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Comunicação com os que partiram?

Da edição de maio de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


Certo homem sentia-se preocupado. Foi visitar uma mulher espírita, e acreditava que um conhecido seu, falecido algum tempo antes, comunicara-se com ele no decorrer da visita.

Outro homem estava inspirado. Num acontecimento sagrado, falou com pessoas que faleceram havia séculos.

O primeiro homem citado foi o rei Saul. Ele tentara comunicar-se com Samuel. Ver 1 Samuel 28; O segundo foi Cristo Jesus. Ele falou com Moisés e Elias durante a transfiguração. ver Marcos 9; No primeiro caso, não ocorreu verdadeira comunicação. Foi, porém, um acontecimento instrutivo, que ilustra a falácia do ponto de vista mortal acerca da vida. No segundo caso, a verdadeira comunicação ocorreu de fato. Foi um acontecimento sagrado, que ensina uma lição inestimável a respeito da natureza da Vida divina, Deus.

Às vezes há uma inclinação humana de ir no rumo seguido por Saul. Conquanto um Cientista Cristão não se volte para um espírita como o fez Saul, os elementos do espiritismo muitas vezes persuadem erroneamente o pensamento individual desprotegido. O sentimento de perda, luto, ou o desejo de reunir-se com alguém que nos foi muito especial, pode representar aspectos do espiritismo.

Tal atração pelo espiritismo pode advir da crença de que aqueles que aqui estão e os que morreram podem transpor a separação. A Sra. Eddy escreve a respeito do caso em que a comunicação talvez ocorra: “Só há um momento em que é possível aos que vivem na terra comunicarem-se com aqueles a quem chamam mortos, e esse é o momento que precede a transição — o momento em que o elo entre duas crenças opostas se está rompendo.” Ciência e Saúde, p. 75;

A Ciência Cristã explica a falácia do método adotado por Saul e revela a essência verdadeira da comunicação ilustrada por Cristo Jesus em sua conversa com Moisés e Elias.

Deus é Vida. É a única fonte eterna de todo ser. A Vida não tem oposto, nem intervalo, nem suspensão. A continuidade permanente e infinita da verdadeira existência tem a Vida como sua própria base. O homem é a evidência inequívoca da Vida — é seu representante espiritual. A Vida comunica-se ao homem, e o homem é a expressão das verdades da Vida. A comunicação, portanto, faz-se de Deus para o homem. O que o homem reflete da Vida fala do bem que o Próprio Deus está revelando. Foi mediante uma compreensão desses fatos que Cristo Jesus conversou naturalmente com as individualidades espirituais, eternas, de Moisés e de Elias.

O sentido material encara o homem como mortal. Concebe o homem como uma personalidade material — separado de Deus. Esse modo errado de ver o homem define a comunicação como originária das personalidades materiais e como tendo lugar entre elas. Foi nessa base que Saul acreditou ter-se comunicado com Samuel.

Na proporção em que compreendemos que somos manifestações da Vida, nossa vida individual tem algo significante a transmitir. Mas, na medida em que agimos segundo a crença de que o homem seja uma personalidade material, falhamos em experimentar a comunicação verdadeira.

Algumas teorias enfatizam a crença de que o homem seja um espírito corpóreo, pessoal, em vez de ser a manifestação individualizada do único Espírito, que é Vida. Tais teorias tendem a manter-nos num nível muito materialista. Se relacionamos nossa vida com a materialidade e com o seu rebanho de personalidades, a comunicação nunca será genuína. Se porventura cremos que a comunicação se baseie na personalidade humana, talvez sintamos a perda de alguém ou o desejo de nos comunicarmos de alguma maneira com alguém quando a morte parece haver separado os indivíduos.

Saul foi buscar além do túmulo uma resposta às suas necessidades. Suas supostas comunicações com Samuel foram apenas os pensamentos que teve a respeito de Samuel. A Sra. Eddy explica: “Embora os indivíduos tenham falecido, permanece seu ambiente mental para ser discernido, descrito e transmitido.” ibid., p. 87. A mulher espírita certamente percebeu o ambiente mental associado a Samuel e o reproduziu. A conversa realizou-se dentro do reino da crença humana. Samuel havia partido. Ele não falou com Saul — nem mesmo por intermédio da médium.

Aceitar a crença de vida na matéria — neste lado do túmulo ou do outro lado — obscurece a verdadeira comunicação. A Ciência Cristã revela a comunicação válida que ocorre quando compreendemos Deus. Mostra-nos como começar a trabalhar pelo tipo de comunicação que Cristo Jesus ilustrou ao transfigurar-se e falar com Moisés e Elias. Ele compreendia que a Vida é Deus, a comunicar eternamente perfeição e a fazer o homem amar essa perfeição e refleti-la. Esta é a nossa meta. Não estamos construindo uma ponte de comunicação entre dois estados da existência material, buscando ligar personalidades mortais. Procuramos manifestar a Vida que nos coloca em harmonia com a individualidade espiritual em vez de nos harmonizar com a personalidade mortal. Jesus provou que nem a mediunidade nem aquilo que parece ser nossa própria morte nos põe em comunicação de modo permanente e real com aqueles que partiram.

Não é de um estado de crença para outro que precisamos partir, mostrou ele, mas da materialidade para a espiritualidade. E que, se tivermos chegado suficientemente perto da Vida, Deus, conheceremos com precisão a individualidade do homem. Assim a comunicação será o que a Vida está revelando de suas idéias em vez de ser transmissão pessoal de crença limitada.

Não progredimos pousando nossos pensamentos na personalidade de um ente querido que se foi. Deve-se renunciar à personalidade. Deixemos que tal pessoa progrida. O desejo de reunir personalidades — acontecimentos mortais — retarda uma reunião maior e livre de desapontamentos ou interrupção. A verdadeira união encontra-se na descoberta de que o homem não é mortal; de que ele é uma idéia espiritual — substancial, identificável e eterna. A verdadeira comunicação ocorre ao crescermos na compreensão de que a Vida é a única fonte do que temos de expressar.

Durante a transfiguração, Cristo Jesus foi elevado acima da crença de que o homem seja uma personalidade mortal. Provou que a individualidade espiritual está para sempre intata e que discernimos os filhos de Deus e nos regozijamos com eles por superarmos a personalidade mortal, limitada, e não por desejá-la. Quando descobrimos e entendemos essa presença da Vida, discernimos e reconhecemos a presença de identidades espirituais individuais. Partir da crença mortal e entrar na presença perene da Vida eterna abre a porta à verdadeira comunicação.

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