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A juventude pede socorro: cure-se a delinqüência juvenil

Da edição de junho de 1980 dO Arauto da Ciência Cristã


O jovem monitor de uma colônia de férias para meninos surpreende dois garotos de doze anos discutindo violentamente, numa das cabanas. Ao interpor-se entre os dois, um dos garotos volta-se para ele, saca um canivete e levanta-o acima da cabeça. O monitor permanece imóvel, com os olhos em seu atacante. Nenhuma palavra é pronunciada. De repente, o garoto joga o canivete no chão e desata a chorar.

O que aconteceu?

Durante várias semanas, o jovem monitor empenhara-se, com grande paciência, em corrigir a teimosia, a rebeldia e o comportamento anti-social apresentados por aquele menino, tendo encontrado forte resistência o tempo todo. Então, certo dia, após séria conversa com um Cientista Cristão experiente que viera dar uma palestra na colônia, o monitor começou a ver que é apenas a hostilidade que reage à hostilidade. Além disso, aprendeu que é necessário um claro reconhecimento do bem espiritual presente em nossa própria consciência para discernir a presença desse mesmo bem nos outros.

Os dois Cientistas Cristãos viram que toda individualidade verdadeira tem sua fonte na Alma, ou Deus, e reflete essa Alma que tudo vê. Toda vez que se percebe uma qualidade divina específica em alguém, é porque está-se refletindo a Alma que sente e conhece sua própria natureza. A capacidade de ver o bem espiritual nos outros revela que incluímos tal bem em nós mesmos.

O monitor percebia, agora, como isso se aplicava a seu jovem inimigo. Foi no dia seguinte a essa conversa que teve de enfrentar o ataque do garoto. Naquele mesmo instante, o amor que Deus expressava nele percebeu o amor que o menino, em seu verdadeiro ser, expressava. Por meio da ternura da Alma, o monitor percebeu no menino as ternas qualidades da Alma. Ao inverter o ódio, descobriu, com certa surpresa, a presença de paz e amor no caráter real de seu atacante e compreendeu, então, que já sentia essas mesmas qualidades em sua própria atitude com relação ao menino. Ao refletirem os atributos da Alma, os dois jovens estavam dando testemunho do que eles, de fato, eram e de sua fraternidade na família de Deus. Depois que o garoto desatou a chorar, o problema todo veio à tona para ser curado.

Esse incidente ilustra dois fatos importantes: primeiro, que a manifestação de violência e delinqüência juvenís pode provocar novas descobertas acerca da individualidade espiritual do homem. Segundo, que essa individualidade, uma vez detectada e compreendida, revela a unidade da família das idéias de Deus e sua harmonia. A Ciência Cristã mostra como essas verdades podem combater a criminalidade presente no pensamento de muitos jovens, hoje em dia.

Existe, correntemente, um conceito muito difundido de que individualidade é incompatível com unidade. De fato, o oposto é que é o verdadeiro. A infinita unicidade de Deus sustenta cada uma de Suas expressões singulares e assegura a harmonia entre elas.

Encarar a juventude atual como um segmento alheio à sociedade e inflamável é falhar em ver que a individualidade do homem está incluída na família universal de idéias espirituais criadas por Deus, na qual a unidade de todas as identidades e a singularidade de cada identidade estão preservadas para sempre. Precisamos ver o que de fato significa fazer parte de uma única família espiritual e, todavia, reter a verdadeira individualidade. Unicidade não significa conformismo — nem solidão. Ao contrário, unicidade indica tanto singularidade quanto unidade.

“Único” e “unidade” têm a mesma raiz latina — unus — e a definição dessas duas palavras inclui singularidade e unidade. É belo que na Ciência Cristã ambos os conceitos — singularidade e unidade (ou individualidade e família) — são inseparáveis.

O reconhecimento desse fato em cada caso pode sustar os passos que arrastam ao crime e pode abrir o caminho que leva o adolescente da confusão à luz. Sob a sombra de todo pensamento violento ou desesperado está a sensação de não ser amado. Como um pedido de socorro, ouve-se na escuridão o grito sufocado: “Ame-me!” E quantas vezes a criança que mais precisa desse amor é a que menos o merece — aos olhos do mundo. Talvez aos nossos olhos!

Temos de lembrar que unidade implica em singularidade. O que procuramos determina, até certo ponto, o que vemos. Procurar a individualidade, a singularidade, da idéia de Deus, é procurar as qualidades espirituais de satisfação, paz e fraternidade em direta oposição às idiossincrasias da mente mortal — rebeldia, sentimento de destruição e falta de propósito. Fazer isso é descobrir o fato contrário que ajuda a eliminar a tendência a desgarrar-se. Captamos vislumbres da verdadeira individualidade toda vez que vemos a originalidade dar as mãos à ordem, a espontaneidade intensificar a beleza do autocontrole ou o autêntico humor brilhar em meio ao respeito mútuo. Toda vez que se tenha expressado a verdadeira individualidade, a família humana coincide, em certo grau, com a família divina e torna-se evidente que nada precisa impedir que a alegria de sermos nós mesmos se extravase no ardor de realizar as coisas em conjunto.

“Há um só Eu, ou Nós,” escreve nossa Líder, a Sra. Eddy, “um só Princípio divino ou Mente, que governa toda a existência;” e continua sua interpretação espiritual de “Eu, ou Ego” como sendo “o homem e a mulher, para sempre imutáveis em seus caracteres individuais, tal como os números, que nunca se misturam uns com os outros, embora sejam governados por um só Princípio....” Ciência e Saúde, p. 588;

Na proporção em que compreendemos esses vislumbres, então, a tendência para o crime diminui e é invertida. Exatamente agora, todo jovem criminoso, em seu ser verdadeiro e espiritual, é ternamente amado por Deus. É ele singular como idéia espiritual de Deus e pertence à mesma família espiritual que nós. A criminalidade não anula a individualidade. A liberdade condicional — e mesmo as portas de uma prisão — não pode manter o jovem infrator fora do nosso desvelo. O fato de reconhecermos que todos estão incluídos na família de Deus pode ajudá-lo a despertar para tornar-se cônscio de sua identidade.

É útil lembrar que nada pôde manter o filho pródigo longe de seu pai. Na parábola de Cristo Jesus ver Lucas 15:11–32., o pai não impediu seu filho mais moço de partir. Nem impôs severas condições à sua liberdade. No entanto, nada podia obstruir o caminho do filho pródigo impedindo-lhe que, ao final, voltasse a salvo para casa — uma vez que caíra em si, uma vez que vislumbrara, entre as ruínas de seu prazer, que sua individualidade estava para sempre intata em seu verdadeiro lar.

Sim, o homem é inseparável de sua família espiritual e, sem dúvida, a individualidade é compatível com a unidade. Como idéias espirituais, cada um de nós é especial aos olhos do Pai e essencial para aquela família na qual não existem excessos pessoais destrutivos nem separações sociais.

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