Para muitas pessoas, Mary Baker Eddy ofereceu uma nova maneira de encarar a política quando respondeu à pergunta: “Qual é sua política?” Disse: “Em realidade, não tenho nenhuma, a não ser ajudar a apoiar um governo justo; a amar Deus supremamente, e a meu próximo como a mim mesma.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 276;
Quando situamos a política dentro da estrutura daquilo a que Jesus chamou os dois grandes mandamentos, os quais por sua vez são a consolidação dos Dez Mandamentos, levamos a força moral e espiritual testada durante séculos a influir hoje sobre nossos problemas políticos. Precisamos exercitar essa força.
Talvez não haja maior desafio nos meses vindouros, nos Estados Unidos e em outros países onde decisões políticas importantes devem ser tomadas, do que amar “o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”, e de amar “o teu próximo como a ti mesmo” Mateus 22:37, 39;.
A política de partidos inclui freqüentemente muita coisa que é diametralmente oposta a essa espécie de política centralizada no amor. Fazemos uma contribuição sem paralelo para a harmonia política e o progresso social quando insistimos em que nossa expressão do Amor divino imparcial substitua preconceitos e pontos de vista orientados de modo errado em nosso próprio pensamento. O Amor, compreendido como Princípio, dá-nos essa percepção.
Isso nem sempre é fácil. Podemos, contudo, tornar-nos mais propensos a fazer o esforço se considerarmos o fato de que excessos políticos e comportamento sem ética são demasiadas vezes impelidos a se expressarem por causa de tais preconceitos e concepções erradas. As emoções vêem-se envolvidas e, passando rapidamente de um a outro, tendem a hipnotizar.
Podemos resistir a essa atração de hipnose coletiva se (1) estivermos acordados para o fato de que o hipnotismo não tem fonte ou base espiritual na Mente divina, e está destituído de poder para influenciar o verdadeiro pensamento; (2) determinarmos que não iremos aceitar o antagonismo ou a vingança sob o disfarce de ativismo político.
Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy enumera oito qualidades morais. Estas, quando exercidas, conduzem a vivência humana para mais alto. São elas: “Humanidade, honestidade, afeto, compaixão, esperança, fé, mansidão, temperança.” Ciência e Saúde, p. 115; Quando encaramos a cena política, talvez tenhamos de admitir que qualidades opostas a essas — qualidades imorais — pretendem caracterizar hoje em dia em grande maneira o modo de pensar no setor político. Não é nada fora do comum, quando candidatos políticos e decisões políticas estejam no foco da atenção pública, que algumas das qualidades imorais, forjadas — desumanidade, desonestidade, inimizade, indiferença, desespero, perfídia, arrogância, intemperança — sejam o que é ressalto ou aceito como norma.
Ao reconhecermos que qualidades tais como a indiferença e a intemperança são tão imorais como a desonestidade e a arrogância, resistiremos à tentação de nos eximirmos de nossa atividade política legítima, quer se trate de votar, promover campanhas ou candidatar-se a um cargo, quer ajudar a esclarecer as decisões participando de debates e discussões, sejam elas formais ou informais. Da mesma forma, teremos suficiente mansidão para aprender e temperança, ou moderação, para lidar com aquilo que aprendemos.
Enquanto houver pessoas a trabalharem juntas num objetivo, haverá política. Nossa tarefa consiste em fazer com que o amor a Deus e ao homem prevaleça; e não a paixão política.
O amor é o determinador espiritual e real do pensamento e da ação; a paixão é o que é depravado, irreal. A paixão pode parecer esmagadoramente real quando inflamada deliberadamente por uma liderança política irresponsável; e pode ter conseqüencias trágicas que precisam ser vencidas. O amor, porém, é o real — o amor que flui de Deus, o Amor divino. Acaso haveria tentativa alguma de estabelecer qualquer tipo de governo benevolente se o amor que reflete Deus não fosse o impulso? O amor que se distribui na ação política converte-se no poder espiritual forte e decisivo que as paixões gostariam de imitar.
O amor espiritual nunca é fraco, nunca fica calado quando deveria falar; traz a certeza de achar a melhor solução, ou a menor de dois males, em cada decisão. O Amor, como realidade espiritual, está sempre acompanhado de sabedoria e pureza de motivos.
Se quisermos adotar a posição revolucionária de que nossa política é a do amor — amando a Deus supremamente e a nosso próximo como a nós mesmos — precisaremos crescer em nossa compreensão de Deus e de Seus atributos. Precisaremos estudar a metafísica divina. Esse estudo dá-nos o discernimento que é a base do tratamento ou oração na Ciência Cristã — a aplicação de verdades metafísicas à situação humana.
Ao fazermos da oracão consagrada a parte principal de nossa atividade política, descobrimos as qualidades crísticas que muitos candidatos têm a oferecer; ponderamos programas à luz de seu valor para nosso próximo bem como para nós mesmos. Isso naturalmente nos capacitará a dar aqueles passos e tomar aquelas decisões que ajudam a apoiar um governo justo.
Quando nos submetemos à “política como de costume”, não estamos dando a contribuição curativa que um metafísico pode dar. No sermão Christian Healing a Sra. Eddy profetiza: “O orgulho, os apetites, as paixões, a inveja e a malícia cessarão seu cesarismo despótico quando a metafísica for compreendida... ” Christian Healing, p. 18.
O modo cesarista de fazer política — as intrigas, a força, até mesmo o derramamento de sangue por razões políticas — cederá quando amarmos a Deus de todo coração, alma e mente, e amarmos nosso próximo como a nós mesmos. Nas ocasiões em que surgirem desentendimentos políticos, essas não serão temporadas de consternação. Tais ocasiões serão consideradas oportunidades de demonstrar o governo de Deus na terra, em questões políticas.
Qual é sua política?
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim
o seu eterno poder como também a sua própria
divindade, claramente se reconhecem, desde o
principio do mundo, sendo percebidos por meio
das cousas que foram criadas.
Romanos 1:20
