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Limitação: um pecado!

Da edição de outubro de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


A palavra “pecado” pode lembrar uma série de coisas: adultério, imoralidade, satisfação de falsos apetites, ações criminosas, entre inúmeras outras. E, com razão. Alguma vez, porém, você já pensou em limitação como sendo pecado?

Numa declaração esclarecedora e que nos leva a pensar, a Sra. Eddy revela uma nova faceta dessa palavra tantas vezes ouvida: “A primeira manifestação iníqua do pecado foi um estado de finidade.” Retrospecção e Introspecção, p. 67;

Finidade. Limitação. O oposto exato do infinito Tudo a que chamamos Deus. A julgar pelo mundo de hoje, podemos facilmente aceitar limites como realidades inevitáveis, pois parece que o suprimento de um grande número de necessidades está restrito. Mas, à medida que começamos a classificar a insuficiência como um obstáculo ilegítimo — um pecado — a nossa completa expressão da abundância da Vida, podemos lidar de modo eficaz com a insuficiência, partindo da atitude mediante oração, de domínio cristão sobre o pecado.

O dicionário Webster define “pecado” como “transgressão da lei de Deus... um estado viciado da natureza humana no qual o ser está separado de Deus”. Escassez de suprimento, de fato, nos levaria a sentir-nos separados de Deus e de Sua infinita bondade. As limitações podem apresentar-se sob diversas formas: Limitações físicas, fundos inadequados para suprir necessidades legítimas, fornecimento insatisfatório de mercadorias indispensáveis, limitações devido a idade, sexo, educação, bem como limitações de capacidades e oportunidades. A lista não tem fim. No entanto, nenhuma dessas formas é legítima!

O homem é a expressão livre de Deus. Como emanação de Deus, não podemos ser alienados de Sua abundância espiritual. Se muros de limitação parecem nos cercar, precisamos conscientizar-nos mais de nosso livre relacionamento com a fonte divina, o Amor infinito. Precisamos colocar em foco nossa visão de nós mesmos e de nosso mundo, substituindo as lentes distorcidas do sentido pessoal pelas claras lentes do sentido espiritual.

Cristo Jesus, o homem que melhor compreendeu a filiação divina, demonstrou o ser limites e aconselhou-nos a seguir seus passos. Ele, mais do que ninguém, rompeu as barreiras mortais, barreiras que ainda bloqueiam a humanidade. Observar como Jesus, o Mestre cristão, lidava com a limitação — com o pecado — fortalece nossa capacidade de superá-la.

Veja-se o caso da idade, por exemplo. Enquanto muitas pessoas se sentem atrapalhadas pelos anos e crêem serem muito jovens ou muito velhas para realizar feitos de valor, Jesus permanecia impávido com relação à idade. Lucas relata que quando Jesus tinha apenas doze anos, Maria e José encontraram-no no templo conversando com os mestres. “E todos os que o ouviam muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.” Lucas 2:47;

O exemplo de domínio sobre a idade, oferecido por Jesus, não era miraculoso (apesar de assim poder parecer, segundo os padrões humanos). Era, ao contrário, o resultado natural do pensamento obediente à Mente divina. Inteligência, força, saúde, discernimento são qualidades ilimitadas da Mente, as quais nossa verdadeira consciência reflete. Compreendendo isso, podemos nem que as translações da terra em torno do sol nem depreciam nem aumentam nossa expressão da Vida divina. As limitações da idade são superadas na medida em que percebemos nossa filiação divina que está, contínua e integralmente, expressando o que a Vida nos faz ser.

Idade é apenas um aspecto do qual Jesus provou estar o homem isento. Outro é o dos recursos limitados. Como responderia o Mestre aos apertos econômicos de nossos dias? Como respondeu à carência em sua própria época?

O Evangelho de Marcos oferece um exemplo notável de como Jesus lidou com a insuficiência ao alimentar quatro mil pessoas, no deserto. Como o suprimento de pão e peixe parecesse tão inadequado, os discípulos reagiram em desânimo quando Jesus manifestou seu desejo de alimentar a multidão faminta. Ora, a carência de qualquer espécie implica numa separação entre o filho e o Pai, e Jesus rejeitou-a. Ele manifestou gratidão pelo que indicava a provisão abundante de Deus e prosseguiu daí. Jesus tomou os sete pães e “partiu-os, após ter dado graças, e os deu a seus discípulos para que estes os distribuíssem”. A Bíblia nos conta que “tinham também alguns peixinhos; e, abençoando-os, mandou que estes igualmente fossem distribuídos. Comeram e se fartaram; e dos pedaços restantes recolheram sete cestos” Marcos 8:6–8;.

Pense nisto: a percepção espiritual que Jesus possuía da amplidão de Deus — de Sua totalidade — foi tudo o que se fez necessário para alimentar quatro mil pessoas! Enquanto os discípulos não conseguiam ver além da aparência superficial de um pequeno pão e alguns peixinhos, Jesus, com seu incisivo discernimento, percebeu a presença sustentadora do Amor divino. Seu agradecido reconhecimento da generosidade do Amor, não apenas alimentou a multidão faminta, como também permitiu que, das sobras, se recolhessem sete grandes cestos.

Não aponta isso para a solução definitiva dos problemas daqueles que mal ganham para viver? Jesus, compreensivamente, aplicou a lei do ser ilimitado e estabeleceu um precedente eterno, não apenas para seus contemporâneos, mas para as pessoas em todas as épocas. “Jesus de Nazaré foi o homem mais científico que já palmilhou a terra”, escreve a Sra. Eddy. “Ele penetrava por baixo da superfície material das coisas e encontrava a causa espiritual.” Ciência e Saúde, p. 313; Não é isso o que também temos de fazer a fim de encontrar a vida de abundância que Jesus prometeu? Podemos ver além da aparência externa dos limites materiais e chegar a conhecer em primeira mão “a causa espiritual”.

Quando obtemos algum vislumbre de nossa união com Deus, as restrições começam a desaparecer. Descobrimos que a desvairada procura de segurança na matéria é uma futilidade que deve ceder a uma expressão mais irrestrita de nossa causa, a própria Vida. Na verdade, não existe nada que possa impedir nossa expressão completa da Vida ou separar-nos de nossa fonte. As limitações de idade, renda, gênero, ambiente e assim por diante, cedem quando nos tornamos conscientes de nossa união com a Mente e apartamo-nos, coerentemente, das crenças carnais a respeito de nós mesmos e dos outros. Isso liberta não apenas indivíduos, mas comunidades e nações.

E o que dizer das limitações físicas — doenças, separações geográficas, leis da física? Também estas têm de perder seu poder sobre nós. Devem diminuir e, finalmente, desaparecer sob a luz da totalidade do Espírito. Cristo Jesus demonstrou, progressivamente, domínio sobre o físico. Libertou multidões da doença, curando enfermidades independentemente de sua gravidade ou duração. Andou sobre as águas. Em total oposição às leis materiais, ele até mesmo, ressuscitou mortos, inclusive seu querido amigo Lázaro, que esteve sepultado por quatro dias! E desferiu o mais destrutivo golpe contra a suposta substancialidade da matéria, por meio de sua ressurreição e ascensão final. Provou, de modo irrefutável, a falta de poder da matéria para ditar condições ao homem.

Que nos diz o exemplo de Jesus? Fala de nossa identidade incorpórea ilimitada. Acena para que desafiemos os limites da mortalidade onde quer que os encontremos. Podemos começar exatamente de onde estamos. Podemos recusar a sermos confinados às dores e restrições de um corpo mortal. Hoje, agora, podemos provar uma maior uma uma maior dose de vitalidade isenta das limitações ligadas a idade, provar recursos abundantes, saúde.

O pecado, o sentido de obstrução ou separação entre nós e nosso criador, forja as limitações. A limitação, porém, é possível apenas para os conceitos materiais do homem alegoricamente representado na Bíblia por Adão. Falando desse conceito equivocado de homem, a Sra. Eddy escreve: “Dividindo a versão inglesa do nome Adão [Adam] em duas sílabas, terás a dam, [que significa um dique,] ou obstrução. Isso lembra qualquer coisa fluida, — mente mortal em solução.” E ela observa: “Aqui, a dam [um dique], não é simples trocadilho; significa obstrução, erro, ou seja, a suposta separação entre o homem e Deus; significa o obstáculo que a serpente, o pecado, quer colocar entre o homem e seu criador.” ibid., p. 338. Substituir os adâmicos conceitos errôneos pelo Cristo, ou a verdadeira idéia de Deus que Jesus exemplificou, é o caminho para começar a demonstrar liberdade das restrições mortais, aliás do pecado.

Desde que a Ciência Cristã despontou sobre o pensamento receptivo de nossa Líder, a Sra. Eddy, há mais de cem anos, têm surgido inúmeras novas idéias que despedaçam barreiras. O século passado testemunhou façanhas antes julgadas impossíveis. Esses avanços continuarão à medida que a realidade do ser ilimitado e da unidade de Deus e o homem romper os limites do pensamento material.

Não importa sob que forma uma limitação se apresente; ela pode ser, e finalmente há de ser, superada. Podemos resisitir à tentação de aceitar a limitação, assim como resistiríamos à tentação de mentir ou roubar. O Cristo, operando em nossa consciência, eleva-nos acima de nosso pensamento adâmico atual. Exatamente onde a crença mortal vê limites, o sentido espiritual revela abundância. A afluência de Deus é nossa para que a expressemos ilimitadamente.

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