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Sua “bússola interior”

Da edição de abril de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Você perdeu o rumo? Há uma bússola que mediante a lei da atração espiritual lhe é possível usar para restabelecer seu sentido de direção.

A maioria de nós sabe como usar uma bússola comum. Começamos procurando o norte. Girando a bússola até que a agulha aponte para N, calculamos de maneira acertada. Mas muitos de nós talvez não nos demos conta de que todos temos uma “bússola interior”, os meios específicos pelos quais começamos a determinar o rumo que nossa vida deve seguir, de acordo com a orientação divina. É um caminho científico que nos permite discernir sem erro a orientação de Deus ao aprendermos a reconhecer a atração espiritual.

Que é atração espiritual? É a atividade própria do Cristo, a Verdade, o poder que está continuamente afastando o pensamento das crenças materiais e elevando-o ao ser imortal, à conscientização da identidade do homem como filho de Deus. Cristo, não os sentidos materiais, identifica na experiência humana essa atração do Espírito.

Muitas pessoas, hoje em dia, fazem naufragar sua vida porque não sabem que rumo seguir. Absortas na matéria, continuam inconscientes de sua oculta receptividade ao Cristo. Vêem-se influenciadas a seguir este ou aquele rumo, levadas por miríades de influências que em sua maioria são opiniões humanas especulativas ou alguma mística popular que faz da sorte uma virtude.

A tragédia de Jonestown, na Guiana (onde cerca de 900 pessoas se suicidaram), ilustra a facilidade com que grande número de pessoas desprovidas de uma bússola verdadeira podem ser levadas por falácias mortais até o ponto da idiotia moral. E há muitas outras que vivem com as promessas ocas de estilos de vida amoral e o sofrimento que os acompanha. Tais enfermidades sociais manifestam-se na promiscuidade sexual, na violência, no assentimento ao álcool, às drogas, ao fumo e a outros hábitos deletérios.

Em cada caso, é ao pensamento materialista que esses hábitos apelam. As influências más, porém, que produzem tais hábitos não têm lei real que as sustente e repousam unicamente nas areias movediças da crença humana. Essas influências errôneas representam a atividade do anti-Cristo, ou magnetismo animal, como é ele denominado na Ciência Cristã. São ilusórias e autodestrutivas, visto serem meros substitutos da atração genuína.

A atração do Cristo é o que o anti-Cristo tentaria falsificar mediante esses tipos de influências errôneas que acabamos de citar. No entanto, é muito importante compreender que o anti-Cristo mostra ter poder apenas quando nele se acredita. Quando se descrê do sentido material e se compreende o Cristo, a Verdade, e se o confirma, o poder do Cristo faz-se sentir em nossa vida como a única atração verdadeira e duradoura, e as falsas atrações flcam progressivamente destruídas.

A atração espiritual, a influência divina do Cristo, é a única influência ou atração real que existe. Na medida em que somos atraídos pelo pendor do Cristo, um sentimento claro de orientação mostra-se em nosso viver, um modo de vida altruístico que resulta em amizades duradouras, em saúde contínua e em progresso ininterrupto em todos os níveis do esforço humano.

Como podemos trilhar a vereda que leva ao Espírito? É aí que a bússola interior entra em ação, a bússola interior do sentido espiritual. Todas as pessoas estão dotadas dessa consciência pura e a Ciência Cristã ajuda-nos a nos conscientizarmos dela e mostra-nos como usála. Nossa bússola interior nos alinha com o verdadeiro norte, o norte a que a Sra. Eddy se refere ao descrever a cidade “quadrangular” citada pelo autor do Apocalipse. Escreve ela: “Tal como diz o Salmista: 'Seu santo monte, belo e sobranceiro, é a alegria de toda a terra; o monte de Sião, para os lados do norte, a cidade do grande Rei.' É deveras uma cidade do Espírito, bela, real e quadrada. Na direção norte, suas portas abrem-se à Estrela Polar, a Palavra, o ímã polar da Revelação....” Ciencia e Saúde, p. 575. Assim começa ela a descrição metafórica dos quadrantes da bússola que representam os quatro lados da cidade santa.

Começamos, então, por encontrar o norte, usado aqui não como um termo geográfico, mas espiritual. Pois, encontrar o norte é começar com “a Estrela Polar, a Palavra, o ímã polar da Revelação”. A atração todo-poderosa de Deus em nossa vida aumenta em significado e em vigor na medida em que avançamos na compreensão da realidade divina. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Há uma só atração real, a do Espírito. O apontar da agulha magnética para o pólo simboliza esse poder que abrange tudo, ou seja, a atração de Deus, a Mente divina.” Ibid., p. 102. Irving C. Tomlinson, aluno da Sra. Eddy, escreveu a respeito da decisão de nossa Líder em ordenar a Bíblia e o livro Ciência e Saúde pastor impessoal de sua Igreja: “Ela apenas perguntou: Qual é a direção de Deus? E, tão naturalmente como a agulha aponta para o polo, foi ela fiel à voz divina.” Twelve Years with Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 143.

Encontremos o norte. Simbolicamente reconhecido, o norte está unido à atração genuína. Destrói continuamente os estímulos ilusórios do anti-Cristo, as influências más na consciência humana, e as substitui pelas idéias eternas que se sentem clara e inculpavelmente. O norte espiritual está unido à força propulsora do grande mandamento que Cristo Jesus apontou ao intérprete da lei: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.” Mateus 22:37. Sentimos a presença dessa força quando Deus se torna supremo em nossos afetos. Então sabemos que encontramos o norte verdadeiro.

Alguém que tenha sua bússola apontada nessa direção, é irresistivelmente atraído pelo brilho do norte espiritual, para além do falso luzir da mente mortal e dos engodos sutis do magnetismo animal. Quando assentamos nosso pensamento “nos lados do norte”, nunca corremos o risco de sermos ingênuos frente ao magnetismo animal nem, por outro lado, de o temermos. Quando nos volvemos para o norte, as incitações do magnetismo animal são sempre desarmadas pela supremacia da atração do Cristo.

Estar sujeito a essa influência divina é sentir nossa própria resposta vigorosa ao “ímã polar da Revelação”. E com essa resposta, percebemos e rejeitamos toda contrafação ao Espírito irresistível. É sentir o propósito que Deus tem em mira para nós, a certeza de nosso destino espiritual. O poder dessa atração faz-se sentir em nossa dedicação a Deus e a Sua Igreja, na qual a adoração mais elevada acha-se ligada ao serviço mais elevado. Nossa motivação sagrada pode ser descrita nestas palavras do Hinário da Ciência Cristã:

Minha vida consagrei
Toda a Ti, ó meu Senhor.


Eis inteiro meu pensar,
Meu desejo é Te servir.Hinário, n° 324.

Alguns de nós talvez estejamos descobrindo pela primeira vez esse sentimento real de propósito. Podemos saber, com certeza, que nenhuma influência falsa pode afastar-nos dessa meta elevada. Quando nos achegamos a Deus, torna-se mais pronunciada a nossa convicção de que a matéria carece do poder de nos afetar. As mentiras da mente mortal são detectadas mais rapidamente e vemos que elas não têm efeito algum. Se colocamos um magneto perto de uma bússola comum, a agulha afasta-se do norte, mas isso não pode acontecer ao sentido espiritual. Este sempre aponta para o norte verdadeiro, o Espírito. Quando procuramos sinceramente encontrar o norte espiritual e seguir lealmente o sentido espiritual nessa direção, as atrações espúrias têm cada vez menos influência sobre nós.

Sem nossa bússola interior estaríamos perdidos. Sem o norte espiritual em nossa vida, não teríamos rumo verdadeiro a seguir; estaríamos continuamente adivinhando o rumo ou seguindo, muitíssimas vezes, na direção errada. Se não temos nenhum propósito real a nos inspirar, estamos sujeitos a ser ludibriados por alguma contrafação, pela glória oca do ideal errôneo. O viver contemporâneo está crivado de tais contrafações ou substitutos. Hoje precisamos estar particularmente atentos às formas mais “refinadas” do magnetismo animal: desde o aumento de popularidade das loterias até a racionalização que justifica a receita não registrada; desde o ataque à mulher por meio de muita da publicidade moderna até o desejo tão difundido de vencer a todo custo; desde os sistemas de valores que conferem à vingança a dignidade de justiça humana, até aqueles que insistem com estridência em que uma “vida de moleza” é um direito humano. Nossa bússola interior levar-nos-á a salvo através desse pantanal de imoralidade.

Encontremos o norte e tornar-se-á possível o propósito e a dedicação que nos capacitam a nos voltarmos para Deus com renovada gratidão, a gratidão encontrada no Apocalipse de S. João, quando “os vinte e quatro anciãos ... adoraram a Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-poderoso, que és e que eras, porque assumiste o teu grande poder e passaste a reinar.” Apoc. 11:16, 17.

Esse reino, esse governo, está implícito na “Regra para Motivos e Atos”, de que se poderia pensar como leitura diária da bússola fornecida pela Sra. Eddy no Manual de A Igreja Mãe. A atração do Espírito pode ser claramente reconhecida nestas palavras da citada Regra: “Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão reflete os suaves encantos do Amor, repreendendo o pecado, em verdadeira fraternidade, caridade e perdão.” Man., § 1° do artigo 8°.

Quando encontramos o norte e nos volvemos para o norte, somos verdadeiramente governados pelo Amor divino. Hora a hora, “o ímã polar da Revelação” atrai-nos para Deus, esclarece e revigora as nossas fidelidades verdadeiras e mantém-nos invariavelmente no curso.

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