Alguma vez tentou você encontrar mais sentido na interminável rotina diária de trabalhar, comer, dormir, divertir-se? Um propósito? Um final feliz? Concorda você com o Pregador quando este censura a louca agitação do mundo e conclui dizendo que "tudo é vaidade"? Ecles. 3:19. Para onde nos dirigimos em meio às nossas pequenas lutas entre problemas e alegrias? Para outra vida? Para outra esfera? Para o esquecimento?
A Ciência divina, conforme foi descoberta e registrada pela Sra. Eddy, leva o humilde inquiridor à gloriosa conclusão de que aquilo que verdadeiramente se relaciona a todos nós é perfeitamente belo, eternamente presente, magnificamente ilimitado no bem: nossa fonte, nossa Vida, nosso Deus. Tudo quanto fizermos humanamente permanecerá essencialmente vazio e enigmático, e irrelevante, a menos que esteja subordinado à energia espiritual que flui dessa única e suprema relevância que é Deus.
Assim, para onde nos dirigimos é onde já nos encontramos. A Ciência Cristã, em sentido figurado, vira de pernas para o ar o mundo monótono concebido pelos mortais e abre possibilidades ilimitadas que se relacionam com o bem. Mostra que o universo é a vasta infinidade de idéias na Mente divina, e não as supostas agitadas correntes elétricas definidas como matéria. Como idéias individuais de Deus, na Mente, relacionamo-nos com perfeição à totalidade da Mente e incluímos todas as idéias encantadoras e específicas que esta Mente contém. Essa visão revolucionária do cosmo explode as aparentemente sólidas e contraditórias condições da matéria com a capacidade e força incondicionais da única Mente perfeita, Deus.
Toda a diretriz subjacente da Bíblia ilustra a irrelevância de apoiarmo-nos em padrões materiais ao levarmos adiante o propósito de Deus. O universo físico simplesmente não condiciona o desdobrar do bem divino. Constatamos no Antigo Testamento que a devastação dos elementos, dos déspotas e, até mesmo, do tempo, não conseguem, em graus diferentes, afetar aqueles que com clareza confiaram em Deus e O honraram. No Novo Testamento o obsoletismo final daquilo que o universo físico decreta como normal, previsível e inevitável torna-se ainda mais aparente. Por compreender sua relação consciente com Deus, Cristo Jesus erradicou a doença física, o pecado e, até mesmo, a morte. Seus seguidores viviam com a expectativa do bem, e não se deixavam espantar pelas circunstâncias aparentemente desfavoráveis que lhes eram exibidas por meio daquilo que as crenças materiais haviam construído durante séculos. “O fato central que a Bíblia apresenta”, escreve a Sra. Eddy, “é a superioridade do poder espiritual sobre o poder físico.” Ciência e Saúde, p. 131.
Assim, aqueles que hoje seguem os ensinamentos de Cristo, como foram cientificamente compreendidos pela Sra. Eddy, não precisam deixar-se arrasar pelas crenças generalizadas acerca de doenças e problemas, ou pela arrogante recusa da mortalidade em reconhecer o poder espiritual. Eles descobrirão que o homem relaciona-se exclusivamente com Deus, fato que, quando compreendido, tornará inconseqüentes as mais persistentes e amplamente aceitas crenças sobre aquilo que é físico. Quando conscientemente relacionamos nosso viver diário com Deus, ao invés de com a matéria, nosso mundo adquire novo esplendor, o bem supremo transforma-se em nossa expectativa e a cura parecerá tão natural como o desabrochar da flor do campo. A sublime e prazenteira promessa e alegria que deve ter envolvido a primitiva igreja cristã torna-se uma realidade vívida para nós hoje.
Pode acontecer, às vezes, que nos sintamos desanimados quando, exatamente onde esperávamos encontrar harmonia e domínio, defrontamo-nos com uma frustração, uma desordem. S. Paulo lutou com esse desafio nos primórdios do cristianismo. Inúmeras vezes seus escritos mostram-nos como dirigia, nas igrejas, o pensamento dos primeiros seguidores à confiança no bem incondicional que é Deus, libertando-o do dogma judaico, da sofisticação helênica e do culto à personalidade. À igreja na antiga cidade de Corinto, S. Paulo escreveu: “Há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem tudo em todos.” 1 Cor. 12:6.
Indivíduos e instituições nos desapontarão menos quando relacionarmos o bem que expressam com o grandioso contexto das idéias da Mente divina, ao invés de o rebaixarmos ao nível da expectativa pessoal. Um sentido pessoal de nosso ralacionamento com outros encara tudo, até a nós mesmos, como se estivéssemos separados de Deus. Faria com que acreditássemos sermos joguetes da competição, da tolice, da perversidade e de todos os seus desprezíveis descendentes. Compreender, porém, que a única ligação que nos afeta em realidade emana da Mente que abrange a tudo, e que desdobra a infinidade de suas idéias nas combinações sempre belas do bem, faz com que nosso relacionamento com outros se torne mutuamente mais fortalecedor, inspirador e produtivo, porque essa percepção eleva-nos acima do sentido mortal de vida que está desprovida do bem, que está sem Deus.
Nosso relacionamento humano torna-se confuso e nele verifica-se conflito de opiniões somente quando tentamos ordenar nossa vida a partir de um padrão mortal e material. A Mente e a expressão infinita da Mente não necessitam ser postas em ordem. Nossa sólida compreensão dessa realidade traz sua harmonia à nossa experiência no presente. Como conseqüência, mais e mais, nossos relacionamentos evidenciarão o desdobramento da unidade do bem.
Todo relacionamento humano, quer seja entre famílias, quer nas igrejas ou nas nações, encontra sua suprema fonte do bem na Mente única e perfeita. À medida que ocorre o desvendar desse fato grandioso e eterno, tudo o que é destrutivo e ineficaz torna-se, em nossa consciência, superado, proscrito e eliminado pela oração. Para tanto, é necessária constante disciplina mental e genuíno desejo de crescer espiritualmente. Essas qualidades e habilidades sanadoras estão disponíveis para todos, pois que se baseiam na onipresença do bem. Uma vez que o bem está sempre presente, podemos aprimorar nosso relacionamento com os demais.
Como somos mais de uma pessoa no planeta, nenhum de nós pode elaborar sua própria salvação totalmente a sós! Apesar de a salvação ser individual, o individualismo extremado pode fomentar egoísmo e alheamento, o que resultará em conflito. O exemplo de amor e cura dado por Jesus, ao elaborar sua própria salvação, indica que o bem divino requer tanto um concerto como um solo. Todas as idéias da Mente relacionam-se entre si somente na medida em que individualmente relacionam-se com a Mente; são distintas, mas não estão isoladas umas das outras. Nossa unidade com Deus, a Mente, deve, portanto, incluir a harmonia perfeita com cada idéia, bem como a percepção de cada idéia, e com cada combinação de idéias na Mente. Enquanto mantivermos, a respeito de outros, conceitos que não sejam divinos, prejudicamos nossa própria demonstração da harmonia da Mente.
A compreensão de nosso relacionamento exclusivo com Deus, que é todo o bem, e de nosso categórico não-relacionamento com qualquer forma de mal e limitação não é intricada, como possa parecer. A expressão infinita da Mente divina não é complicada, nem mística. A infinidade, apesar de sua riqueza infinita, é, contudo, simples em sua unidade, acessível em sua realidade.
A Mente é a fonte de tudo, até mesmo de nossa capacidade de ver e compreender. Podemos, portanto, deixar que a Mente se revele para nós. Essa revelação impele o nosso bem-estar porque nos relaciona com o bem infinito, relaciona-nos com Deus.
