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Aulas de natação

Da edição de abril de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Estando eu agarrada na borda da piscina, ofegante e sem fôlego, lembrei-me de como, em tempos idos, pensara serem os atletas pessoas que cultuavam seus corpos. Como zombara deles, pensando terem uma perspectiva bem limitada de si mesmos! Constatando horrorizada minha necessidade de continuar praticando mergulhos, fiquei perplexa ao sentir-me tão limitada e pensava que agora era no meu pé que apertava o “pé-de-pato”.

Talvez eu desprezara o fato de que os jogos desportivos nos fornecem uma excelente oportunidade de vencer a crença limitadora de que o homem vive na matéria e é por ela governado.

Enquanto pensava no pavor que eu tinha da pressão da água no fundo da piscina, lembrei-me da declaração da Sra. Eddy: “Jesus de Nazaré foi o homem mais científico que já palmilhou a terra. Ele penetrava por baixo da superfície material das coisas e encontrava a causa espiritual.” Ciência e Saúde, p. 313. Concluí que somos, muitas vezes, forçados a penetrar “por baixo da superfície material das coisas”, em assuntos relacionados com o trabalho e com a família. Assim, este treino de natação não me podia deixar em tal petição de miséria! Muito pelo contrário, eu deveria abordá-lo como uma oportunidade de expressar mais espiritualidade. Volver-me dos parâmetros materiais para Deus, a fonte de minha identidade e aptidão, eis o que eu realmente estava precisando fazer — e isso, não só aí, na piscina.

Minha perícia em nadar melhorou com o passar dos meses e comecei então a compreender mais profundamente que os jogos desportivos nos forçam a derrubar algumas das barreiras materiais que nos parecem cercear. Isto não quer dizer que todos nós precisamos sair depressa por aí a jogar tênis, correr ou nadar. Apenas quer dizer que estas atividades podem tornar-se a oportunidade para descobrirmos mais a respeito de nosso potencial completo como idéias de Deus. Deste modo, assim que superarmos os moldes em uma das áreas de nossa vida, ficará inevitavelmente afetado todo o resto que fazemos. Por quê? Porque todas as nossas atividades originam-se no pensamento. Quando a consciência se expande até atingir mais ampla perspectiva, todo o resto é colocado sob outro prisma, é reinterpretado a partir de um novo ponto de vista.

Quanto mais nos tornarmos conscientes de nossa natureza espiritual e ilimitada, tanto mais capacitados estaremos a atravessar as barreiras mentais que nos quereriam deter o progresso. Por exemplo, alguns nadadores principiantes têm medo de não poderem respirar, particularmente em águas profundas. Temem ficar privados daquilo de que necessitam. Contudo, podemos reconhecer que a vida provém de Deus, e não depende de pulmões ou narinas. Isto nos liberta do medo. Já não perturbados pelo pensamento de que exista algum obstáculo à respiração, ou temerosos, podemos, confiantes, desenvolver a técnica e o ritmo natural de cada braçada. Ampliar a nossa compreensão de que a Vida é Deus e saber que nem um só fôlego nos pode separar dEle, nos permitirá desenvolver nossas aptidões normais. Então, se uma onda arrebenta sobre nós, e nos encontra de boca aberta, não entraremos em pânico. Responderemos com o equilíbrio e a segurança que nos advêm naturalmente de sabermos que somos inseparáveis de Deus.

Outro problema inclui a falta de resistência e o medo de ficar exaustos enquanto nos acharmos no lado fundo. Isto pode ser particularmente angustiante quando o outro lado da piscina parece recuar a cada braçada. “Os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” Isaías 40:31., escreve o profeta. Veremos que somos capazes de nadar sem desfalecer, se discernimos a verdadeira natureza da força espiritual. Isto não quer dizer que treinamento adequado e prática assídua não sejam essenciais. A Mente, porém, é incansável; e podemos compreender que refletimos a ação da Mente, como idéias, e, como tais, jamais poderemos sentir-nos fatigados. É importante negar conscientemente a crença de que somos um mortal que está labutando na piscina, do ponto A ao ponto B, e usando a força oriunda de músculos, batidas cardíacas ou vontade férrea. De outro modo, perderemos algo da alegria de sentir a própria leveza e o encanto da Mente.

Também, se pensamos que a nossa resistência realmente depende do que fazemos para desenvolver a matéria e torná-la mais forte, ficamos sempre vulneráveis a alterações físicas, “maus” dias e outros imprevistos. Cada aula prática pode ser inspirada pela verdade espiritual. Trabalhando do ponto de vista de nossa capacidade inexaurível como o homem a quem Deus criou, venceremos a fadiga e a fraqueza — não por fazermos com que a matéria se torne melhor, mas por descobrirmos o que realmente somos e por pormos em prática as qualidades de graça, alegria, energia e outras.

Bastante comum no que diz respeito a mergulhar é o temor de que, por alguma razão, não seremos capazes de voltar à tona ou que poderemos nos machucar. Mas, podemos reconhecer que a Mente governa todo o seu universo de acordo com uma lei. Este governo pela lei é tão completo que nenhuma entidade pode jamais ser lançada fora do equilíbrio, posta fora do lugar ou quebrada. Este fato é verdadeiro para nós, pois somos, em realidade, feitura de Deus. A Mente não é onipresente apenas na superfície da piscina, estando de algum modo ausente debaixo dágua. O homem não poderia escapar ao cuidado protetor da Mente mesmo se o quisesse, e podemos reivindicar para nós esta verdade. O Salmista assim se expressou: “Se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a tua mão e a tua destra me susterá.” Salmos 139:9, 10.

Seja qual for o nosso próximo passo para vencer a limitação — em qualquer atividade de progresso — tal passo somente pode nos fortificar. Nossa experiência ajuda, enfim, a erguer a humanidade mais alto, porque nossas lutas irão rechaçar os limites de nossa resistência e estabelecer exemplos para outros. A cada estágio de progresso podemos esperar vencer, e não ser vencidos. Precisamos apenas estar atentos à orientação da Mente a fim de descobrir como haveremos de conseguilo. Muitas vezes, aprenderemos através de descobertas sucessivas. Outras vezes, os passos seguintes tornam-se-nos claros num lampejo de discernimento. Mas, durante todo este tempo, precisamos afirmar a presença da Mente, a revelar-se a si mesma, não importando o quanto iremos demorar para aperfeiçoar determinada técnica.

Tal persistência foi-me muito útil, quando estive treinando nado de peito. Apesar das árduas aulas práticas, eu literalmente não saía do lugar, nem com todas as braçadas que podia dar! Na medida em que orava, comecei a ter uma percepção mental melhor daquilo que deveria estar acontecendo e uma compreensão da graça, paz e beleza — qualidades espirituais — que eu podia expressar através dessa atividade.

Não importa se estamos treinando para nos tornarmos salva-vidas ou apenas para lançarmo-nos dentro da piscina. Tais oportunidades podem ser usadas para pôr abaixo a sugestão de que estamos tolhidos em nossas capacidades e resistência. Temos o direito de ser bem sucedidos em cada aspecto de nossa vida, para alcançar aquela “medida da estatura da plenitude de Cristo” Efésios 4:13. conforme a descreveu S. Paulo.


Não temas, porque eu sou contigo;
não te assombres, porque eu sou o teu Deus;
eu te fortaleço,
e te ajudo,
e te sustento
com a minha destra fiel.

Isaías 41:10

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