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Curar a mágoa quando as opiniões divergem

Da edição de abril de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


Quando chega o momento de decidir como alguma coisa deve ser feita, surge muitas vezes vasta gama de opiniões. E isso ameaça muitas vezes romper amizades e desfazer a sensação gostosa de unidade que torna tão agradável o trabalho em conjunto.

O fato básico espiritual está em que é da prerrogativa de Deus exercer o governo, e Deus é Um só. Deus é a Mente única, que toda individualidade espiritual reflete. A contrafação dessa Mente inteiramente boa é denominada, na Ciência Cristã, mente mortal, uma mente carnal ou material. Assim como a Mente divina é uma só, também essa mente espúria é uma só, embora pareça ser constituída de muitas mentes.

Assim, onde quer que opiniões divergentes ameacem romper a amizade e a harmonia, podemos fazer uma pausa para considerar se a contenda não é simplesmente a dessa mente mortal ou humana única, a argumentar com ela mesma. Às vezes será proveitoso considerar o outro lado da questão e verificar de que modo se poderá argumentar convincentemente em favor desse ponto de vista. Pode ser que rapidamente apreciemos a declaração da Sra. Eddy: “Se observarmos nossos processos mentais, descobriremos que estamos perpetuamente argumentando conosco; no entanto, cada mortal é apenas uma só personalidade, não duas.” Unity of Good, p. 21.

Podemos analisar qualquer argumento a partir da perspectiva metafísica de que a contenda não se trava entre duas pessoas. Trata-se antes de duas posições da mente humana. Em geral uma das posições é melhor do que a outra. Quando neutralizamos a situação com impessoalizar a contenda, todos ficam em liberdade para aceitar a posição mais elevada.

Não queremos perder a vitalidade de problemas debatidos com ardor. A agudeza mental necessária para explorar todas as facetas de uma situação resultará finalmente na descoberta da ação melhor, do que está mais próximo do certo, daquilo que é mais universal nas suas bênçãos. A amizade não precisa ficar destruída nesse processo.

Isso é verdade nas campanhas políticas. Aí temos um ponto sobre o qual temos de orar, isto é, que a mesma palavra — “campanha” — é empregada não só para significar ação num campo de batalha como também esforço político. O primeiro tipo de campanha provavelmente terá baixas no campo de batalha, mas a última certamente não as terá, e compete a todos orar para assegurar esse resultado.

Quanto mais compreendermos o ser espiritual, tanto mais o conhecimento e o raciocínio da única Mente divina suplantarão e substituirão a mentalidade material. De fato, cada qual, na sua verdadeira identidade espiritual, inclui e expressa essa compreensão espiritual.

Se outra pessoa ou até muitas pessoas forem apanhadas pelo excesso emocional que esses argumentos fomentam, um só indivíduo que se apegue ao fato de que o Amor é Mente, conforme a Ciência Cristã ensina, pode realizar muita coisa para paralisar reações destruidoras. Quando insiste em amar, sem dar atenção ao que outros estão fazendo, está expressando o Amor que é Deus. Uma vez que Deus é um só, o Amor é um só e só pode ser expressado em unidade. Não amamos alguém que não merece ser amado; cada um merece ser amado, quer se nos pareça que ele o merece quer não. Nossa Líder, a Sra. Eddy, declara-o deste modo: “O Amor jamais perde de vista o encanto. Sua auréola pousa sobre seu objeto.” Ciência e Saúde, p. 248. Quando insistimos em amar, estamos de fato insistindo no merecimento daquele a quem queremos amar.

E quando insistimos em expressar a sabedoria e as idéias corretas da única Mente divina, estamos realmente proporcionando receptividade para aquelas idéias. Pois a Mente única e exclusiva não conhece qualquer oposição.

Se, porém, em qualquer ponto nos permitirmos expressar menos do que amor, estaremos dando lugar a que outros também expressem animosidade contra nós. A mente carnal imita a unidade da Mente divina.

Muita mágoa pode produzir-se onde pontos de vista divergentes competem por aceitação popular, como por exemplo, durante eleições nacionais. Essas mágoas podem ser previstas e evitadas em muitos casos por pensadores espiritualmente alerta que reconhecem a unidade do verdadeiro ser.

Muitas vezes a função do indivíduo consiste em apresentar aspectos diferentes de uma mesma questão, e, de vez em quando, a fim de alcançar uma posicão justa e intermediária, sustenta um ponto de vista que não é o mais popular. Mas não precisa limitar-se a esse lado ou ficar restrito a esse ponto de vista. Na unidade do seu verdadeiro ser ele abrange a todos, e isso se demonstra humanamente num ponto de vista mais universal e na capacidade de se abster de meras opiniões mortais. Raciocinar a partir deste ponto de vista permite-nos corresponder às exigências de uma situação mutável sem comprometer nossa integridade. Deixa-nos livres para agir de acordo com revelações mais elevadas do Cristo. Torna nossas opiniões mais válidas e menos vulneráveis a tolices.

Cristo Jesus aceitava o ensino fundamental do Antigo Testamento quando disse: “O [mandamento] principal é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” Deuter. 6:4. Explicava assim o mandamento e a sua aplicação prática: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” Marcos 12:30, 31.

É a unidade implícita nesses mandamentos que sublinha toda unidade e nos capacita, através do Cristo, a superar aquilo que magoa. Escreve nossa Líder, a Sra. Eddy: “Na Ciência divina, Deus é Um e Tudo; e, governando a Si mesmo, Ele governa o universo.” Miscellaneous Writings, p. 258.

Qualquer pessoa que paute seu modo de pensar de acordo com a Ciência divina descobrirá, quando um problema particular tiver sido resolvido, que ela foge do falso orgulho de haver-se imposto, bem como de passar pelo desapontamento de perder. Em certo sentido, estará em bons termos tanto com o vencedor como com o vencido, e terá maior capacidade de curar aquelas mágoas que não tiverem sido evitadas.


Como é grande a tua bondade,
que reservaste aos que te temem,
da qual usas,
perante os filhos dos homens,
para com os que em ti se refugiam!
No recôndito da tua presença
tu os esconderás
dos tramas dos homens,
num esconderijo os ocultarás
da contenda de línguas.
Bendito seja o Senhor,
que engrandeceu a sua misericórdia
para comigo, numa cidade sitiada.

Salmos 31:19–21

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