A maioria de nós já percebeu que quando estamos trabalhando em algo importante — desincumbindo-nos de uma obrigação ou responsabilidade — facilmente nos distraímos. Sem de fato o desejarmos, começamos distraidamente a planejar algum evento social ou um trabalho de menor importância, ao invés de nos concentrarmos no trabalho à nossa frente. É claro que, às vezes, uma distração momentânea é inofensiva.
Quando, porém, estamos orando, ou estudando Ciência CristãChristian Science (kris´tiann sai´ennss), a distração é um entrave. Uma solução é afirmar que o Espírito é a única atração. Por meio da compreensão espiritual podemos parar de ziguezaguear — caçar borboletas — pelo campo da consciência humana como quem não sabe para onde vai.
O Espírito e a ação do Espírito constituem a única atração porque, do ponto de vista do absoluto, o Espírito é tudo o que existe. Que possamos ser levados a tomar decisões infelizes ou arrastados à mediocridade, à doença, a becos sem saída não é a verdade sobre a atração, mas a mentira com relação a ela. O Espírito, Deus, é o único poder que existe. “Há uma só atração real, a do Espírito”, explica Mary Baker Eddy. “O apontar da agulha magnética para o pólo simboliza esse poder que abrange tudo, ou seja, a atração de Deus, a Mente divina.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 102;
Descobrir o que constitui ou não atração genuína fornece-nos uma ferramenta para consertar nossa vida e colocá-la numa base mais sólida.
Tudo o que pretenderia afastar-nos do Espírito, puxando-nos para dentro de grandes ou pequenos redemoinhos do pensamento mortal, é classificado pela Ciência Cristã como magnetismo animal. Esse magnetismo espúrio pretenderia levar nosso pensamento de encontro a discórdias e obscurecer suas soluções espirituais. Essa farsa oposta ao Espírito, o bem, procuraria manter-nos conjeturando quais teriam sido os fatores materiais causadores de algum problema físico que talvez tenhamos; como é o problema; como o denominaria a medicina; qual o curso que poderia seguir e assim por diante. O magnetismo animal quereria mesmerizar-nos de tal forma que contemplássemos aspectos terminantes da doença e terminássemos acreditando que estes fossem verdadeiros, condições reais que de fato nos dissessem respeito.
Ao invés de ficarmos atraídos para o corpo físico e observarmos sua aparência, especulando sobre seus possíveis males, podemos reconhecer que estamos realmente seguros na gravitação do Espírito. O ponto fundamental é que podemos resistir a atrações negativas e ser receptivos ao poder da Verdade. “Quando os doentes ou os pecadores despertam e se dão conta de que necessitam daquilo que não possuem,” diz-nos a Sra. Eddy, “tornam-se receptivos à Ciência divina, a qual gravita para a Alma e se afasta do sentido material, desvia do corpo o pensamento e eleva até mesmo a mente mortal à contemplação de alguma coisa melhor do que a moléstia ou o pecado.” ibid., p. 323;
A carreira de Moisés oferece um exemplo portentoso da verdadeira atração.
Antes de mais nada, em seu próprio pensamento e na sua própria vida ele aprendeu a ser atraído para o Espírito. Não o alcançou da noite para o dia. Mas, de fato, o conseguiu. Foi então que atraiu os filhos de Israel para que o seguissem. Também isso não se deu da noite para o dia; mas, de fato, aconteceu. Por que foi Moisés capaz de guiar, com pleno sucesso, os israelitas à Terra Prometida, apesar do que deve ter-se parecido com uma imensa variedade de argumentos provenientes da opinião geral e da conveniência humanas? Porque Moisés deve ter reconhecido, durante todo o tempo, a presença do Espírito, o único Ego e a única entidade que realmente atrai. O que era espiritual no pensamento de Moisés atraía as inclinações espirituais dos filhos de Israel, ainda que essas tendências parecessem às vezes só latentes. Sob a lei divina, o semelhante atraía o semelhante — ou seja, o que atinha-se divinamente à lei em Moisés atraía o que era receptivo à lei no pensamento dos israelitas. Moisés e seus seguidores provaram, como nós podemos provar, que toda substância é atraída para o Espírito infinito e é mantida nele.
Se estamos confusos devido a qualquer falta de orientação — talvez com relação à nossa carreira, a casamento ou a negócios — podemos afirmar que somos governados apenas pela atração do Espírito e que podemos agir apenas em conformidade com a atração divina. No grau em que fizermos isso, nossa vida tomará um curso cada vez mais útil. Tomaremos decisões acertadas.
Tudo que faça parte de uma existência material ilusória, bem como cada item material e carnal de que nos damos conta, é uma exteriorização da crença mortal em falsa atração. O universo material, como um todo, parece coeso — parece ser coerente, gravitacional, sólido. Um antigo filósofo grego, Demócrito, supôs que o mundo fosse constituído de intermináveis e minúsculas unidades de matéria que, movi-mentando-se juntas, aglutinavam-se em numerosas formas. Num trecho que, sem dúvida, faz os pensadores meditarem, a Sra. Eddy expõe a inconsistência e a ilusão de todo o edifício da matéria: “O átomo material é uma falsidade delineada pela consciência, que só pode acumular provas suplementares de consciência e de vida acrescentando uma mentira a outra mentira. Denomina esse processo de atração material, e o dota com a dupla capacidade de criador e criação.” Unity of Good, pp. 35–36.
O sentido material do ser é sempre inconsistente e instável. Muitas pessoas, hoje em dia, estão sentindo, com apreensão, que “tudo está caindo aos pedaços”. Na verdade espiritual, tudo o que realmente existe é mantido coeso no poder universal do Espírito. É sustentado pela mão infinitamente forte do Amor divino. Cristo Jesus foi o demonstrador preeminente desse fato.
Os falsos sentidos físicos pretenderiam fixar nosso interesse no sonho da matéria por meio de suas sensações caleidoscópicas — suas comunicações de cor e som, e assim por diante. Mas, à medida que cultivamos um sentido mais exato da verdadeira atração, deixamo-nos enganar menos pelos apelos da verdadeira atração, deixamo-nos enganar menos pelos apelos da matéria e menos receptivos a eles. E tornamo-nos progressivamente mais receptivos ao “poder que abrange tudo, ou seja, a atração de Deus, a Mente divina”.
