Já não tiveste alguma vez a impressão de ter sido deixado para trás na competição — que aqueles ao teu redor são todos vencedores e que és perpétuo perdedor? Aceitar esses argumentos é crer que Deus tem favoritos — que Ele deu a um de Seus filhos maior bem do que a outro. Mas, este estado de espírito é corrigido assim que compreendemos o amor imparcial e universal de Deus para com toda a Sua criação e o lugar exclusivo que cada indivíduo tem a preencher nessa criação.
Cada um de nós tem um lugar singular na vida, um lugar que nenhuma outra criatura pode ocupar. Cada um de nós tem uma marca especial de beleza, uma maneira particular de expressar amor. A Sra. Eddy escreve: “Cada indivíduo tem de ocupar seu próprio nicho no tempo e na eternidade.” Retrospecção e Introspecção, p. 70;
Cristo Jesus poderia estar ressaltando a importância de cada indivíduo na ordem divina, quando disse: “Não se vendem cinco pardais por dois asses? Entretanto nenhum deles está em esquecimento diante de Deus. Até os cabelos da vossa cabeça todos estão contados. Não temais! Bem mais valeis do que muitos pardais.” Lucas 12:6, 7.
De que maneira começamos a encontrar o nosso nicho a fim de poder ocupá-lo? Como trazemos para a nossa experiência atual um sentido maior de realização e satisfação? Reivindicando-o! Como cada um de nós é espiritual em seu verdadeiro ser, uma expressão individualizada de Deus, temos autoridade divina para reivindicar as qualidades inerentes em Deus, que é Princípio, Vida, Verdade, Amor, Mente, Alma, Espírito. Agora mesmo, podemos começar a reivindicar para nós a capacidade de expressar a inteireza da Mente, o propósito do Amor, a riqueza da Vida, a satisfação da Alma. Estas e uma infinidade de outras qualidades divinas são nossas, sem restrições. Se tivermos a impressão de não estar realizando o suficiente, pode ser que não estejamos reivindicando o suficiente!
O que é que nos pode impedir de dar início agora a esta atividade celestial? Nada. O mal não tem inteligência nem poder para nos induzir a resistir ou a postergar. Mas a apatia e a indolência provocadas pelo pensamento centralizado em nós mesmos retarda algumas vezes o nosso progresso. Não seria o amor abnegado o ponto principal desta atividade? Não seria nosso propósito real o de ser aquilo para o que fomos criados por Deus — Sua completa e gloriosa expressão? Abençoar aqueles que estão ao nosso redor, vendo-os deste mesmo modo? O homem que Deus criou é sempre correto, é amável, alegre, livre. Inclui reconhecimento, satisfação. Ao reivindicar estas qualidades divinas para nós mesmos, precisamos reconhecê-las como verdadeiras para toda a humanidade. De fato, a não ser que o façamos, não podemos reivindicá-las eficazmente para nós.
Quando começamos a perceber e a aceitar o fato de que cada um de nós ocupa lugar único no esquema divino, já não ficamos tão tentados a comparar nossos ganhos com os de outras pessoas. Fazer tal comparação pode nos pôr numa perfeita toca de comiseração e depreciação próprias. Por outro lado, esses estados sombrios de pensamento podem gerar inveja, rivalidade, frustração. Em seu lugar, reconheçamos cada expressão de beleza e excelência como prova da atividade auto-reveladora de Deus, da Sua perfeição. Podemos dar-nos conta de que isso indica a plenitude e a glória que todos expressamos como filhos e filhas de Deus. Quanto mais compreendermos e reconhecermos a universalidade e a imparcialidade da bondade de Deus, tanto mais permanente se tornará a consciência que temos de Sua bondade e tanto mais evidente se fará esta bondade em nossa vida.
Nosso nicho não é um confortável oco de auto-satisfação. Ele continua a desenvolver-se e a expandir-se quando o ocupamos — quando vivemos as verdades da Ciência Cristã. Encontramos então um propósito mais elevado, um amor mais espiritual, dando impulso a que nossa vida se torne mais útil para toda a humanidade.
