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Hulda, a profetisa

Da edição de abril de 1981 dO Arauto da Ciência Cristã


A Bíblia conta-nos que quando Josias reinou em Judá e precisou de opinião a respeito da autenticidade de certo pergaminho encontrado no templo, aceitou o parecer de uma mulher chamada Hulda. Ver 2 Reis 22:3–23:5.

Evidentemente Hulda era conhecida em Judá por seu discernimento espiritual. Era profetisa. Embora a Bíblia não nos informe detalhes de como se preparara para tal função, a dedicação espiritual e o desejo de conhecer Deus caracterizavam o indivíduo que revelasse a mensagem divina. Era pouco comum uma mulher exercer a função de profetisa, uma vez que a sociedade hebraica confinava primariamente ao lar e à família a influência da mulher. Hulda era casada com Salum e, neste caso, era normal que tivesse responsabilidades domésticas.

Mas uma coisa está clara. Hulda não permitiu que sua eficiência fosse restringida pelo conceito atribuído à mulher em sua época. De algum modo ela deve ter ultrapassado hábitos superficiais e costumes sociais e percebido algo da verdade de que a idéia de Deus inclui tanto as ilimitadas qualidades espirituais masculinas como as femininas. Ao volver-se a Deus, Hulda foi capaz de estender sua influência além do lar, até aos governantes. Suas opiniões a respeito do pergaminho conduziram a uma reforma religiosa em toda Judá. Tudo aconteceu assim:

O rei Josias ordenou que o templo de Jerusalém fosse limpo e restaurado. Durante muitos anos os legisladores o haviam negligenciado. De fato, o avô do monarca reinante havia introduzido práticas religiosas pagãs — até mesmo no próprio templo. Ver 22:1–9. Agora, porém, sob o comando do jovem rei (Josias contava vinte e poucos anos naquela época), pelo menos uma renovação física estava ocorrendo. Carpinteiros, pedreiros e diversos artesãos trabalharam para restaurar as fundações e reconstituir as vigas danificadas. Neste processo, muito entulho se acumulou. Certo dia, Hilquias, o sacerdote, encontrou um pergaminho de couro e levou-o para Safã, o escrivão, que o leu para o rei.

Josias ficou profundamente agitado ao ouvir as palavras do pergaminho. Obedecer à mensagem significaria uma transformação na prática religiosa em Judá. Entretanto, ele precisava de discernimento divino para saber se as palavras provinham de escritores inspirados. Por isto formou uma comissão de cinco homens, inclusive Hilquias e Safã, para acharem a resposta. Embora houvesse pelo menos dois profetas bem famosos — Jeremias e Sofonias — a quem os cinco homens provavelmente poderiam ter pedido opinião, dirigiram-se a Hulda, a profetisa, e pediram-lhe o parecer. A Bíblia não nos conta detalhes da reunião, mas diz que Hulda lhes deu seu parecer: O pergaminho era inspirado, e sua mensagem devia ser obedecida.

Ao ficar ciente do que Hulda dissera, o rei Josias reuniu todo o povo para que ouvisse a mensagem do livro. Então ele fez solene promessa a Deus, em nome do povo, de que seguiria as instruções do livro, e o povo concordou. Embora o livro não tenha chegado até nós na forma exata em que foi encontrado, a maioria dos estudiosos acredita que boa parte de seu conteúdo se acha no livro chamado Deuteronômio, especialmente nos capítulos 12 a 26.

As leis do pergaminho recém-descoberto tornaram-se a base de reformas radicais — muito necessárias num período em que Judá estivera durante gerações sob a influência e o controle pagão da Assíria. Por toda Judá foram destruídas as imagens dos deuses estranhos. A adoração centralizou-se em Jerusalém. O sacrifício de crianças foi proibido. A adivinhação, as feitiçarias e a necromancia também foram banidas. Ver Deuter. 18:10, 11. Foi dada ênfase a atender-se aos pobres, às viúvas e aos órfãos. Ver 24:17–22. Além do mais, se podemos julgar a partir do que atualmente se lê em Deuteronômio, o status da mulher melhorou. As mulheres escravas também foram incluídas na lei que exigia a libertação dos escravos a cada sete anos. Ver 15:12 e comparar com Êxodo 21:2–7.

O pergaminho tornou-se uma espécie de constituição escrita para a nação de Judá e foi o primeiro livro hebreu a ser considerado literatura sagrada. Havia outros livros em uso, mas aquele foi colocado à parte e exaltado. Com tal pergaminho começou o processo que determinava o que deveria ser considerado Escritura Sagrada.

E foi uma mulher — Hulda — que com suas palavras convenceu o rei Josias da autenticidade do pergaminho, acelerando desta forma acontecimentos significativos e de longo alcance. Hulda não falou partindo de seu ponto de vista pessoal, humano; apoiou-se em Deus para inspiração e inteligência. Provou que Deus não reserva tais qualidades somente para os homens. Ao superar o conceito limitado de mulher em vigor na sua época, Hulda mostrou que sabedoria, discernimento e percepção originam-se na Mente divina, Deus, e são refletidos por todos os filhos de Deus. Tanto homens como mulheres podem expressálos sem limitações.

Se nos sentimos frustrados, presos à rotina diária, não estaremos assim aceitando a visão limitada de identidade que os sentidos físicos dão? Faz-se preciso olhar para além dos sentidos — reconhecer que eles apresentam uma inversão do ser real e começar a nos identificarmos com a natureza divina, através da Ciência Cristã.

À medida que todos demonstramos inteligência, receptividade à Mente divina e iniciativa sob a orientação do Princípio divino, descobrimos que as atividades diárias se tornam mais amplas e mais gratificantes. Novas oportunidades se apresentam à medida que, por meio do estudo e da prática da Ciência Cristã, descobrimos nossa união com Deus. Começamos a contribuir de modo mais eficaz para a família, a igreja, a escola e a comunidade.

Na realidade, todos nós refletimos o único Ego, Deus. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Há um só Eu, ou Nós, um só Princípio divino ou Mente, que governa toda a existência; o homem e a mulher, para sempre imutáveis em seus caracteres individuais, tal como os números, que nunca se misturam uns com os outros, embora sejam governados por um só Princípio.” Ciência e Saúde, p. 588.

Quando subordinamos um sentido físico de identidade à verdadeira identidade espiritual, nossos pensamentos e ações são gradativamente impelidos por Deus, amplamente necessários e produtivos.

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