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O amor que cura

Da edição de maio de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Para a cura de um mal, talvez seja preciso mais amor. Quer este mal seja de caráter emotivo, social, financeiro ou físico, um maior amor a Deus e à idéia de Deus, o homem, fará muito para aliviar os sintomas. E, em muitos casos, há de corrigir a causa e eliminar a doença.

Algumas vezes, no entanto, os nossos esforços no sentido de amar mais talvez pareçam infrutíferos. Depomos nossos pensamentos de amor sobre tudo e todos, e este é um sentimento que nos traz um calor interno, mas ainda assim não parece acontecer coisa alguma no exterior. Precisamos então examinar com cuidado e devoção a natureza do amor que manifestamos. O que é precisamente este amor, e de onde procede ele?

A vida de Cristo Jesus foi uma ilustração do verdadeiro amor. Suas obras de cura mostraram o poder desse amor, e o seu sacrifício na cruz revelou uma característica indispensável do seu amor. O verdadeiro amor surge quando e onde o eu mortal rende-se à identidade espiritual. Jesus disse: “O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.”  João 15:12, 13;

O amor que cura é muito mais que pensamentos de amor entretidos por um mortal. É o Amor divino transluzindo, sem ser obstruído pelo eu mortal. Se alguém se considera um mortal que manifesta um bocado de amor, o eu tende a infiltrar-se nesse amor. Com demasiada freqüência o amor manifesto é pouco mais do que um exercício de egotismo — um eu mortal que se regozija em contemplar suas próprias emoções. Os pensamentos de amor, está claro, são melhores do que os pensamentos apáticos ou desprovidos de amor. Mas o amor que cura é muito mais do que amor altruístico. É amor em que não há resquício do sentido de eu.

João disse: “Deus é amor.”  1 João 4:16; A Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’ennss) revela que Deus é o Ego imortal, a Mente ou consciência divina sempre presente e que se acha em toda parte, o único Amor infinito. O homem é o reflexo, ou idéia, de Deus.

Ao nos tornarmos conscientes do Amor divino, e nos identificarmos conscientemente com o Amor como idéias do Amor, o amor que manifestamos traz a cura. A nossa consciência ama com altruísmo na proporção em que está imbuída do que é divino. Reflete Todo-o-poder. A contrafação desta consciência amorosa é um eu mortal consciente de expressar algo a que chama amor. Geralmente é possível detectar esta contrafação por sua reação diante da acolhida que recebe de outras pessoas. Um sentimento de orgulho quando as pessoas reagem com calidez, ou de amargura quando não lhe dão a acolhida esperada, expõe sua falsidade. O verdadeiro amor ama porque é isto o que o Amor faz. Ele é o reflexo do Amor. Uma acolhida antagônica ou indiferente só demonstra quão necessário este amor é.

O verdadeiro amor não é abstrato. Mas o sentido mortal reclama, dizendo que é. Jesus amava aqueles que o amavam, e amava os que o perseguiam. E seu amor curava os doentes e reformava os pecadores, mesmo se isso antagonizava os seus inimigos.

Por que haveria de ter inimigos alguém que amava com tal pureza? Porque esse amor expôs a falsidade do amor deles — do amor egoísta. Disse Jesus aos seus oponentes: “Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos.”  João 8:43, 44; E Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve: “O egotismo é mais opaco do que um corpo sólido.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 242;

Quando o eu mortal cede à verdadeira identidade do homem como criação, manifestação ou reflexo de Deus, o Amor divino, os males da existência mortal cedem à harmonia e à saúde. Na Ciência Cristã a cura é o que vemos quando se deu tal assentimento. Quando não vem uma cura, o verdadeiro amor acha-se empanado por sua contrafação, o egotismo.

Alguém poderá objetar: “Sou tão amável quanto sei sê-lo.” Ora, é-nos sempre possível estar menos conscientes do eu mortal. E só na medida em que perdemos a consciência de um eu que é amoroso ou não amoroso e nos conscientizamos do amor isento de eu é que nos será possível manifestar e sentir o Amor que cura.

Considero o amor mais profundo que já sentiu — talvez o amor de mãe, de filho, de irmão, de marido ou de esposa — ou um grande amor por alguma bela obra de arte, por certa melodia, ou pela natureza. Você teve, ou tem, alguma sensação de que é o eu — o seu próprio eu — que manifesta ou sente tal amor, ou será que esse pensamento de amor realmente deixa de lado o eu? Como se sente você diante da idéia de que esse amor possa não ser bem recebido, ou talvez vir a ser rejeitado, ou acolhido com ódio? Importa-lhe como é recebido esse amor, exceto que a sua rejeição indica um curso de ação que expresse ainda melhor real amor?

Remova agora o “eu” dos seus sentimentos. Veja que não há eu pessoal manifestando amor a alguém ou a alguma coisa. Há apenas o reflexo do Amor divino. Nosso sentido humano de eu não o acha fácil. Tudo o que pensamos ou fazemos é feito com o que chamamos “eu”. E o que é mais importante, o prospecto de amar sem esse “eu” pessoal talvez pareça aterrorizante. Ora, não precisamos temer. O “eu” que desaparece com o sentido material, mortal, de eu, há de reaparecer como uma entidade espiritual. Cada um de nós é o reflexo imortal do infinito Eu Sou, a Mente divina, Deus. Ao despojarmos do eu o nosso amor, perdemos apenas o oposto do que somos. E se temporariamente parecemos estar perdendo a identidade, a fé no amor de Deus para com os Seus filhos nos susterá até à realização de nossa verdadeira condição de homem e mulher perfeitos em Cristo, a Verdade.

A Sra. Eddy em seu notável artigo “Uma só causa e um só efeito” escreve: “Os mortais não podem considerar uma pedra como substância, sem primeiro admitirem que ela é substancial. Suprima-se o conceito mortal de substância, e a própria pedra desaparecerá, só para reaparecer no conceito espiritual dela.” Miscellaneous Writings, p. 27–28; Se uma pedra reaparecerá “no conceito espiritual dela”, quanto mais nossa verdadeira identidade há de reaparecer à medida que renunciamos ao conceito material, pessoal, de amor e passamos a amar com o amor que reflete o Amor divino! E à medida que esse desaparecimento e reaparecimento se realizam, havemos de nos conscientizar do poder da oração para purificar os nossos corações e curar os nossos males.

Como a Sra. Eddy escreve: “A oração que reforma o pecador e cura o doente é uma fé absoluta em que tudo é possível a Deus — uma compreensão espiritual acerca dEle, um amor abnegado.” Ciência e Saúde, p. 1; Isto é em substância o que Jesus disse quando lhe perguntaram: “Então, quem pode ser salvo?” Ao que Jesus replicou: “Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível.”  Marcos 10:26, 27. “Para os homens [o sentido mortal do eu] é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus [o Amor divino] tudo é possível.”

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