que é a expressão do Amor divino. Quanto mais alto subimos na escada da compreensão espiritual, tanto mais reconhecemos que nunca estivemos no pé dessa escada. Toda compreensão autêntica evidencia a ação da própria Mente divina, e esta compreensão divina nunca foi incompleta ou impura. “Ele que é Tudo, compreende tudo” Não e Sim, p. 16., diz-nos a Sra. Eddy.
Quer estudemos a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy, quer leiamos os periódicos da Ciência Cristã e outra literatura autorizada, podemos sondar suas profundezas ainda mais. Se o leitor dos periódicos da Ciência Cristã se aproxima deles de um modo cada vez mais científico, isso recebe o dividendo de ajudar a ampliar-lhes o valor. Ampliará o clima que produz artigos e editoriais simples, profundos, puros e atualizados. Além disso, aumentará o suprimento de testemunhos publicáveis porque ainda mais curas estarão ocorrendo.
Um elevado sentido espiritual do que realmente acontece quando sentamos a ler ou estudar ajuda a revelar as realidades da Verdade que já estão sempre presentes em nosso pensamento. Abordar o estudo com a inteligência espiritual originada na Mente é fazê-lo com amor, pois a Mente e o Amor — sinônimos de Deus — são inseparáveis em causa e expressão. E abordar o estudo com amor é fazê-lo com esquecimento de si mesmo — é afastar-se do ego mortal. E o que fazemos com amor autêntico prospera abundantemente pela graça do Amor divino, a inteligência onisciente.
