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Entrevista: com uma desportista

Da edição de maio de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Celia (CeCe) Herron começou a tomar aulas de mergulho em tenra idade. Quando CeCe chegou à escola secundária, já havia participado de competições regionais e nacionais, tanto em salto de trampolim como em salto de plataforma. Sua habilidade valeu-lhe a honra de participar das provas para os Jogos Olímpicos de 1972. Em 1973 CeCe foi à União Soviética representando os Estados Unidos numa competição internacional de mergulhadores. Desde então, vem prestando assistência a treinadores de mergulhadores em grandes universidades dos Estados Unidos, e escreveu vários artigos sobre esporte em revistas e jornais.

Como foi que você se interessou por esse esporte?

Morávamos bem perto da Universidade Stanford, na Califórnia, e eu costumava passar bastante tempo observando os nadadores e os mergulhadores treinando. Comecei com pequenos saltos frontais do trampolim, e fui ficando mais e mais interessada, até que entrei num programa regular de aulas.

Por que salto? Por que não tênis ou natação, ou mesmo basquete?

Acho que foi devido ao fato de que saltar é um esporte muito mental. É um processo muito refinado de tornar cada pequena parte de um salto de cinco ou seis segundos tão perfeita quanto possível.

A Ciência Cristã a ajudou nesse esporte?

Sim. Mudou totalmente minha atitude com relação ao próprio esporte. Vi nos atos de saltar e mergulhar, atividades espirituais, porque estava expressando qualidades de Deus. Às vezes dizia de mim para comigo: “Mas você está lá em cima no trampolim, se jogando. Você está fazendo algo físico.” Então eu respondia: “Sim, mas o que é que me conduz para fora do trampolim? É a atividade da Mente que se expressa. Estou me valendo da direção espiritual.”

Acabei vendo, nesse esporte, uma maneira de exercitar graça, equilíbrio, harmonia e perfeição.

Como é que você enfrenta a competição?

O conceito de que “todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”  Romanos 8:28; sempre me ajudou. Mas nem sempre encarei o esporte desde uma perspectiva espiritual. No começo, deixei-me envolver pela excitação física. Tentava entrar na competição olhando para o que os outros faziam — você sabe, o fulano conseguiu obter oito dos juízes, então tenho que tirar nove. Isso exercia tamanha pressão sobre mim, que me tirava o prazer de mergulhar.

Outra coisa que me desagradava era que eu me tornava tão dependente de todos os outros. Eu tinha que depender de os juízes gostarem de mim. Eu tinha que depender de os outros não se saírem bem. Se não mantivermos a perspectiva certa, a competição pode limitar nossa individualidade. Pode impedir que expressemos qualidades divinas. Mas quando nos retiramos do cenário físico para o sentido espiritual da atividade, as oportunidades para o bem são ilimitadas.

A Sra. Eddy torna-o bem claro, quando diz: “Não podemos sondar a natureza e a qualidade da criação de Deus, mergulhando nos baixios das crenças dos mortais. Temos de inverter o rumo dos nossos fracos adejos — nossos esforços por achar vida e verdade na matéria — e elevar-nos acima do testemunho dos sentidos materiais, acima do mortal, até a idéia imortal de Deus.” E termina o parágrafo com a promessa: “Esses modos de ver mais claros, mais elevados, inspiram o homem divinal a que alcance o centro e a circunferência absolutos de seu ser.” Ciência e Saúde, p. 262.

Não conseguimos esse bem à custa dos outros. Descobri que eu podia olhar para as realizações de outros e compreender que estavam expressando qualidades de Deus porque também eram idéias imortais de Deus. Eram, também, filhos de Deus. O fato deles manifestarem a glória de Deus, contudo, não poderia impedir-me de fazer também o mesmo, na minha maneira individual. Se alguém é feliz e honesto, não quer dizer que há menos felicidade ou honestidade disponível. Demonstra apenas que Deus é o bem infinito e que o homem vive na infinidade de Sua bondade.

Ninguém tem o monopólio das qualidades de Deus.

Como você obteve essa perspectiva espiritual de competição?

Eu queria muito estar preparada, tanto física como mentalmente, para os jogos cobertos nacionais de 1975. Decidi que se eu dedicasse três horas por dia ao preparo físico, poderia pelo menos dedicar a mesma quantidade de tempo a orar para compreender o que é realmente atividade espiritual.

Minha mãe é tenista profissional e durante o mesmo período ela estava se preparando para um encontro nacional. Começamos um projeto em conjunto; ambas estudaríamos a Bíblia e os escritos da Sra. Eddy por hora e meia toda noite, e depois trocaríamos idéias a respeito.

Compreendi que a força é uma qualidade de Deus, e que não há limite para ela. Não depende de um corpo material; é espiritual. E que o homem expresse força é um direito divino, porque o homem é a imagem do poder supremo, Deus. Pude ver o que a atividade realmente é, e reconhecer sua natureza espiritual.

O que você diz de sua atitude durante os jogos nacionais?

Antes de saltar, decidi não me preocupar de forma alguma com os pontos dos outros competidores. Fiquei por minha conta e pensei no que tinha para dar, e não no que tinha para receber — aprovação, reconhecimento, pontos. E eu esperava ver a prova desse pensamento correto.

Você a viu?

Sim, em todos os sentidos. Antes de tudo, os treinos para aqueles jogos foram um divertimento, ao invés de uma guerra de nervos. E a competição em si foi mais divertida. As finais deram-se no trampolim de três metros, que está a três metros acima do nível da água. Nessa prova em particular havia cerca de outras sessenta e cinco pessoas competindo. Geralmente só há umas trinta e cinco. Eu era o número sessenta e cinco, naquela prova. Como se tratava de um ano olímpico, os mergulhadores deviam obedecer a uma determinada ordem, de modo que os juízes viram sessenta e quatro saltos de frente e sessenta e quatro saltos de costas, e depois eu.

Antes de subir ao trampolim, disse a mim mesma: “Bem, CeCe, faça com que essa seja a mais alta expressão da bondade de Deus que você já mostrou. Dê mais do que jamais deu. Você está trabalhando a partir da infinidade, portanto não há limite para o bem que lhe está disponível.”

Você orou porque estava com medo de falhar?

Absolutamente! Tinha por finalidade ver uma prova mais elevada da perfeição em ação. Fui finalista naquele ano, e o engraçado é que nem me lembro que colocação consegui. Mas lembro claramente as verdades espirituais que me ajudaram.

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