Nos últimos anos de nossa adolescência, principalmente, até meados do decênio seguinte talvez nos vejamos confrontados com a necessidade de tomar decisões — decisões que estabelecem certos rumos à nossa vida: educação, casamento, carreira, atitude para com a moralidade e para com a religião (quer tenhamos sido, ou não, criados numa religião). Se as coisas devem andar bem, isso não será uma questão de sorte mas de boas escolhas.
Qualquer ocasião é boa para demonstrar competência em tomar decisões. Há uma regra simples e prática que, quando compreendida, faz com que saibamos fazer a escolha melhor. Mary Baker Eddy a explica assim: “O que cada um de nós tem de decidir é, se é a mente mortal, ou se é a Mente imortal, que é causativa.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 195; O modo de chegar a uma decisão pode ser tão importante como a própria decisão — de fato, são os nossos pontos de vista sobre a vida em geral o que determina que espécie de escolha fazemos em tantas coisas. Se adotarmos um ponto de vista metafísico sobre nós mesmos e sobre o mundo, e não um ponto de vista físico, isso fará tremenda diferença, eliminando o elemento sorte.
Qualquer que seja nosso ponto de vista subjacente, terá ele grande influência no que iremos fazer com nossa vida. A Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’ennss) põe em destaque que nosso modo de pensar é a coisa principal — é o modo de pensar que determina nossa experiência, não nossa experiência que determina nosso modo de pensar. Se decidirmos que é a mente mortal que é causativa — de maneira que o cérebro, o modo de pensar materialista e as pessoas sejam virtualmente as únicas coisas a considerar — então teremos optado pela limitação. No final isso nos leva a procurar satisfação na materialidade, e a crer num universo mais ou menos caótico de acontecimentos imprevisíveis. 
Por outro lado, se fizermos uma volta de 180° e aceitarmos que a Mente imortal (Deus) é que é causativa, então optamos por uma vida na qual os valores espirituais e éticos constituem nossas prioridades. Decidimos ver a infinidade e não a finidade — decidimos admitir que o ilimitado e não o limitado é a característica básica do homem e de toda existência. “Tuas decisões te dominarão, seja qual for o rumo que tomarem” ibid., p. 392;, diz a Sra. Eddy.
Fundamentemos isso numa ilustração prática. Suponhamos que podemos ingressar nos negócios do nosso pai (como a família sempre esperou que fizéssemos), ou formar-nos num curso que nos conduzirá a uma carreira completamente diferente. Tal escolha — que implica, digamos, conflitos entre a lealdade para com a família e aquilo que julgamos serem nossos talentos, com a situação toda ainda mais complicada por questões financeiras — poderia trazer muitos aborrecimentos.
Poderíamos perguntar, porém: Qual é a causa básica do ser: a mente mortal ou Deus? Se escolhermos a primeira, então não nos resta outra coisa a fazer senão tomar decisões unicamente desde a base do raciocínio e julgamento humanos, decisões essas reforçadas pela esperança de que a boa sorte nos faça enveredar pelo lado correto da bifurcação da estrada. Talvez julguemos que o interesse pessoal imediato seja a melhor base da qual partir. E quando finalmente tomamos a decisão, acreditamos que talvez leve dez ou vinte anos para mostrar se nossa decisão foi ou não a acertada. E, se ela tiver sido a errada, toda a nossa vida terá sido mexida como uma “omelette” para a qual não há esperança de poder voltar a ser ovo. Teria sido má sorte?
Mas o que acontece quando olhamos para a direção oposta à procura de uma base desde a qual possamos resolver as coisas, e aceitamos que é a Mente divina que é causativa? Para começar, isso nos dará a nítida convicção de que realmente não vivemos num mundo de mortais interdependentes com talentos materiais, expectativas incertas, limitações. Saberemos que nós, e todos, somos o efeito da Mente única. Reconheceremos que toda inteligência verdadeira, toda substância verdadeira e todo pensamento verdadeiro provêm da Mente e são infalíveis, precisos, nunca sujeitos a enganos. Reconheceremos que é a Mente, não a matéria, que cuida de nós e de cada um de nós. Que não somos mortais capazes de ser egoístas, perdendo oportunidades promissoras, ou de nos precipitarmos na direção errada. Veremos que na existência verdadeira tudo quanto acontece é posto em ordem pela Vida divina, a causa única. Foi isto o que Cristo Jesus provou na sua obra de cura.
De acordo com o grau de compreensão espiritual com que mantemos essa posição, tomaremos uma decisão sadia. Até mais do que isso. Se fizermos agora o melhor que pudermos, mas os acontecimentos posteriores mostrarem que nossa escolha não foi sensata, ainda assim seremos capazes de provar que vivemos sempre no ponto em que nos defrontamos com oportunidades — oportunidades de conhecermo-nos como a expressão de Deus governada inteligentemente, independente daquilo que as circunstâncias materiais possam sugerir. Deus há de apresentar de novo tudo quanto aparentemente tinha sido perdido ou o substituirá por alguma coisa igual ou melhor. “Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” Provérbios 3:6.
Aceitar que a Mente divina é causativa significa viver na vida que contribui com alguma coisa de valioso para todo indivíduo. Acrescentamos algo para a reserva de introspecção espiritual na realidade divina, e provamos o valor dessa introspecção em uma vida que é criativa e construtiva. Contribuímos para que o poder da lei divina se torne mais vívido a outros. Nossa carreira, nossas amizades, ou seja lá o que for, ilustrarão a tremenda diferença que há entre aceitar como origem a Mente divina, e não o pensamento mortal. Ficaremos cada vez mais conscientizados de que somos as idéias da única Vida, que somos o efeito de Deus, e superaremos cada vez mais a crença de sermos a criação cheia de defeitos (mais ou menos!) da materialidade.
Esta verdade é científica, e não idealismo imaturo. E podemos ir adiante, demonstrando-a em qualquer fase da vida. É uma questão de escolher ou a totalidade da Mente ou a materialidade — não uma questão de sorte, boa ou má.
    