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A matemática do suprimento

Da edição de setembro de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando Jesus e seus discípulos se defrontaram com uma multidão faminta, Filipe reagiu negativamente diante da necessidade, enfatizando o que eles não tinham. André foi mais positivo. Começou com o que estava disponível. Mas mesmo nessa abordagem mais positiva estava faltando algo, porque ele também estava assoberbado pela grande necessidade. Indubitavelmente nenhum dos dois discípulos baseou sua resposta na confiança que se pode depositar no amor do Pai.

Foi nesse ponto que a compreensão de Jesus acerca do amor de Deus prevaleceu. Ele pediu que lhe trouxessem as provisões descobertas por André e acrescentou um elemento vital: agradeceu a Deus. Para alegria de todos, os parcos suprimentos se multiplicaram para suprir suas necessidades com abundância (ver João 6:5–14).

Certamente é válida uma abordagem positiva dos desafios difíceis, tal como a de André. Reconhecer que à mão existem itens úteis mantém-nos receptivos às possibilidades. Mas mesmo essa forma positiva de pensar tem suas limitações, ao passo que a gratidão ajuda a alargar nossa percepção de suprimento. Reconhecer as bênçãos de Deus e corresponder-lhes de modo apreciativo, por mais pequenas que as bênçãos possam parecer, torna-se um multiplicador do bem que temos. O oposto da gratidão tende a fixar nosso olhar na escassez — longe de qualquer prova do cuidado de Deus. A ingratidão fecharia a porta a um maior desenvolvimento de nossa percepção da bondosa solicitude de Deus.

Dois conceitos matemáticos ilustram esses processos mentais opostos. O primeiro é conhecido de todos nós. Se tomarmos qualquer quantidade e a multiplicarmos por zero, o produto sempre será zero. Mesmo que a quantidade seja muito grande, ainda assim será zero quando multiplicada por zero. O outro conceito talvez não seja tão conhecido. Se multiplicarmos dada quantidade pelo infinito (o conceito matemático para tudo quanto existe), o produto será sempre o infinito.

Espiritualmente falando, a quantidade do bem, proveniente do Amor divino e que está à disposição do homem, é infinita. Na matemática do suprimento, a gratidão é um poder multiplicador do pensamento humano, e o produto na experiência reflete a qualidade de nossa gratidão. Se não somos gratos por nada — se não podemos reconhecer nem mesmo a menor das bênçãos — então muito pouco se evidencia em nossa experiência. Mas se somos gratos a Deus, mesmo pela menor das bênçãos, essa gratidão imediatamente dá início a um processo de expansão do pensamento, que resulta no aparecimento daquilo que precisamos. O Amor divino nada sabe de bênçãos grandes e pequenas. Deus Se apraz em dar-nos todo o bem a desfrutar. Esses termos de quantidade se relacionam apenas com a expansão e a contração do pensamento que abrange o suprimento.

A gratidão é prolífica, vivificante. Cada pensamento útil que apresenta leva a uma expressão mais elevada de bondade, que se liga a um desdobramento ainda mais elevado. A gratidão é um exercício dos sentidos espirituais, que vêem e sentem coisas que os sentidos materiais não conseguem perceber. A prática da Ciência Cristã inclui a gratidão, que afirma ser a presença de Deus a fonte de nosso ser, reconhece Suas bênçãos passadas e presentes, as valoriza e as usa sabiamente.

Mas o que fazer quando se trata daquelas situações desoladas ou desesperadoras que parecem destituídas de qualquer bem espiritual? Essas exigem um esforço mais consagrado para desviar o pensamento de seus quadros áridos e afirmar que o bem está presente e em atividade. Na Última Ceia, por exemplo, uma relação de acontecimentos que Cristo Jesus sabia estarem por acontecer incluía a traição de Judas, a deserção de seus discípulos e a crucificação. Grande, certamente, era a necessidade naquela hora. Teria sido possível sentir gratidão em tais circunstâncias?

O raciocínio humano que em tal ocasião faria a gratidão parecer inapropriada, revela incompreensão do termo e do poder contido em sua prática. A gratidão não é apenas uma disposição que aflora quando certa necessidade já foi suprida. Ela é um catalisador que nos ajuda a perceber as provisões do Amor, a ceder ao seu impulso de transformação e regozijar-nos na certeza dos resultados.

Manter nossa inteireza e independência espirituais diante da carência material nem sempre é fácil. No Getsêmani Jesus teve que lutar arduamente para sujeitar a vontade humana à divina. O firme reconhecimento e a confiança no cuidado do Pai transformaram o que se apresentava como despido de qualquer bem, em prova de Amor abundante. A Sra. Eddy, em seu livro Ciência e Saúde, dá o significado espiritual de “Getsêmani” como: “Paciência no sofrimento; o humano cedendo ao divino; amor que não é correspondido, mas apesar disso permanece amor.” Ciência e Saúde, p. 586;

Pode haver ocasiões em que nós, assim como Jesus, procuramos em vão pela mão estendida. Também nós podemos encontrar má vontade onde esperamos simpatia. Mas Deus conhece nossa necessidade. E quando separamos o nosso senso de abundância e bem-estar da presença ou ausência de itens materiais, de pessoas ou circunstâncias, aprendemos que a abundância e a saúde são supridas espiritualmente e não as perdemos de vista.

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.”  Malaq. 3:10; Eis o que Deus declara através do pensamento inspirado do livro de Malaquias. A Sra. Eddy inclui em sua definição de “dízimo” a palavra “gratidão”; parte da definição é; “Contribuição; décima parte; homenagem; gratidão.” Ciência e Saúde, p. 595. Se o depósito do pensamento humano virá a estar repleto ou vazio depende de nossa sensibilidade espiritual — de nossa gratidão. É preciso incluir em qualquer consideração de suprimento a gratidão pela abundância infalível da bondade divina.

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