Haverá algum lugar seguro?
As ameaças do século vinte à segurança da humanidade de certo parecem mais sofisticadas do que os perigos dos dias de Elias. Ele ocultou-se numa caverna a fim de escapar da ameaça de morte que lhe fizera Jezabel. Mas as respostas às ameaça de hoje, como às de outrora, podem ser encontradas em nosso relacionamento com Deus.
“Que fazes aqui, Elias?” 1 Reis 19:9; Que fazia — temendo o que era físico e ao mesmo tempo procurando nele segurança? Despertado de sua letargia, veio para fora e colocou-se onde lhe cabia estar — no topo da montanha. O mal ameaçador parecia estar às soltas: terremoto, vento e fogo. Quando Elias se deu conta de que Deus não se encontrava em nenhum desses elementos, pôde ver que não havia neles nenhum poder. Nem podia haver poder algum no plano de Jezabel, visando a eliminá-lo.
Onde foi que Elias encontrou de fato seu verdadeiro refúgio? Dentro da consciência que ele próprio tinha de seu relacionamento com Deus. Esse homem, que vivia nos lugares desérticos, certamente estava bem acostumado com “o esconderijo do Altíssimo” (ver Salmos 91:1).
Se alguém escalar o topo do Monte Everest, for lançado até a lua, ou destacado para um submarino, sempre poderá estar consciente de habitar nesse esconderijo. Nada pode cortar o relacionamento que existe entre sua identidade verdadeira e a Mente perfeita. Sem levar em conta quão iminente está o perigo, quão denso o medo, ou quão predominante a confusão das multidões, é-lhe possível fazer uma pausa’ e reconhecer sua união ininterrupta com Deus.
A Mente infinita comunica-se continuamente com suas idéias. Como “a intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua idéia, o homem” Ciência e Saúde, p. 284;, segundo consta em Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, é importante que os que oram para se conscientizar desta intercomunicação prestem toda atenção a fim de recebê-la.
Não deveríamos tentar fazer com que a Ciência da Mente divina coincida com um ponto de vista baseado na evidência física. Ao contrário, precisamos modificar nosso ponto de vista até que ele coincida com o que Deus conhece. Nessa distinção reside a diferença entre compreender a Ciência Cristã, e assim receber-lhe as bênçãos, ou desligar-se da compreensão e da bênção. Quem verdadeiramente procura entendê-la levará seu raciocínio a alinhar-se com o que Deus sabe.
Na oração científica, quem ora pede apenas o que já é seu como imagem, ou reflexo, de Deus — tudo o que está a seu dispor pela única fonte do bem, Deus. Afirma que tem a capacidade de ver as coisas como elas são espiritualmente, tal como o fez Elias, em vez de vê-las como parecem ser materialmente.
Deus, por ser Espírito, revela-Se apenas às idéias espirituais. Como podem, então, os seres humanos receber essa comunicação? Cada ser humano tem sentido espiritual e o reconhece até certo ponto. É esse o elemento existente na consciência humana que é receptivo à Sua bondade.
O sentido espiritual assevera-nos que nunca podemos estar fora do amor do Amor. Podemos provar a veracidade dessa afirmativa mesmo estando num submarino, em águas inimigas, cercado de cargas de profundidade.
Nessa aterrorizante situação, impregnada de temor e confusão, certo Cientista Cristão pediu a Deus um momento de silêncio para conscientizar-se de seu relacionamento com Deus. Pensou no mandado de Cristo Jesus: “Orarás ... em secreto.” Mateus 6:6; De repente houve silêncio por todo o submarino. Valendo-se dessa oportunidade, o jovem orou quase um minuto — todo o tempo que teve. Relembrou as verdades que aprendera na Escola Dominical da Ciência Cristã. E recordou-se desta frase do livro Ciência e Saúde: “Na relação científica entre Deus e o homem, descobrimos que tudo o que abençoa um, abençoa todos, como Jesus o mostrou com os pães e os peixes — sendo o Espírito, não a matéria, a fonte do suprimento.” Ciência e Saúde, p. 206; Como Elias, o Cientista Cristão reconheceu que Deus não se achava na catástrofe. O sentido espiritual disse-lhe que o quadro de violência não representava o fato, mas a ficção.
Dentro de minutos seu pulso, que fora seriamente ferido em combate, ficou curado; motores avariados começaram a funcionar; acenderam-se luzes que antes não acendiam; e o submarino e sua tripulação escaparam da destruição. Sim, seu Pai o ouvira em secreto e o recompensara abertamente. Todos foram salvos.
Não existe nada que se possa chamar de elemento destrutivo na Mente — nem coisa alguma alheia à Mente. Tudo o que os sentidos materiais contemplam não passa de ficção. O fato é que a Verdade aí está; o Amor aí está.
Ao receber comunicação de Deus, aquele que estiver orando é exalçado para a compreensão de sua capacidade reflexa de saber o que a Mente sabe. Desfazendo-se do medo, liberta-se para emergir da crença de que alguma vez poderia estar em perigo.
Embora a experiência de cada um tenha de se produzir entre sua própria vivência e Deus, outros serão favorecidos ao entrarem em contato com aqueles que confiantemente colocam sua vida sob a proteção do Princípio, a Vida. “E não só vós mesmos estareis seguros”, ressalta a Sra. Eddy, após falar na proteção que os bons pensamentos oferecem, "mas também todos sobre quem repousarem os vossos pensamentos serão desse modo favorecidos." The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 210. Por esse meio a bênção é partilhada. Estaremos, porventura, conscientemente apercebidos da nossa harmonia com Deus? Nela habitando, estaremos a salvo.
